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Na Justiça, Dodô pede que Cruzeiro respeite acordo feito pela gestão Wagner e diz que quer voltar aos treinos na Toca II

Lateral-esquerdo teria de receber, só em luvas, cerca de R$ 8,8 milhões

Tiago Mattar
Dodô se reapresentou ao clube em 2020, mas foi 'liberado' em 10 de janeiro - Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

O lateral-esquerdo Dodô foi mais um a acionar o Cruzeiro na Justiça do Trabalho. Em resumo, ele pede que o clube cumpra o acordo realizado pela gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá, que prometeu novo contrato até dezembro de 2023 - com pagamento de R$ 8,8 milhões só em luvas - caso ele completasse três partidas ou a Raposa alcançasse 15 pontos no Campeonato Brasileiro de 2019. 


Inicialmente, Dodô chegou ao Cruzeiro emprestado pela Sampdoria, da Itália, até o fim de 2019. 

Embora as metas tenham sido alcançadas, o Núcleo Dirigente Transitório do Cruzeiro, que assumiu a administração do clube no fim de dezembro após as renúncias de Wagner Pires de Sá e de seus vices, Hermínio Lemos e Ronaldo Granata, entendeu que não tinha obrigação de cumprir o que estava acordado. 

A informação de que o jogador ajuízou ação contra o Cruzeiro foi divulgada inicialmente pela Rádio Itatiaia. Ao Superesportes, o advogado de Dodô, João Chiminazzo, explicou o processo. 

“Quando o Dodô veio da Sampdoria para o Cruzeiro, clube e jogador combinaram que se objetivos fossem alcançados, Dodô teria que firmar um novo contrato (a partir de 2020). Esses objetivos foram atingidos, mas o Cruzeiro não firmou o vínculo”, disse.



“A Sampdoria entende que o Dodô já é do Cruzeiro. O Dodô, portanto, não pode treinar na Sampdoria, porque realmente não há vínculo, e queria treinar no Cruzeiro, mas o Cruzeiro não deixava. Por esse motivo, o Dodô teve que entrar para pedir esse novo contrato e a efetivação de registro na CBF. Claro, respeitando o período de paralisação do Covid-19”, completou Chiminazzo.

Atualmente, Dodô está no Brasil e tem tentado manter a forma física com atividades elaboradas por um personal trainer. Questionado sobre a possibilidade de um acordo, respeitando a situação financeira do Cruzeiro, para que o lateral-esquerdo volte a atuar em Belo Horizonte, Chiminazzo desconversou. “Depende de o Cruzeiro propor algo”, disse. 

Além do valor que deveria ser pago ao jogador, a antiga gestão assinou com a Sampdoria uma obrigação de compra de 90% dos direitos econômicos do lateral-esquerdo. Até o fim de 2019, o Cruzeiro precisaria ter depositado cerca de R$ 1,3 milhão nos cofres do clube italiano, o que não foi cumprido. 



Contratado sob alta expectativa, Dodô frustrou grande parte da torcida do Cruzeiro em 2019. Na maior parte da temporada, sem conseguir regularidade, amargou a reserva de Egídio, mesmo com o titular sofrendo com muitas críticas. Ao longo do ano, foram 28 jogos e um gol marcado, na goleada por 4 a 0 sobre o Huracán, na fase de grupos da Copa Libertadores.