Tão logo teve seu nome citado, Zezé Perrella divulgou nota negando qualquer envolvimento em suposto esquema irregular. “Não conheço Joesley Batista. Nunca tive contato com ele, nem mesmo por telefone, ou com qualquer outra pessoa do Grupo JBS”, disse ele, que colocou à disposição os sigilos bancários da referida empresa e negou ter recebido qualquer valor.
Já Bruno Vicintin, que só poderá ser candidato se houver mudança no estatuto, garante nunca ter feito doação a qualquer candidato e/ou partido. “Uma das empresas das quais eu sou acionista fez doações para diversos políticos e partidos nas últimas eleições, como faz há pelo menos 15 anos por decisão de seu presidente, Ricardo Vicintin, meu pai. Isso nunca foi segredo para ninguém, já que todas as doações foram feitas de maneira legal, declaradas, com todos os impostos recolhidos”, afirmou.
O estatuto celeste veta candidatura de associados que tenham condenações pela Justiça, o que não é o caso de nenhum dos citados. Porém, a simples mistura do nome do clube com a crise política nacional já causa mal-estar entre lideranças históricas. “Essas acusações são ruins para a imagem do Cruzeiro. Se alguém fez algo, tem de pagar. E o clube tem de estar acima de tudo isso”, declarou o ex-presidente César Masci, que comandou o clube entre 1991 e 1994.
Correligionário do presidente Gilvan de Pinho Tavares, ele se coloca a favor da mudança no estatuto, ampliando o número de associados que podem concorrer à presidência. Atualmente, apenas conselheiros beneméritos ou natos, com no mínimo três mandatos completos e ininterruptos, podem pleitear a cabeça de chapa em uma eleição presidencial no clube.
A mudança beneficiaria diretamente Vicintin, mas Masci nega que apoie a alteração pensando no atual vice-presidente de futebol. “Queremos deixar o clube mais democrático. O Cruzeiro cresceu muito, precisa de mais gente participando de sua vida. Sou a favor, inclusive, de que os sócios-torcedores tenham direito de votar e serem votados”, disse o ex-presidente.