Hoje completo três meses de mudança para Goiânia e, por grata coincidência, tenho a honra de escrever neste espaçoMas você deve estar pensando: o que a Lei de Newton tem a ver com um torcedor do Cruzeiro? Bem, vamos à explicaçãoQuando estava na iminência de sair de BH, confesso que me sentia bem desacreditado e decepcionado com as medidas tomadas pela diretoria azul neste início de anoSaí de vários grupos no WhatsApp, deixei de escrever no meu blog na ESPN FC, parei de assistir aos programas esportivos na TV e evitava ao máximo falar sobre futebolMas, assim que saí da capital mundial do pão de queijo, comecei a sentir falta daquele amor bandidoAmor verdadeiroPior que esse vazio por dentro foi sentir um desânimo geral da torcida com a administração celeste e, para a minha surpresa, também com o timeComo disse meu amigo Alisson Guimarães, já ficou mais do que provado que o Cruzeiro, sem sua torcida em campo, é praticamente “nada”.
Contrariando essa mesma lei da física, que é aplicada em quase todos os exemplos e fala que quanto mais distantes os corpos, menores a força e a interação entre eles, senti ressurgir em mim toda aquela chama azul de um amor marcado na pele
A torcida do Cruzeiro pensou que depois da sequência de erros cometidos na temporada de 2015, muitos semelhantes aos ocorridos em 2012, a cúpula celeste iria tomar decisões diferentes e arrumar a casaLedo enganoO que se está vendo é que 2013 e 2014 foram exceções e mais consequência de fatores aleatórios do que algo realmente pensado e planejado pela diretoriaOs problemas do Cruzeiro são diversos e as incoerências dentro e fora de campo estão culminando para, mais uma vez, termos um primeiro semestre perdido e poucas, ou quase nenhuma, pretensões ou perspectivas para a sequência de 2016.
Compreendo a aposta no Deivid como treinadorE apostas, assim como as moedas, têm duas facesInfelizmente, perdemos
Para selar essa renovação dos votos com o Cruzeiro, vou amanhã a Brasília acompanhar a partida contra o BotafogoSinto-me a caminho de uma batalha letalMeu corpo reage como se um predador estivesse à espreita, louco para percorrer esses mais de 200 quilômetros em pleno cerradoSinto palpitações, suadouros, meu pensamento não consegue sair da órbita do jogoComo é bom ter de volta essa paixão celestial.
* Frank Martins, nascido em 1984, é jornalista, editor do site O popular online, escreve sobre o Cruzeiro no ESPN FC, baixa gastronomia no blog Comida ogra e prefere Fifa ao PESÉ amante do esporte bretão e torcedor que leva as cinco estrelas no peitoEste é mais um espaço para o torcedor mineiro, já representado nas colunas fixas do cruzeirense Henrique Portugal (quartas-feiras), do americano Paulo Vilara (sextas) e do atleticano Fred Melo Paiva (sábados)