Em entrevista ao Estado de Minas/Superesportes, Geovanni recorda a decisão do título em 2000 e também fala da expectativa para o jogo desta quarta. “O Cruzeiro tem vantagem, mas futebol é imprevisível. Tem de entrar ligado, ou pode complicar”, diz o ex-atleta, referindo-se ao fato de o time celeste poder perder por até um gol de diferença para se classificar, já que fez 2 a 0 no jogo de ida. Confira a entrevista!
Quais recordações você guarda daquela final?
Foi uma emoção muito grande, uma conquista espetacular do Cruzeiro da qual pude fazer parte. Não só eu, mas todos que participaram entraram para a história do clube e do futebol brasileiro. E a torcida também sentiu muita emoção. São coisas assim que marcam.
Vê semelhanças entre aquela disputa e a atual?
Cruzeiro x São Paulo é um clássico, já se enfrentaram em Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores. Claro que o Cruzeiro abriu vantagem, mas o São Paulo tem tradição, bons jogadores, é perigoso, um técnico (Rogério Ceni) que conhece muito de futebol. Acho que será um grande jogo.
O futebol mudou muito desde então? Tem algum jogador no Cruzeiro que tem estilo parecido com o seu?
O futebol mudou muito, a parte física hoje prevalece, os jogos estão mais disputados, os grandes estão enfrentando dificuldades de ganhar de equipes menores. Acho que a parte técnica caiu um pouco. Já sobre jogador, gosto muito do Alisson e o acho não só no futebol, mas até na fisionomia parecido comigo. Ele é rápido, bom tecnicamente, parte para cima. Só acho que deveria jogar mais próximo do gol, tendo mais condições de finalizar.
O que a Copa do Brasil de 2000 representou para você?
Aquele título mudou minha história, saí quase que do anonimato para o estrelato. Depois daquela conquista, grandes clubes vieram atrás de mim, Juventus, Barcelona, Paris Saint-Germain, Benfica. Fiquei marcado na história do clube, o que é muito legal, principalmente por eu ter começado no Cruzeiro, passei quase oito anos lá. Foi o clube que me deu oportunidade e só tenho a agradecer, foi o trampolim para tudo que consegui na carreira. E tenho de destacar também a contribuição do grupo todo, fiz o gol, mas não ganhei nada sozinho. Só grandes jogadores, todos se apoiando. Muita gente passou a torcer para o Cruzeiro depois daquele título.
O gol que valeu o título também rendeu polêmica...
Acho que foi a mão de Deus ali, desde o momento em que sofri a falta, da expulsão do Rogério Pinheiro. Houve uns cinco minutos de confusão, os jogadores do São Paulo não querendo deixar cobrar, nossos jogadores fazendo a parte deles, houve empurra-empurra. Ia bater colocado, como costumava fazer, mas o Muller mandou bater com força. Obedeci, pois respeitava muito ele, um jogador vencedor, experiente. Deu certo. A bola ainda bateu no Axel e tirou o Rogério Ceni. Mas não foi só isso, já nos acréscimos, o Cléber (zagueiro) tirou a bola quase em cima da linha, depois de excelente defesa do goleiro André.