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Entorno do Mineirão volta a receber barracas entre clima de saudosismo e manifestação

Jogo entre Cruzeiro e Uberlândia foi primeiro a contar com Feira de Conveniência

Feira de Conveniência deu cara de 'Mineirão Antigo' ao estádio antes do jogo entre Cruzeiro e Uberlândia - Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Um antigo hábito do Mineirão pôde ser revivido pelos torcedores na noite desta terça-feiraNa partida entre Cruzeiro e Uberlândia, pelo Campeonato Mineiro, o entorno do estádio voltou a receber barracas, com venda de água, cerveja, sanduíches, churrasquinhos e o tradicional tropeiroO que fazia parte da rotina de quem frequentava o Gigante da Pampulha havia se perdido com a modernização do estádio e as reformas realizadas para as disputas da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.

Entretanto, a volta Feira de Conveniência do Entorno do Mineirão não agradou a todosAntigos barraqueiros do Mineirão se manifestaram em frente ao estádio na noite desta quarta-feiraAs reclamações se concentravam na perda de espaço para novos barraqueiros, que serão 96 em breveNeste primeiro dia, 85 feirantes já puderam trabalharOutros 11 ainda finalizam o processo de licenciamento da Prefeitura de Belo Horizonte.

Na manifestação organizada pela Abaem (Associação dos Barraqueiros da Área Externa do Mineirão), os antigos feirantes reclamavam que não tiveram prioridade na volta das barracas ao entorno do Gigante da PampulhaAlguns deles não puderam participar do processo de licitação por terem débitos com a Prefeitura.

“Desde que fechou o Mineirão, eles ficaram sem trabalhoQuando eles tentavam a atividade aqui sem licença, a Prefeitura apreendia a mercadoria e eles passavam a ter débito na Receita MunicipalEntão, eles não conseguiram os documentosNós só temos duas ou três pessoas que conseguiram voltar
Para os mais necessitados, piorou muito a situação”, explicou o membro-fundador da Abaem, Ernane Franciso Pereira.

A barraqueira Maria de Lourdes Calisto, que trabalhou no antigo Mineirão durante 15 anos, queixava-se da dificuldade em competir por um espaço na nova Feira de Conveniência“É preciso pagar um valor mensal à Prefeitura, cerca de R$ 3 milEu não tenho condições de arcar com esse valorAssim, aqueles que puderam pagar mais foram os que ocuparam as 96 barracas”, lamentou.

'Barraqueiros históricos' do Mineirão reclamam do tratamento e falta de preferência da Prefeitura de BH - Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

“Saudosismo” entre torcedores

Enquanto os antigos barraqueiros pediam apoio da população, a Feira de Conveniência foi bem recebida pelos torcedores“Fico saudosista, lembrando de quando vinha para o Mineirão e passava o dia todo aquiO tropeiro é um patrimônio de Minas e os dessas barracas é muito melhor do que dos bares atuais do MineirãoLá dentro, é uma produção em série”, destacou Gleisson Campos, em discurso apoiado por seu irmão Wellington Campos“A possibilidade de contar com as barracas fazia muita faltaGostei muito, porque foi uma forma de revivermos o antigo Mineirão”, acrescentou.

Já o bancário Marco Antônio Mucci aprovou o serviço prestado pelos barraqueiros“É excepcional
Aqui o preço é acessível e os atendentes são muito simpáticosIsso nos incentiva a vir mais cedo para o Mineirão e aumenta a nossa diversão”, avaliou.

Espera por maiores públicos



Para os barraqueiros que iniciaram as atividades na noite desta terça-feira, a expectativa é de que jogos com mais apelo entre os torcedores aumentem o movimentoAntes de a bola rolar para a partida entre Cruzeiro e Uberlândia, o entorno do estádio ainda tinha pequeno movimento na Feira de Conveniência

“Foi muita burocracia no processo de licitação, que durou mais ou menos um anoEssa parte foi difícil, mas está sendo muito prazerosoA gente espera ter mais trabalho nos dias de clássicos”, observou Amanda Lúcia Rocha, uma das novas barraqueiras do entorno do Mineirão.

Também novato, Marco Tenório já mostrava ansiedade para as partidas nos fins de semana“O movimento neste jogo ainda é fracoNossa prova de fogo será em partidas aos domingo, às 4h da tarde”.

Fiscalização da Vigilância Sanitária

Nesta terça, a feira foi iniciada às 14h30 e encerrada às 20h45, 15 minutos após ser iniciado o jogo entre Cruzeiro e UberlândiaAs barracas foram distribuídas entre quatro locais: Alameda das Palmeiras, Avenida Carlos Luz, na esquina com a Avenida Coronel Oscar Paschoal, e na confluência das avenidas Carlos Luz e Alfredo CamarateAo lado das barracas, os torcedores puderam usufruir de banheiros químicos

Os feirantes que trabalham no entorno do Mineirão passaram por treinamento, sob a coordenação da Gerência de Vigilância Sanitária da Regional Pampulha, que contou com fiscais no estádio na noite desta quarta