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À espera de definição de futuro, Mano diz que Cruzeiro precisará de reforços para continuar brigando por títulos em 2018

Depois de comandar o clube celeste na conquista da Copa do Brasil de 2017, treinador aponta necessidade de investimento maior na temporada seguinte

Rafael Arruda
Mano Menezes só falará sobre permanência no Cruzeiro depois da definição do sucessor de Gilvan - Foto: Leandro Couri/EM D.A Press
A eleição presidencial do Cruzeiro, marcada para as 15 horas desta segunda-feira, no Parque Esportivo do Barro Preto, terá influência na continuidade ou não do trabalho de Mano Menezes à frente do grupo profissional. Questionado se pretende alcançar no clube números semelhantes aos atingidos em Corinthians (248 jogos) e Grêmio (169 jogos), o comandante afirma que aguardará o resultado da disputa entre Wagner Pires de Sá – apoiado pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares – e Sérgio Santos Rodrigues.

“Penso que tudo que vai acontecer no Cruzeiro passa pela eleição para presidente, que está prevista para a semana que vem. O presidente vai decidir isso. A gente não pode inverter a ordem das coisas. O meu contrato é um contrato que vai até o fim do ano com o Cruzeiro e o novo presidente vai decidir os profissionais com quem ele quer trabalhar, seja no departamento do futebol ou em outras áreas. Então é bom esperar”, disse o treinador.

Na sequência da resposta, Mano Menezes lembrou as dificuldades encontradas pelo Cruzeiro antes do título da Copa do Brasil – conquistado na última quarta-feira com vitória nos pênaltis sobre o Flamengo por 5 a 3, no Mineirão. Em 2015, por exemplo, o gaúcho tomou frente da equipe no returno do Campeonato Brasileiro e obteve aproveitamento de 62,5% (oito vitórias, seis empates e duas derrotas). Ainda assim, a Raposa conseguiu apenas um oitavo lugar, com 55 pontos, já que a primeira metade da competição foi abaixo de quaisquer expectativas.
Depois de rápida passagem pelo Shandong Luneng, da China, Mano voltou ao Cruzeiro no segundo semestre de 2016. O cenário foi semelhante ao encontrado na temporada anterior, com campanha de recuperação na Série A – saiu da zona de rebaixamento e encerrou em 12º lugar.

“O que a gente gosta como treinador, e a gente valoriza muito, são as perspectivas de fazer esses resultados que a gente quer conquistar na vida. O Cruzeiro passou por dois anos difíceis, isso não foi à toa. Teve a ver com os gastos do bicampeonato, a gente teve que administrar uma escassez maior, uma falta de recursos maiores, é natural que isso aconteça. O investimento foi menor que os dos principais adversários”.

Em 2017, o único contratado pelo Cruzeiro com “status de astro” foi o armador Thiago Neves. Os demais se encaixaram no perfil de agregar valores. E alguns até ganharam grande destaque, como o lateral-esquerdo Diogo Barbosa e o volante Hudson. Mano Menezes elogiou o trabalho da diretoria, mas avisou que, caso siga no Cruzeiro em 2018, haverá necessidade de investimento maior no elenco, já que o time disputará a Copa Libertadores da América e tem o sonho de buscar o tricampeonato do torneio continental.

“Nós conseguimos trazer para esta temporada jogadores com custo baixo, pois não tínhamos tanta capacidade de investimento. A direção teve que ser muito competente para achar os jogadores e trazê-los. Foi mérito. Mas a gente sabe que o futebol precisa de investimento para trazer os resultados, principalmente quando você compete contra times que estão fazendo o que fazem Flamengo e Palmeiras. O futebol tem uma proporção com aquilo que é investido. Mas é uma conversa mais para a frente.
Vamos esperar”.

Na partida do meio de semana contra o Flamengo, Mano Menezes atingiu 106 jogos no comando do Cruzeiro. O retrospecto dele aponta 53 vitórias, 32 empates e 21 derrotas. São 163 gols a favor e 92 contra. Mano é o 16º treinador que mais comandou a Raposa na história. O líder desse ranking é Ilton Chaves, com 362 partidas em sete passagens entre as décadas de 1960 e 1980.

Técnicos com mais jogos pelo Cruzeiro na história
 
1- Ilton Chaves: 362 (1969; 1970; 1970-1971; 1971-1972; 1972-1975; 1979-1980; 1983-1984)
2- Levir Culpi: 257 (1996; 1998-1999; 2005)
3- Niginho: 256 (1948-1949; 1953-1955; 1955; 1959-1961; 1962-1963)
4- Ayrton Moreira: 206 (1957; 1964-1967)
5- Ênio Andrade: 187 (1989; 1990; 1991-1992; 1994; 1995)
6- Matturio Fabbi: 181 (1928-1931; 1932-1935; 1938)
7- Orlando Fantoni: 172 (1967-1968; 1971-1972; 1983)
8- Adilson Batista: 170 (2008-2010)
9- Marcelo Oliveira: 169 (2013-2015)
10- Bengala: 136 (1938-1939; 1939-1943; 1944; 1946-1947; 1955)
11- Carlos Alberto Silva: 135 (1986-1987; 1988; 1988-1989; 1993; 1995)
12- Gérson Santos: 143 (1958-1959; 1962; 1969-1970)
13- Zezé Moreira: 132 (1975-1977)
14- Vanderlei Luxemburgo: 126 (2002-2004; 2015)
15- Yustrich: 117 (1972; 1977; 1982)
16- Mano Menezes: 106 (2015; 2016-2017)
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