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CRUZEIRO

Novo técnico do Cruzeiro, Rogério Ceni explica motivo da recusa ao Atlético

Treinador enalteceu equipe celeste e projetou trabalho a longo prazo na Toca da Raposa

Humberto Martins
Antes do aperto de mão que selou a ida de Rogério Ceni para o Cruzeiro, ele recusou proposta do Atlético - Foto: Humberto Martins/Superesportes
Rogério Ceni deu suas primeiras declarações como treinador do Cruzeiro na manhã desta terça-feira, após desembarcar no aeroporto de Confins, para assumir o comando da Raposa. E, também pela primeira vez, ele explicou as razões de ter recusado um convite para treinar o Atlético, em abril deste ano, após a demissão do técnico Levir Culpi pela diretoria alvinegra.

“São duas grandes equipes. Há quatro meses atrás eu não poderia trabalhar em lugar nenhum do Brasil, porque estava no meio de duas finais de campeonato estadual e da Copa do Nordeste, pelo Fortaleza. Então, pelo respeito que eu tenho pelo clube. Não só o respeito, mas o desejo de ser campeão. Se estivesse aqui no Cruzeiro, também não iria para lugar nenhum do mundo”, afirmou o técnico.

Ceni afirmou que os fatores que pesaram na escolha foram o momento da temporada em que ele se encontrava e os desafios que terá no comando do Cruzeiro - o principal deles, superar a crise. Ele aproveitou para enaltecer a grandeza e os títulos da equipe celeste e projetou um trabalho longevo na Toca da Raposa, talvez até o centenário do clube, que será comemorado em 2 de janeiro de 2021.  

“Momento. São momentos completamente distintos.
Nós viemos aqui tentar um desafio maior, num momento de dificuldade, momento de baixa, que não é normal para o Cruzeiro, que é um clube acostumado a vencer. Teve um momento difícil, se não me engano em 2011 e 2012. Depois em 2013 e 2014 foi campeão brasileiro. Em 2015 e 2016 também passou por momentos de instabilidade. Em 2017 e 2018 ganhando Copa do Brasil. E agora volta a ter um momento instável. Tomara que não seja tão durarouro como esses outros que passaram. E também porque logo chega o centenário. É em 2021, se não me engano, não é? Não é fácil, mas quem sabe a gente possa fazer parte disso tudo. Para mim é um privilégio poder estar aqui no dia de hoje” idealizou o treinador.

Versão do Fortaleza

Na última segunda-feira, Marcelo Paz, presidente do Fortaleza havia se manifestado sobre o ‘não’ de Rogério Ceni ao Galo no primeiro semestre e o ‘sim’ do treinador à Raposa no segundo. A versão de Paz converge com a de Ceni, especialmente sobre o fato de o técnico estar muito próximos de conquistar títulos pelo Fortaleza.

“Vai ser uma análise minha e do pouco que conversei com Rogério. Naquele momento do convite do Atlético para o Rogério, estávamos em meio às finais do Campeonato Cearense. O convite ocorreu antes do primeiro jogo da final e transcorreu a semana entre o primeiro e o segundo jogo.
O Rogério jamais iria deixar o clube naquele no meio de uma final de competição, na iminência de conquistar um título, na iminência de ser campeão. Título que ele não tinha conquistado ano passado, quando a gente perdeu para o Ceará as finais. Acho que esse fator foi preponderante para a permanência dele naquele momento. Estávamos também disputando a Copa do Nordeste, com reais condições de sermos campeões”, disse o presidente do Fortaleza em entrevista à ESPN Brasil

Marcelo Paz demonstrou ter consciência de que, cedo ou tarde, perderia seu treinador para outro clube. Resignado, ele revelou ter ciência das pretensões de Rogério de vislumbrar maior projeção na carreira.
 
“Naquele momento, o Rogério priorizou o lado esportivo e a possibilidade de títulos. Agora ele entendeu que era o momento, que seria, de repente, mais confortável para ele essa mudança, com um terço, praticamente da Série A. Ele quer dar esse vôo profissional. Ele quer ir para um clube que tem, de fato, e a gente reconhece, uma projeção, no momento, maior. Uma estrutura física, também, hoje ainda melhor do que a nossa e cabe à gente aceitar. Não tem que lamentar”, afirmou Marcelo Paz.

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