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CRUZEIRO

Com Fábio absoluto, Rafael seguro e base promissora, Cruzeiro está há mais de 10 anos sem a 'necessidade' de contratar goleiro

Desde 2008, clube aposta em 'crias' da base para dar suporte ao camisa 1

postado em 24/03/2018 10:00 / atualizado em 24/03/2018 17:26

Edesio Ferreira/EM D.A Press
Todo grande time começa por um bom goleiro. A frase pode parecer clichê, mas se encaixa perfeitamente nos esquadrões formados pelo Cruzeiro em 97 anos de história. Nas décadas de 1960 e 1970, Raul foi o guardião da meta celeste nas conquistas de Taça Brasil e Copa Libertadores. Nos anos de 1990, Paulo César Borges e Dida se tornaram ídolos, ajudando o clube a enriquecer a sala de troféus com Copas do Brasil (1993 e 1996), Supercopas (1991 e 1992) e o bicampeonato da Libertadores. A camisa 1 cruzeirense também foi vestida por André e Gomes, nomes importantes na Copa do Brasil (2000) e na Tríplice Coroa (2003). Depois de ser reserva na primeira passagem, em 2000, Fábio regressou à Toca em 2005. Para não sair mais. São 756 partidas até aqui e nove títulos oficiais: Campeonato Mineiro (2006, 2008, 2009, 2011 e 2014), Campeonato Brasileiro (2013 e 2014) e Copa do Brasil (2000 e 2017).

Desde a reestreia em 2005 – vitória por 2 a 0 sobre o Democrata de Sete Lagoas, no Mineirão, em 29 de janeiro, pela primeira rodada do Campeonato Mineiro –, Fábio virou titular absoluto. Para contratar o camisa 1, o Cruzeiro repassou o atacante Alex Dias ao Vasco. Artur, que integrava o elenco da Tríplice Coroa (era reserva de Gomes), ficou como suplente por causa das atuações irregulares no Brasileiro de 2004. 

Enquanto Fábio jogava quase sempre no Cruzeiro, a diretoria buscava alternativas no mercado para o banco. Em 2006, Lauro e Juninho foram adquiridos respectivamente a Ponte Preta e Vitória. O primeiro fez 10 partidas. O segundo nem sequer entrou em campo.

Em dezembro de 2007, Andrey foi contratado sem custos ao Steaua Bucareste, da Romênia. À época, o Cruzeiro temia perder Fábio para o futebol europeu. O Osasuna, da Espanha, estava interessado no goleiro, porém o vínculo acabou prorrogado por mais dois anos (até o fim de 2009). A partir daí, o clube celeste foi estendendo a ligação com o ídolo.

Paralelamente à hegemonia de Fábio, surgiu Rafael. Campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2007, o prata da casa integrou, dois anos depois, a Seleção Brasileira Sub-20 vice-campeã mundial. Sua ascensão ao elenco profissional da Raposa ocorreu em 2008. A estreia foi num amistoso com o América, no Independência, no qual o Cruzeiro ganhou por 2 a 1.

Até 2009, Rafael era terceiro goleiro. A partir de 2010, virou reserva imediato. E se consolidou de vez com a chegada do preparador de goleiros Robertinho, há quase oito anos. O profissional contratado ao Flamengo sob a indicação do técnico Cuca entendeu que o melhor caminho era investir nos jovens talentos formados na Toca da Raposa I em vez de gastar dinheiro com aquisições.

Gladyston Rodrigues/EM D.A Press

Por vezes, Rafael recebeu propostas para deixar o Cruzeiro, mas resolveu permanecer. E mesmo sendo ‘sombra’ de Fábio, entrou em campo em momentos importantes. Como na vitória por 6 a 1 sobre o Atlético, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2011, quando o time escapou do rebaixamento no histórico clássico de 4 de dezembro, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. O camisa 12 ainda ganhou sequência de jogos entre agosto de 2016 e maio de 2017, pois o titular ficou em tratamento de lesão no ligamento cruzado do joelho direito durante oito meses. Nesse intervalo, a direção chegou a cogitar a contratação de um atleta da posição, porém Robertinho recomendou priorizar as opções da casa.

Parceria Fábio-Rafael

Conforme já citado, Fábio contabiliza 756 jogos pelo Cruzeiro. É o recordista de sempre no clube e tem contrato assinado até dezembro de 2019. Rafael está longe dessa marca. Mas, por ser reserva, tem números importantes. No jogo contra o Tupi neste domingo, às 11h, no Mineirão, o suplente completará 99 partidas. E se voltar a jogar posteriormente, será o 16º goleiro em todos os tempos a atingir 100 jogos vestindo a camisa azul. O camisa 12 tem vínculo com a Raposa até dezembro de 2021. 

Desde que foi contratado em 2005, Fábio jogou 755 das 877 partidas realizadas pelo Cruzeiro no intervalo de 13 anos e dois meses (86% de assiduidade). Rafael atuou em 98 oportunidades. Em seguida vêm Lauro (10), Andrey (8), Gatti (6), Lucas França (4), Artur (4) e Elisson (3). Em 10 ocasiões, o time utilizou dois goleiros no mesmo jogo. Em uma, três atletas da posição foram acionados.

Base promissora

A escola atual de goleiros do Cruzeiro não se resume a Fábio Rafael. O terceiro da posição, Lucas França, é tido como sucessor. No grupo ainda há Vitor Eudes, de 19 anos, natural de Belo Horizonte. Esses dois últimos medem, respectivamente, 1,94m e 1,95m. São os atletas de maior estatura no elenco.

No elenco sub-20 há Gabriel Brazão, que representou a Seleção Brasileira Sub-17 no Mundial da categoria, em 2017. Ou seja, se depender da geração sucessora de Fábio, o Cruzeiro continuará por muitos anos sem contratar goleiros.

Goleiros de outros clubes

Enquanto o Cruzeiro está há mais de 10 anos sem contratar um goleiro, outros clubes do futebol brasileiro recorreram ao mercado em várias oportunidades para fortalecer a relação de atletas da posição em seus elencos. No levantamento feito pelo Superesportes com base no banco de dados do site Ogol.com.br, o leitor confere a lista dos goleiros que, desde 2008, reforçaram os grupos profissionais de equipes que disputarão a Série A em 2018.

Atlético

Lauro – 2016
Lee – 2013
Victor – 2012
Giovanni – 2011
Fábio Costa – 2010
Marcelo – 2010
Carini – 2009
Aranha – 2009
Juninho – 2008

América

João Ricardo – 2014
Fernando Leal – 2014
Darley – 2014
Igor Rayan – 2014
Marcelo Moretto – 2013
Neneca – 2011
França – 2010
Gléguer – 2010
Edmar – 2009
Flávio – 2008
Alencar – 2008

Corinthians

Douglas Friedrich – 2016
Walter – 2013
Cássio – 2012
Renan – 2011
Bobadilla – 2010

Palmeiras

Fernando Prass – 2013
Jailson – 2014
Aranha – 2015
Vagner – 2016
Weverton – 2018

São Paulo

Jean – 2018
Sidão – 2017
Renan Ribeiro – 2013
Dênis – 2009

Santos

Vanderlei – 2015
Aranha – 2011
Douglas – 2008

Flamengo
 
Júlio César – 2018
Diego Alves – 2017
Muralha – 2016
Felipe – 2011
Vinícius – 2010
 
Vasco
 
Martín Silva – 2014
Rafael Copetti – 2014
Michel Alves – 2013
Diogo Silva – 2011
Fernando Prass - 2009
Alessandro – 2009
Tiago – 2008
Rafael – 2008
Ricardo – 2008
 
Fluminense
 
De Amores – 2018
Rodolfo – 2018
Júlio César – 2014
Felipe Garcia – 2013
Diego Cavalieri – 2011
Rafael – 2009
 
Botafogo
 
Gatito Fernández – 2017
Sidão – 2016
Helton Leite – 2014
Jefferson – 2009
Castillo – 2008
Flávio – 2008
 
Grêmio
 
Paulo Victor – 2017
Douglas Friedrich – 2016
Bruno Grassi – 2015
Dida – 2013
Victor – 2008
 
Internacional
 
Marcelo Lomba – 2016
Danilo Fernandes – 2016
Dida – 2014
Abbondanzieri – 2010
Michel Alves – 2009
Ricardo – 2008
Lauro – 2008

Atlético-PR
 
Felipe Alves – 2018
Leo Vieira – 2017
Weverton – 2012
Rodolfo – 2011
Márcio – 2011
Edson – 2010
Galatto – 2008
 
Paraná
 
Luis Carlos – 2018
Thiago Rodrigues – 2018
Richard – 2017
Leo Vieira – 2017
Douglas Baldini – 2017
Felipe Alves – 2015
João Ricardo – 2014
Marcos – 2013
Luis Carlos – 2013          
Zé Carlos – 2011
Juninho – 2010
Ney – 2009
Zé Carlos – 2009
Mauro – 2008
 
Bahia
 
Douglas Friedrich – 2018
Rafael Santos – 2017
Anderson – 2016
Muriel – 2016
Douglas Pires – 2013
Marcelo Lomba – 2011
Jair – 2011
Fernando Wellington – 2010
Renê – 2010
Marcelo – 2009
Darci – 2008
Fabiano Borges – 2008
Fernando Leal – 2008
Gessé – 2008          
 
Vitória
 
Gatito Fernández – 2014
Fernando Miguel – 2013
Wilson – 2013
Douglas Dias – 2011
Deola – 2012
Fernando Leal – 2011
Felipe Alves – 2011
Renan Rocha – 2010
Vinicius – 2010
Gléguer – 2008
Viáfara – 2008
 
Chapecoense        
 
Ivan – 2018
Elias – 2017
Jandrei – 2017
Artur Moraes – 2017
Marcelo Boeck – 2016
Follmann – 2016
João Paulo – 2015
Sílvio – 2014
Lauro – 2014
Danilo – 2013
Vanderlei – 2012
Rodolpho – 2011
Alencar Baú – 2011
Marcelo Rangel – 2010
 
Sport
 
Agenor – 2016
Danilo Fernandes – 2016
Luiz Carlos – 2015
Matheus Cavichioli – 2012
Rodrigo Calaça – 2011
Gustavo Nascimento – 2010
 
Ceará
 
Renan – 2018
Fernando Henrique – 2017
Lauro – 2016
Douglas Dias – 2016
Tadeu – 2016
Everson – 2015
Luis Carlos – 2014
Jailson – 2013
Tiago – 2012
Luis Cetin – 2012
Dionatan – 2011
Fernando Henrique – 2011
Diego – 2010
Eduardo – 2010
Michel Alves – 2010
André Sangalli – 2010
França – 2010
Lopes – 2009
Marcelo Bonan – 2008
Gustavo – 2008

Lista de goleiros que mais jogaram pelo Cruzeiro:

1 – Fábio (2000; 2005/presente) – 756 jogos
2 – Raul – (1966/1978) – 557 jogos
3 – Geraldo II (1934/1955) – 388 jogos
4 – Dida (1994/1998) – 306 jogos
5 – Geraldo I (1927/1945) – 276 jogos
6 – Paulo César Borges (1989/1998) – 264 jogos
7 – Luiz Antônio (1978/1986) – 241 jogos
8 – Hélio (1971/1978) – 207 jogos
9 – Vítor (1971/1984) – 183 jogos
10 – Gomes I (1982/88) - 180 jogos
11 – Genivaldo (1956/1961) – 131 jogos
12 – Mussula (1955/1963) – 126 jogos
13 – André (1999/2003) – 123 jogos
14 – Rossi (1956/1961) – 122 jogos
15 – Gomes II (2002/2004) – 110 jogos
16 – Rafael (2008/presente) – 98 jogos
17 – Tonho (1962/1970) – 88 jogos
18 – Jefferson (2000/2002) – 81 jogos
19 – Wellington (1986/1989) – 80 jogos
20 – Fábio (1963/1966) – 78 jogos 

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