Além da comoção que tomou conta da imprensa local e até da mídia brasileira, ex-companheiros de Cruzeiro lamentaram muito a morte daquele que foi um dos principais defensores que vestiram a camisa azul celeste
Ao Superesportes, três ídolos cruzeirenses deram depoimentos sobre a convivência com PerfumoEm todos os testemunhos, o perfil do argentino foi traçado lembrando da simplicidade, correção e gentileza que lhe eram características
Companheiro de defesa, Procópio relembrou a importância de Perfumo para seu retorno ao futebol e histórias da chegada do argentino ao CruzeiroPiazza, por sua vez, depois de lamentar muito a morte precoce do zagueiro, contou da preocupação que o zagueiro, apesar de muito técnico, trazia para os volantes do CruzeiroTambém muito pesaroso, Tostão fez lembranças da convivência e do ótimo trato com Perfumo em sua passagem pelo clube.
Veja os depoimentos na íntegra:
Lembro que estava tentando retornar ao Cruzeiro, fazendo testes na equipe depois de terminar meu curso de educação física, com 33 anos, e ele foi essencial para eu voltar Teve um dia que eu estava treinando, o Perfumo me viu atuar e perguntou ao Hilton Chaves, então técnico, o motivo de eu não treinar entre os titulares
Ano passado voltei a me surpreender com eleO Perfumo deu uma entrevista na Revista Placar dando a seleção dele de todos os tempos, com os melhores que ele viu jogar, e o quarto zagueiro sou euÉ um motivo de orgulho para mim, partindo de Perfumo, que jogou com tantos zagueiros bons, viu tantos jogarem e ele me escolher para ser um dos zagueiros, foi uma grande honra.
A notícia de sua morte foi muito tristeUma pessoa fantástica como homem, além do melhor zagueiro do mundoCorreto, direito, um líder calado, simples pelas atitudes, convicçõesÉ lamentável que esse homem tenha partido tão cedoNão dormi direito essa noiteQuando você tem algum amigo, você sabe como é
O último contato que tive com ele foi exatamente quando o Atlético foi campeão da Conmebol, em 1992O técnico do Olímpia era o Perfumo e eu era o comandante do AtléticoNos encontramos no Mineirão e lá no Paraguai, quando fui ao vestiário, nos falamos por bons minutosFoi a última vez que eu o viAté por isso me assustei quando vi na Revista Placar, na seleção dele de todos os tempos, meu nomeEle era como um ente querido, mas não nos falávamos há mais de 40 anos.
Perfumo era muito discreto, a dificuldade foi só do idioma na época que chegouAlém da qualidade, era de muito caráterSempre mantivemos contato, mesmo quando ele se afastou de MinasA última vez que falei com ele foi há um ano, batemos papo, relembramos histórias, e quis saber novas coisas da vida deleEstava trabalhando na imprensa da ArgentinaA gente guarda as lembranças com muito carinho, ele somou muito na história do CruzeiroConquistou todos nós e isso não se apaga jamaisA recordação é muito carinhosa
Dentro de campo, a única coisa que me marca muito é no setor direito, era uma lutaApesar da técnica, o Perfumo gostava muito de sair jogando com o Nelinho ali naquele setorA gente ficava com preocupação da parte tática, o lado direito ficava muito vulnerávelNelinho sempre apoiando, Perfumo saindo jogandoContra o Atlético, o Dario sempre caía pela esquerda do ataquePara o pessoal do meio de campo restava uma preocupação muito grande (risos)