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Cruzeiro busca consistência defensiva para reencontrar caminho das vitórias em reta final

Técnico Mano Menezes quer que time evite repetir falhas de partidas recentes

Rafael Arruda
Sem vencer há quatro jogos na Série A, Cruzeiro foi vazado por causa de erros de seu sistema defensivo - Foto: Light Press/Divulgação/Cruzeiro

O excesso de falhas de marcação do Cruzeiro é motivo de preocupação para a sequência do time no restante de 2016Estagnado na parte de baixo da tabela do Campeonato Brasileiro – ocupa o 17º lugar, com 30 pontos –, o clube celeste vem deixando de somar pontos em função de deslizes individuais e não à toa detém a terceira defesa mais vazada da competição, com 41 gols sofridos em 27 partidasA péssima campanha na Série A pode, inclusive, interferir no andamento da equipe na Copa do BrasilCaso a Raposa não se recupere nas próximas rodadas da elite nacional, a conquista do torneio eliminatório, que garantirá vaga na Copa Libertadores de 2017, ficará em segundo planoPor isso, corrigir os erros a tempo de encontrar o equilíbrio necessário para reencontrar o caminho das vitórias será de extrema importância nesta reta final de temporada.

A série de quatro tropeços seguidos do Cruzeiro no Brasileiro contabiliza um empate e três derrotasO time foi superado por Botafogo, São Paulo e Flamengo, e ficou na igualdade diante do AtléticoEvidentemente, passar 90 minutos sem cometer um erro sequer numa partida de futebol é algo utópicoNo entanto, decisões malsucedidas poderiam não ocorrer se houvesse melhor senso de posicionamento dos defensores cruzeirenses nas jogadasO Superesportes listou abaixo alguns lapsos apresentados recentemente pelo time de Mano Menezes.

Cruzeiro 0x2 Botafogo – 11/09/2016 – Mineirão (22ª rodada do Brasileiro)

Aos 21min do segundo tempo, o lateral-esquerdo/volante Victor Luís teve liberdade para avançar até a zona intermediária do campo de ataque do BotafogoQuem saiu para dar combate foi Manoel, zagueiro pelo lado direito, com Bruno Rodrigo ficando na sobraVictor não deu um passe forte, porém Edimar, que fechava do lado esquerdo, escorregou ao tentar cortar a bola
Posicionado entre o camisa 31 do Cruzeiro e Bruno Rodrigo, o atacante Canales dominou livre de marcação e tocou na saída de Rafael para fazer 1 a 0.

Aos 34min, o Botafogo “matou” a partida contra o Cruzeiro num contra-ataqueNas costas de Lucas, Victor Luís foi à linha de fundo e percebeu a chegada do armador CamiloEnquanto Henrique se preocupou em acompanhar a trajetória da bola, Lucas Romero não alcançou o meio-campista botafoguense na marcaçãoAssim, Camilo bateu de primeira no canto direito de Rafael e fez 2 a 0.



São Paulo 1x0 Cruzeiro – 15/09/2016 – Morumbi (25ª rodada do Brasileiro)

O volante Wesley teve grande felicidade ao acertar, aos 42min do primeiro tempo, uma finalização de longa distânciaMas o Cruzeiro permitiu que o São Paulo tocasse a bola até encontrar o espaço necessário para chutarA jogada começa num chutão malsucedido do lateral-esquerdo EdimarNa sequência, Tiago Mendes ajeita para Cueva, que, ao perceber a chegada de Lucas Romero, dá um toque leve para WesleyFoi o suficiente para o meio-campista soltar a bomba de fora da área e acertar o canto direito de Rafael.



Cruzeiro 1x1 Atlético – 18/09/2016 – Mineirão (26ª rodada do Brasileiro)

Aos 30min, Bruno Rodrigo deu chutão para afastar o perigo nas proximidades da área cruzeirenseO Atlético, então, iniciou a jogada com o zagueiro Leonardo Silva, que passou para Rómulo OteroO lateral-direito Lucas tentou dar combate, mas o venezuelano escorou de primeira em direção a Júnior Urso, que, por sua vez, achou Fábio Santos livre de marcação na ala esquerda alvinegra
Por talvez ter se precipitado em marcar Otero, Lucas cedeu espaço ao lateral atleticanoO cruzamento preciso de Fábio Santos para a pequena área encontrou Clayton à frente de Edimar e garantiu a vantagem parcial aos comandados de Marcelo OliveiraNo segundo tempo, o Cruzeiro buscou a igualdade com o meia Robinho.



Flamengo 2x1 Cruzeiro – 25/09/2016 – Kleber Andrade, em Cariacica (27ª rodada do Brasileiro)

Foi o maior exemplo de erro de posicionamento da linha defensiva do CruzeiroQuando o Flamengo roubou a bola aos 43min da etapa final e iniciou contragolpe, o lateral-esquerdo Edimar estava no campo de ataque, provavelmente desgastado pelo andamento da partida, e não teve fôlego suficiente para retornar e fechar o lado esquerdo da zagaIsso deixou Manoel e Bruno Rodrigo no mano a mano com Paolo Guerrero e MancuelloEste último recebeu de Alan Patrick e chutou forte, no ângulo direito, para anotar o gol da virada rubro-negra e fechar o placar em 2 a 1.



O erro contra o Flamengo foi comentado pelo técnico Mano Menezes, que isentou Bruno Rodrigo de culpa e, sem fazer menção a Edimar, ressaltou a ausência de um dos defensores na chamada “última linha”.

“Em relação ao jogo contra o Flamengo é injusto (culpar Bruno Rodrigo pelos gols sofridos)Não é pelo fato de a bola raspar no jogador e entrar na gaveta que você vai apontar como falhaE no segundo gol, se achar algum culpado, certamente não seria ele, pois ele estava no lugarTomamos o gol com três jogadores na última linhaÉ só ver quem não estavaCertamente não era Bruno Rodrigo”.

Nesta quarta-feira, às 21h45, no Itaquerão, o Cruzeiro enfrenta o Corinthians pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, competição em que ainda está invicto (seis vitórias e um empate)Os tropeços no Brasileiro servem de lições ao time no mata-mataTanto que Mano Menezes, ciente das falhas recentes, não descarta, por exemplo, a entrada de mais um volante por maior consistência no meio-campo e capacidade de manter vantagens durante 90 minutos.

“Passou (pela cabeça escalar três volantes), e até gosto de ouvir essa discussãoLá no passado recebi o rótulo de ser defensivoE gosto de falar sobre issoFarei o que tiver de fazer para a equipe se tornar estável em todos os aspectosAcho que fizemos bom jogo contra o Flamengo, mas as situações que aconteceram no fim da partida não tem a ver com um ou dois volantes, mas sim numa questão de entendimento de jogoAlguém disse que a partida ficou lá e cáQuando está 1 a 0, não pode ficar lá e cá”, concluiu o técnico.