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Após tentativa de acordo entre organizadas falhar, Cruzeiro acionará Ministério Público

Clube convocou reunião com Polícia Militar, Máfia Azul e Pavilhão Independente

postado em 16/10/2019 14:55 / atualizado em 16/10/2019 17:31

<i>(Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)</i>
Cruzeiro promoveu na manhã desta quarta-feira uma reunião entre a Polícia Militar e duas de suas principais torcidas organizadas - a Máfia Azul e a Pavilhão Independente. A tentativa era de que as organizadas, desafetas declaradas, chegassem a um consenso, evitando um possível confronto no jogo contra o São Paulo, às 19h, no Mineirão.

Além das desavenças entre as torcidas do mesmo time, a presença da torcida são-paulina preocupa ainda mais. As organizadas tricolores, outrora aliadas das celestes, atualmente não têm boa relação, o que pode aumentar a probabilidade de conflito.

Cruzeiro informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que destinou uma parte da reunião para que os representantes das duas torcidas tentassem se entender, contudo, a Máfia Azul afastou qualquer possibilidade de acordo com a Pavilhão Independente.

Diante do impasse, a diretoria celeste informou que irá preparar uma representação para ser apresentada ao Ministério Público, como forma de precaução contra qualquer incidente.

Torcidas suspensas pelo Ministério Público

Na teoria, Máfia Azul e Pavilhão Independente estão suspensas pelo Ministério Público. Desde o dia 5 de outubro, membros dessas organizadas estão impedidos de frequentar estádios em dias de jogos, nem se aproximar do entorno das praças esportivas num raio de cinco mil metros.

A punição tem duração de 30 dias. Na época, o MP notificou Federação Mineira de Futebol (FMF), proibindo o “uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical ou qualquer objeto que possa caracterizar a presença da torcida nos estádios ou seus respectivos entornos nos dias de jogos”.

Os integrantes da Máfia Azul e da Pavilhão Independente também estão temporariamente impedidos de utilizarem suas sedes em dias de jogos do Cruzeiro e de torcidas rivais, sob pena de multa de R$ 50 mil, conforme Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) assinados em fevereiro de 2008.

A sanção imposta pelo Ministério Público veio após vários episódios de violência e confusão causados por membros de ambas agremiações.

No dia 21 de setembro, após o jogo entre Cruzeiro e Flamengo, uma briga entre Máfia Azul e Pavilhão transformou a Esplanada do Mineirão em uma verdadeira praça de guerra. Dias depois, houve novo atrito entre alguns integrantes, dessa vez em uma espeteria de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nas redes sociais, membros das duas agremiações trocam ameaças.

Em 1º de outubro, cerca de 20 integrantes da Máfia Azul arrombaram um dos portões da Toca da Raposa II e invadiram o CT. A própria torcida registrou e divulgou o ato em seu Instagram. O grupo entrou em um dos campos soltando rojões em direção aos atletas. A Polícia Militar foi acionada. Sete viaturas e 20 policiais participaram da operação.
 
Em entrevista ao Superesportes no início deste mês, o major Carlos Felipe Oliveira de Souza, subcomandante do Batalhão de Choque da PM informou que está atento a possíveis embates entre torcedores. “Vamos prender membros de torcidas ou qualquer outro torcedor que está provocando este estresse nos jogos de futebol”, garantiu o militar.

Versão das torcidas

Após a divulgação da nota do Cruzeiro afirmando que a Máfia Azul teria recusado o acordo com a Pavilhão Independente, as duas torcidas se manifestaram (veja abaixo).

A Máfia Azul emitiu uma nota atribuindo à Pavilhão Independente a culpa pela confusão ocorrida na partida contra o Flamengo, por ter se unido a uma organizada rubro-negra (Torcida Jovem do Flamengo) e agredido torcedores do Cruzeiro. A entidade disse que propôs a alteração da localização da Pavilhão Independente no Mineirão, sugerindo que seus torcedores se posicionassem no setor laranja (local onde tradicionalmente ficava a torcida do Atlético, na época dos clássicos com torcida dividida), a fim de evitar o confronto entre organizadas. Entretanto, a proposta não teria sido aceita pela Pavilhão Independente.

A Pavilhão Independente, por sua vez, rebateu as acusações e afirmou que existe uma tentativa de frear o crescimento da torcida. A agremiação ratificou a versão da diretoria do Cruzeiro, alegando que se colocou à disposição para uma trégua, porém não houve reciprocidade.
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<i>(Foto: Reprodução)</i>
<i>(Foto: Reprodução)</i>


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