Cruzeiro
None

CRUZEIRO

Ídolos do Cruzeiro, torcedores e craques da Copa viram caricaturas nas mãos de artista

Cartunista Felipe Soares é responsável por criar desenhos divertidos de personalidades. Trabalho já chegou ao conhecimento de atletas celestes

postado em 22/06/2018 08:30 / atualizado em 21/06/2018 22:17

Felipe Soares/Divulgação
Quem já teve a oportunidade de ser retratado numa caricatura certamente se divertiu com os traços exagerados colocados pelo artista. Nas redes sociais, ilustradores profissionais compartilham os desenhos e divulgam seus trabalhos para milhares de seguidores. É o caso de Felipe Soares, de 31 anos, cartunista há mais de uma década. Suas obras são voltadas principalmente para personalidades ligadas ao Cruzeiro, como jogadores e ex-jogadores, e ao público em geral. O sucesso foi tão grande que ele foi convidado pela Minas Arena para ilustrar torcedores na Tribuna do Mineirão durante as partidas da Raposa.

Nos eventos, Felipe tem que ser ágil. Entre um rabisco e outro, retoques, sombreamentos e efeitos de luz, o artista desenha homens, mulheres e casais. Tudo isso em aproximadamente seis minutos. Um desafio, claro, que é encarado graças a muito treinamento e dedicação diária. Em seguida, as pessoas olham para o desenho e caem na risada com a semelhança traçada de maneira cômica.

“No início era mais desafiador. Hoje se tornou algo natural. É uma diversão, um prazer. Não tenho medo de fazer um desenho. Está tudo pronto na minha mente, de captar a essência de cada pessoa. Tudo se tornou natural”, conta o artista, à reportagem do Superesportes.

Felipe Soares faz caricaturas em preto e branco, coloridas e digitalizadas. O artista também se dedica à produção de bonecos de massa ‘clay’ – específica para a elaboração de esculturas. Entre os jogadores do Cruzeiro ilustrados estão Arrascaeta, Dedé, Fred, Rafael e Sassá, além de ídolos do passado como Sorín, Alex, Tostão, Dirceu Lopes, Marcelo Ramos e Cleison. Há, ainda, obras dedicadas a Neymar e Gabriel Jesus, da Seleção Brasileira, e Luís Suárez, do Uruguai. A cada foto publicada no Instagram, os seguidores – quase todos cruzeirenses – escrevem mensagens na caixa de comentário fazendo algum elogio e procurando informações sobre os serviços oferecidos pelo desenhista. O reconhecimento é o mesmo em relação aos atletas. “Eles gostam e interagem quando participo de algum evento em que eles estão. Comentam nas fotos, nas redes sociais, divertem-se muito”, afirma o cartunista.


O talento de Felipe Soares foi descoberto aos sete anos, quando já demonstrava aptidão para o desenho. O aprimoramento veio de maneira gradativa, quase sempre no autodidatismo. Tanto que ele fez o único curso em 2002, aos 15 anos, no Instituto de Arte e Projeto (INAP), em Belo Horizonte. No início da fase adulta, Felipe serviu ao Exército por um ano, até ser dispensado e passar a se dedicar exclusivamente à arte.

“No princípio era algo de curiosidade, de lidar com pessoas que faziam (o desenho) e eu admirava o trabalho. Meu pai foi incentivador. Quando eu era novo, via o pessoal na Feira Hippie, no Parque Municipal, fazer as artes. Aí meu pai comprava lápis e me incentivava a desenhar. O desenho, então, começou a fazer parte do meu dia a dia. Na escola, eu rabiscava os cadernos. Desenhava personagens ligados aos quadrinhos norte-americano e japonês, paisagens, essas coisas, mas sempre voltado para questões de expressões das pessoas. Fui aperfeiçoando aos 15 anos. Fiz um curso de Desenho Artístico no INAP, pude conhecer novas técnicas, aprendi técnicas de desenho realista. Aos 17, comecei a frequentar o trabalho do meu pai, que mexia com vendas e comercializou algumas artes minhas. A partir daí comecei a ver a possibilidade de transformar algo que sempre gostei de fazer no meu sustento, na minha profissão. Uni o útil ao agradável. Tenho o prazer de fazer o que gosto, tirar o meu sustento do desenho”.


Acesso ao mercado

Felipe Soares/Arquivo pessoal
Antes de ter negócio próprio, Felipe foi professor de arte em escolas, mesmo sem ter formação acadêmica. Ele percebeu que poderia expandir seu trabalho em Belo Horizonte a partir do momento em que notou a escassez de pessoas exclusivamente dedicadas à produção de desenhos sob encomenda ou em eventos.

“Percebi que o mercado de caricaturas é forte em São Paulo, mas em Belo Horizonte não conhecia quase ninguém que fazia. Aí, numa situação difícil, transformou-se numa possibilidade. Hoje tenho 31 anos. Há 10 anos, trabalho com caricaturas em eventos. Ou seja, desde os 20 anos de idade desenvolvi trabalho nas escolas e fui transpondo de um serviço para o outro. Cada vez mais que pegava um evento, menos eu dava aula na escola. Até esse trabalho ser bem divulgado e fazer caricatura sob encomenda. Então, comecei a trabalhar exclusivamente com isso. Hoje tenho meu espaço no ateliê. É um trabalho que desenvolvo, só tende a crescer meus projetos artísticos”.

Hoje, o cruzeirense que faz parte da Torcida Geral Celeste tem um ateliê no Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste de Belo Horizonte. No espaço, dispõe de equipamentos como mesa digitalizadora, prancheta para desenho, grande variedade de lápis e pincéis e outros acessórios que facilitam o desenvolvimento de seus projetos. 

Não é apenas com caricaturas que Felipe Soares trabalha. Ele também faz desenhos realistas de pessoas, paisagens e objetos. Tudo dependerá do que o cliente pedirá. Aos interessados em conhecer melhor o trabalho do artista, basta segui-lo no Instagram:@caricaturafelipesoares.

Felipe Soares/Arquivo pessoal

Tags: Felipe Soares cruzeiro seriea interiormg futnacional caricatura artista