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Por conta da pandemia, Cruzeiro deixou de arrecadar mais de R$ 40 milhões em vendas de jogadores

Vendas do atacante Maurício e do zagueiro Cacá não se concretizaram devido à crise do coronavírus

Redação
Cruzeiro deixou de arrecadar R$ 40 milhões em vendas de atletas - Foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press
Punido pela Fifa com a perda de seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro por conta do não pagamento de uma dívida, o Cruzeiro deixou de arrecadar mais de R$ 40 milhões em vendas de jogadores este ano. De acordo com Carlos Ferreira, Interlocutor do Núcleo Dirigente Transitório com o departamento de futebol, as negociações não avançaram por conta da pandemia do coronavírus.



Segundo o dirigente, o Cruzeiro recebeu uma proposta de R$ 20 milhões pelo atacante Maurício, de 18 anos, cujo valor seria utilizado para pagar algumas dívidas do clube na Fifa. Entretanto, a venda não se concretizou por conta da paralisação do futebol.

“As coisas estavam bem adiantadas e o provável investidor que gostaria de contratar o Maurício chegaria até R$ 25 milhões. Então no intervalo das negociações, veio a pandemia e esfriou tudo”, explicou Carlos durante live no canal do Youtube Informativo Cruzeiro.

Outro jogador que esteve perto de deixar a Toca da Raposa foi o zagueiro Cacá. Segundo Carlos Ferreira, Athletico-PR e CSKA-RUS fizeram propostas oficiais pelo atleta de 21 anos. De acordo com o dirigente, o clube russo chegou a oferecer quatro milhões de euros pelo defensor, cerca de R$ 23 milhões na cotação da época.



“O Athletico-PR havia feito uma proposta oficial por 60% do passe dele, que é o que o Cruzeiro tem de direito, mas nós entendemos que, naquele momento, o Cacá valeria mais de dois milhões de euros. Tínhamos uma proposta do CSKA, da Rússia, que daria quatro milhões de euros pelo Cacá. Se você tem a possibilidade de vender o jogador por quatro milhões, seria um mau negócio vendê-lo por dois. Então, teríamos que esperar também. E isso foi tudo acumulado nos dias que antecederam a pandemia. Chegando a pandemia, desestruturou todo mundo, paralisou todos os campeonatos. O Cruzeiro precisava fazer as negociações, de captar esses recursos, mas infelizmente não teve condições”, disse Carlos.

Com as frustrações nas vendas, o Cruzeiro não obteve receita para quitar suas pendências. Na última semana, a Raposa foi punida com a perda de seis pontos por não pagar uma dívida de 2016, no valor de R$ 5,3 milhões, junto ao Al-Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, referente ao empréstimo do volante Denílson. 

O valor da negociação de Maurício também viabilizaria o pagamento da dívida de R$ 10 milhões com o Zorya-UCR pela compra do atacante William Bigode em 2014. O prazo se encerra em 29 de maio e o clube já afirmou que não há verba para o pagamento.

Já o dinheiro da venda de Cacá seria aplicado no caixa celeste para quitar outras pendências no futuro. Vale lembrar que, em 2020, o Cruzeiro terá de pagar mais de R$ 80 milhões em dívidas na Fifa.