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Títulos, gols e recordes: veja curiosidades sobre a história de Zé Carlos no Cruzeiro

Ex-volante construiu trajetória de muito respeito com a camisa celeste

postado em 13/06/2018 07:00 / atualizado em 13/06/2018 10:17

Arquivo/EM D.A Press

Os números mostram o quão importante para a história do Cruzeiro foi o ex-jogador Zé Carlos, falecido nessa terça-feira, aos 73 anos. De 1965 a 1977, o versátil meio-campista integrou esquadrões inesquecíveis ao lado de outros craques como Tostão, Dirceu Lopes, Piazza, Palhinha, Nelinho e Roberto Batata. Os feitos obtidos por ele estão entre os mais relevantes do clube. Veja abaixo algumas curiosidades levantadas pelo Superesportes:

Títulos

Nos dados reunidos pelo Almanaque do Cruzeiro, Zé Carlos aparece na quarta posição entre os atletas que mais conquistaram títulos com a camisa azul. Ele foi campeão 12 vezes:

Campeonato Brasileiro – 1966
Copa Libertadores – 1976
Campeonato Mineiro – 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1977
Taça Minas Gerais – 1973

Somente o volante Ricardinho (15), o atacante Marcelo Ramos (14) e o volante Piazza (13) ganharam mais taças. Assim como Zé Carlos, o lateral-esquerdo Nonato, ídolo celeste na década de 1990, faturou 12 troféus.

Gols

Com 87 gols, Zé Carlos ocupa a 20ª colocação entre os maiores artilheiros da história do Cruzeiro. Ele está empatado com o ex-atacante Abelardo, destaque nas décadas de 1940 e 1950.

1. Tostão - 245 (1963 a 1972)

2. Dirceu Lopes - 228 (1964 a 1977)

3. Niginho - 210 (1929 a 1933; 1939 a 1947)

4. Bengala - 171 (1925 a 1939)

5. Ninão - 168 (1923 a 1931; 1933 a 1938)

6. Marcelo Ramos - 163 (1995 a 1996; 1997 a 2000; 2001 a 2003)

7. Palhinha - 156 (1969 a 1976)

8. Alcides - 150 (1931 a 1948)

9. Joãozinho - 119 (1973 a 1986)

10. Evaldo - 116 (1966 a 1975)

11. Raimundinho - 114 (1951 a 1963)

12. Roberto Batata - 111 (1971 a 1976)

13. Nelinho - 104 (1973 a 1982)

14. Pelau - 98 (1956 a 1960)

15. Tostão II - 97 (1982 a 1985)

16. Sabu - 96 (1947 a 1957)

17. Cleison - 91 (1992 a 1994; 1996 a 1997)

18. Orlando - 90 (1932 a 1942)

18. Guerino - 90 (1947 a 1958)

20. Abelardo - 87 (1946 a 1960)

20. Zé Carlos - 87 (1965 a 1977)

Dos gols marcados por Zé Carlos, cinco foram em cobranças de falta e seis em penalidades máximas. Nas demais jogadas, o meio-campista balançou a rede com a bola rolando.

Zé Carlos contabilizou 54 gols em competições oficiais: Campeonato Mineiro – 30; Campeonato Brasileiro – 21; Copa Libertadores – 2; Taça Minas Gerais – 1.

Os 33 gols restantes estão distribuídos em torneios não-oficiais (6) e amistosos (27).

Em duas ocasiões, o ex-meio-campista fez três gols no mesmo jogo:

- Cruzeiro 3x2 Alemania Aachem – amistoso – 16/06/1968

- Cruzeiro 8x0 Tupi – Campeonato Mineiro – 22/06/1969

Recordes

Arquivo/EM D.A Press
Por mais de 37 anos, Zé Carlos foi o recordista em número de jogos pelo Cruzeiro, com 633 partidas. Ele só foi superado em 13 de junho de 2015, quando o goleiro Fábio foi titular na vitória celeste por 3 a 1, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro, e inteirou o jogo de número 634.

A segunda colocação pertencerá a Zé Carlos por muito tempo, já que os atletas mais próximos de alcançá-la são o volante Henrique, com 433 jogos, e o zagueiro Leo, com 300.

1. Fábio – 774 jogos (2000; desde 2005)

2. Zé Carlos – 633 jogos  (1965 a 1977)

3. Dirceu Lopes – 610 jogos (1964 a 1977)

4. Piazza – 566 jogos (1964 a 1978)

5. Raul – 557 jogos (1966 a 1978)

6. Eduardo Amorim – 556 jogos (1970 a 1981)

7. Vanderlei – 538 jogos (1969 a 1978)

8. Joãozinho – 485 jogos (1973 a 1986)

9. Palhinha – 457 jogos (1969 a 1976)

10. Ademir – 442 jogos (1986 a 1995)

11. Ricardinho – 441 jogos (1994 a 2002; 2007)

12. Henrique – 433 jogos (2008 a 2011; desde 2013)

13. Adelino – 430 jogos (1943 a 1959)

14. Vavá – 428 jogos (1956 a 1967)

15. Darci Menezes – 427 jogos (1967 a 1978)

16. Nelinho – 411 jogos (1973 a 1982)

17. Pedro Paulo – 405 jogos (1963 a 1974)

18. Nonato – 394 jogos (1990 a 1997)

19. Douglas – 391 jogos (1982 a 1988; 1992 a 1994)

20. Geraldo II – 388 jogos (1934 a 1955)

Estilo de jogo

Zé Carlos tinha duas funções no Cruzeiro. Quando Piazza estava em campo, ganhava liberdade para atacar, como uma espécie de armador. Sem o habitual capitão, era recuado para a posição de volante. O jogador, portanto, também se destacava pela qualidade na marcação. E não precisava recorrer a jogadas violentas para desarmar seus adversários. As intervenções defensivas eram executadas de maneira limpa e leal.

Quando encerrou a carreira profissional, em 1985, Zé Carlos ganhou uma revista especial. A relíquia foi publicada pelo Cruzeiro em seu site oficial. Num dos trechos, o ex-jogador fala sobre as influências que teve na carreira: Sargento Fonseca, técnico do Sport de Juiz de Fora, seu primeiro clube no futebol, e o ex-lateral-direito da Seleção Brasileira Djalma Santos.

“O sargento Fonseca foi a grande influência da minha carreira. A ele que devo o que consegui no futebol. É claro que eu também gostava de ver o Ademir da Guia jogar. Era um estilo bonito, mas não me influenciou em nada. Gostava também de ver o Djalma Santos. Foi vendo ele jogar que aprendi uma coisa: era um cara que não corria atrás do ponta, corria era para o lugar por onde o ponta teria que passar. Quer dizer, pegava o cara na curva, criando atalhos dentro do campo”.

Seleção Brasileira

De acordo com o Almanaque da Seleção Brasileira, Zé Carlos disputou oito jogos com a amarelinha (cinco oficiais, pela Copa América de 1975) e marcou dois gols.

Apesar das poucas chances pela Seleção, o volante foi figurinha de um dos álbuns da Copa do Mundo de 1970, da qual o Brasil se sagrou campeão.

Zé Carlos ainda fez parte do grupo de 40 selecionáveis para o Mundial de 1974. Dessa lista, o técnico Zagallo convocou 22, deixando o ex-cruzeirense de fora.

Assista ao gol de Zé Carlos na vitória do Brasil sobre o Peru por 2 a 0, pela Copa América de 1975


Curiosidades

- Zé Carlos nasceu em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, em 28 de abril de 1945. Na infância, tinha o apelido de Zequinha e jogava como ponta-direita da Sociedade Esportiva Esperança, time mirim formado por amigos da Rua Tomás Gonzaga, no Bairro Francisco Bernardino. O então adolescente de 12 anos era o capitão e o principal organizador de amistosos. Anos mais tarde, Sargento Fonseca, técnico do Sport de Juiz de Fora, viu talento no garoto e o colocou para atuar no meio-campo. Ali começou a trajetória do craque.

- O primeiro contrato profissional de Zé Carlos no Cruzeiro foi assinado em 5 de novembro de 1965. O salário era de 150 mil cruzeiros, três vezes mais que o valor pago pelo Sport-JF. Além disso, o meio-campista embolsou 1,5 milhão de cruzeiros em luvas. O salário mínimo naquela época era de 66 mil cruzeiros - R$ 854,35 em valores corrigidos pela inflação, conforme cálculos do Índice de Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (ICV/DIEESE).

- Embora não fosse titular do time campeão da Taça Brasil em 1966, Zé Carlos fez dois gols na competição, nos duelos do Cruzeiro com o Americano-RJ, numa espécie de ‘oitavas de final’ (à época, a fase era chamada de semifinal da ‘Zona Sul’). A Raposa venceu as partidas por 4 a 0, em Campos dos Goytacazes, e 6 a 1, no Mineirão.

- Seria de Zé Carlos o gol do título brasileiro do Cruzeiro em 1974, na decisão contra o Vasco, não fosse o erro histórico do árbitro Armando Marques, que assinalou impedimento quando o meio-campista recebeu cruzamento de Nelinho atrás da linha da bola. O time celeste, que jogava pelo empate para ser campeão (fez melhor campanha na primeira fase), acabou derrotado por 2 a 1, no Maracanã.

- No Guarani, em 1978, Zé Carlos virou definitivamente ‘cabeça-de-área’, sendo fundamental na saída de bola do Bugre. Aos 33 anos, ele coordenou o meio-campo do time que surpreendeu o Brasil ao conquistar o Campeonato Brasileiro. Zelão participou de 29 dos 32 jogos da equipe de Campinas na competição. O treinador era o também mineiro Carlos Alberto Silva, que morreu em 2017.

- Em 1983, já aos 38 anos, Zé Carlos marcou um belo gol por cobertura para o Villa Nova, em jogo contra o Atlético, no Mineirão, pelo Estadual. Na descrição da jogada, o então apresentador do programa Globo Esporte, Fernando Vanucci, afirma que o meia chutou "com violência", mas a finalização foi sutil e encobriu o goleiro atleticano João Leite (assista abaixo):

- Da chegada ao Cruzeiro, em 1965, à despedida pelo Villa Nova, em 1983, Zé Carlos marcou 108 gols. Não há registros sobre a passagem dele pelo Sport de Juiz de Fora.


Arquivo/EM D.A Press




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