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Perto do Cruzeiro, Louzer tem trabalhos em Chape, Coritiba e Vila Nova analisados por jornalistas

Relatos apontam detalhes das passagens do técnico pelas três equipes

postado em 14/10/2020 06:00

(Foto: Márcio Cunha/Chapecoense)
Perto de ser anunciado como novo técnico do Cruzeiro, Umberto Louzer é relativamente novo na profissão. Sua primeira experiência foi em 2018, quando deixou de ser auxiliar-técnico para comandar o Guarani após a saída precoce de Fernando Diniz. Antes, ele já havia integrado as comissões de Maurício Barbieri, Vadão, Marcelo Cabo e Lisca.

Desde então, o treinador acumula passagens por Vila Nova-GO, Coritiba e Chapecoense, seu clube atual. O Superesportes ouviu repórteres/setoristas dos três últimos clubes de Louzer. Eles fizeram análises dos trabalhos e ressaltaram pontos fracos e fortes. Leia, abaixo, os três relatos:

Vila Nova-GO: análise de Vítor Monteiro, editor de esportes da TV Brasil Central e ex-setorista do Vila pela Rádio Sagres 

Louzer teve pouco tempo no Vila. Aproveitamento foi alto (62%), mas o baixo rendimento em dois jogos-chave geraram um desgaste com a diretoria: derrota para o Goiás na Serrinha no Goianão (Vila foi dominado) e classificação com empate na Copa do Brasil (1 x 1 contra o Manaus). 

Nos treinos, trabalhava bastante com a parte ofensiva. Treinava muitas triangulações, com apoios e ultrapassagens dos laterais. Outra coisa que ele trabalhava bastante eram passes verticais e ocupação de espaços. Falava muito para os atletas da importância de se posicionar melhor em campo para não ter de correr errado.

Posicionava o time no 4-3-3, com dois pontas. Alternava muito o Danilo com o Alan Mineiro pelas beiradas. Na prática, o time dependia muito da individualidade do Alan.

Coritiba: análise de Daniel Piva, repórter da Rádio Transamérica de Curitiba

O Louzer chegou aqui ao Coritiba no final de fevereiro para o início de março. O Coxa tinha acabado de cair na Copa do Brasil, perdeu para o URT na primeira fase. Ele ficou marcado aqui com a ideia de desenvolver o futebol mais de propor o jogo, o Coritiba era bem ofensivo sob o comando dele. 

Ele oscilou bastante no Campeonato Paranaense, mas ele fez apenas o segundo turno. Começou com uma goleada por 4 a 0, mas perdeu a final do turno para o Athletico-PR -  vencia até os 43 minutos do 2º tempo e foi eliminado da competição nos pênaltis. Já na Série B ele começou oscilando, perdeu o clássico para o Paraná, no Couto Pereira, e ali parecia que era o momento mais crítico que o Coritiba iria ter.

(Foto: Divulgação/Coritiba)
Nos últimos 10 jogos do turno, porém, ele conseguiu manter uma invencibilidade e ficou 10 jogos sem perder. Aquele foi o melhor momento do time e parecia que ele já havia superado toda a desconfiança. Mas em seguida ele ficou cinco jogos sem vencer e acabou demitido após uma derrota para o CRB. 

O time dele tinha essa característica de ofensividade, de ficar bastante com a bola, mas oscilava bastante. Em determinado momento era muito dependente do Rodrigão, centroavante. Os primeiros sete gols do Coritiba no ano passado na Série B foram marcados pelo Rodrigão.

No Coritiba, foi um time bem diferente do que esse da Chapecoense, que tem um sistema defensivo como ponto forte. São trabalhos em linhas diferentes. Aqui tinha um ataque que dependia de um jogador, mas que conseguia um número alto de gols depois da chegada de Robson, Rafinha e Alano. Já a defesa sofria bastante porque jogava com as linhas altas e sofria bastante contra-ataque. Foi um trabalho irregular, mas que deixou boa impressão. Nota 6,5, 7. 

Chapecoense: análise de Rodrigo Goulart, setorista da Chapecoense na Rádio Chapecó

O Umberto Louzer chegou sob desconfiança, um técnico um pouco desconhecido embora tivesse trabalhado no Coritiba. É um técnico jovem, começou em 2018, então todo mundo ficou com o pé atrás, mas com os resultados do trabalho ele foi conquistando o torcedor. Ele pegou o time na zona do rebaixamento no Catarinense e levou ao título. 

Ele tirou o time de uma situação desesperadora e levou para a taça. É um técnico muito competente, ele dificilmente erra, às vezes a gente pega no pé dele aqui porque ele puxa muito no freio de mão do time, em alguns jogos foi assim, mas ele sabe armar as equipes. Ele é estrategista e tem um bom controle do vestiário. Na Chapecoense pelo menos foi assim e os jogadores gostam muito dele, tem um bom relacionamento, não é aquele técnico paizão, mas também não é aquele xerifão. 

Ele começou aqui na Chapecoense usando muito a marcação-pressão, roubando a bola no campo do adversário, abafando já no início do jogo. Tanto que na Série B alguns gols foram marcados já nos primeiros minutos e agora nas últimas rodadas para cá, ele tem mudado um pouco o estilo, ele tem usado um pouco mais aquele futebol reativo, talvez pela questão do desgaste físico. Por isso que a equipe tem feito poucos gols no campeonato, apenas 11 em 13 (jogos).

O sistema defensivo, por outro lado, é excelente. A Chape tomou apenas quatro gols em 13 jogos. Os times não conseguem entrar na área da Chape, apenas em bolas cruzadas. Então, a defesa é monstruosa. Ele resgatou alguns jogadores também que estavam aí desde o ano passado e encaixou o time, é uma perda muito grande para a Chape.

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