Futebol Internacional
None

THE BEST

Prêmio de melhor jogador do mundo pode acabar com dinastia de Messi e CR7

Com Messi fora da disputa e Cristiano Ronaldo com a sombra de Modric, prêmio de melhor jogador do mundo da Fifa pode ter um novo protagonista

postado em 24/09/2018 08:53 / atualizado em 24/09/2018 09:22

Roman KRUCHININ AND Adrian DENNIS/AFP
A premiação do Melhor Jogador do Mundo da Fifa nesta temporada dá indícios da reta final de uma dinastia. Cristiano Ronaldo e Messi dominaram os últimos dez anos do futebol mundial, revezando entre eles a conquista deste título. Porém, na temporada 2017/2018, novos nomes surgiram, e outros consolidados cresceram. Com isso, o argentino não ficou entre os três indicados pela primeira vez desde 2007, mas o português permaneceu. E ao lado do craque da Juventus, concorrem seu ex-companheiro de Real Madrid, Luka Modric, e o atacante do Liverpool Mohamed Salah.

Dois atletas que tiveram temporadas brilhantes, se destacando coletiva e individualmente em suas equipes. O último jogador que conseguiu vencer o prêmio de melhor do mundo antes da dualidade CR7 - Messi foi o brasileiro Kaká, em 2007. Neste período de revezamento entre o português e o argentino, apenas em 2010 aconteceu de um deles não estar entre os três melhores. Naquela ocasião, o pódio foi composto apenas por jogadores do Barcelona. Lionel Messi foi o primeiro lugar, seguido de Iniesta e Xavi. Agora em 2018, foi a vez do camisa 10 dos blaugranas ficar de fora.
 
Caso o prêmio vá para Modric ou Salah, poderemos estar vendo o início de uma nova era na elite do futebol mundial. O maior prêmio individual para um futebolista pode sair da polarização e reassumir um caráter mais equilibrado, de maior concorrência para conquistá-lo, como havia nas décadas de 1990 e 2000. Entretanto, o título ficar em outras mãos não significa ainda que é o fim das chances de Cristiano Ronaldo e Messi.
 
Ambos ainda têm muita “lenha para queimar”, mesmo acima dos 30 anos. O argentino com 31, tem assumido nova função no Barcelona, sem a mesma velocidade de antes, mas participando mais ativamente da construção das jogadas. Já o português, aos 33, tem cada vez mais jogado próximo ao gol, centralizando e potencializando cada vez mais o seu faro de artilheiro. Somado ao fato de serem dois atletas que se cuidam muito fisicamente, é bastante plausível imaginar que ainda os veremos nesta disputa por mais alguns anos.
 
Como outros nomes têm surgido e se consolidado no cenário de craques do futebol, e que não há um jogador que demonstre - ainda - que possuirá soberania nessa disputa, é possível elencar nomes que estarão constantemente em busca do prêmio nas próximas temporadas. Além de Salah, que possui apenas 26 anos, Neymar, os franceses Griezmann e Mbappé, os belgas Hazard e De Bruyne, o argentino Paulo Dybala, o inglês Harry Kane, entre outros grandes atletas. Portanto, sendo ou não o começo da derrocada do reinado de Cristiano Ronaldo e Messi, ambos estão no seleto grupo dos gênios deste esporte.

As cartas de cada um 
Números e títulos conquistados pelos três candidatos ao posto de melhor do mundo na temporada


AFP PHOTO / Juan Mabromata
CR7

55
jogos

54
gols

15 gols
Artilheiro da Liga dos Campeões

4 gols
na Copa do Mundo (em 4 jogos)

Títulos na temporada

Liga dos Campeões
Mundial de Clubes
Supercopa da Espanha
Supercopa da UEFA

O gajo pode não ter tido um grande início de temporada à altura dos seus padrões, mas quando engrenou, foi brilhante. Dos 26 jogos disputados em 2017, marcou 20 gols, mas ficou sem marcar em 12. Números que não são normais para Cristiano Ronaldo. Com a virada do ano, o panorama mudou. Vinte e nove jogos e somente em nove ele não marcou. Além disso, o número de gols cresceu. Foram 34, contando jogos pela Seleção Portuguesa. A média de gols por jogo, que era de 0,76, subiu para impressionantes 1,17 gol por jogo. No Campeonato Espanhol ele foi vice-artilheiro, com 26 gols, e na Champions League foi artilheiro isolado, com 15 tentos. Decisivo na conquista do 13º título do Real Madrid no torneio europeu, CR7 marcou gols em todos os jogos da fase de grupos e até as quartas de final, incluindo um dos gols mais bonitos da temporada, de bicicleta, contra a Juventus, fora de casa. Na Copa do Mundo da Rússia, não pôde fazer muita coisa por Portugal, mas teve atuação de gala no empate em 3 a 3 contra a Espanha, na primeira rodada do Mundial, ao marcar os três gols de Portugal.

AFP PHOTO / Mladen ANTONOV
Modric

66
jogos

gols
 
2
gols na Copa do Mundo 
(em 7 jogos)

Craque
da Copa do Mundo

Títulos na temporada
 
Champions League
Mundial de Clubes
Supercopa da Espanha
Supercopa da UEFA

Um meio-campista multifuncional, atuando em várias posições no setor. Já vinha de várias temporadas de alto nível pelo Real Madrid, mas em 2018, aos 33 anos, foi coroado com uma grande atuação na Copa do Mundo. Modric não era só o cérebro da seleção croata, mas também era o coração. Pensava o jogo, distribuía a bola, ditava o ritmo da equipe. Após grandes atuações em jogos como a goleada em cima da Argentina, por 3 a 0, ainda na fase de grupos, o capitão croata liderou sua equipe rumo à final do Mundial. As prorrogações em todos os mata-matas, entretanto, fizeram com que a Croácia sentisse o desgaste na final contra a França e não tivesse força suficiente para reagir. Mesmo assim, Modric foi eleito o melhor jogador do torneio e, segundo a própria FIFA, a Copa do Mundo terá um peso a mais para a escolha do melhor jogador do mundo neste ano. Então, após mais um título de Champions League pelo time espanhol, e um vice-campeonato histórico com sua Seleção, Modric tem reais chances de conquistar o prêmio entregue pela entidade máxima do futebol.

 AFP PHOTO / Oli SCARFF
Salah

60
jogos

51
gols

Sem títulos na temporada

2
gols na Copa do Mundo 
(em 3 jogos)

10
gols na Liga dos Campeões (vice-artilheiro)

Individualmente, o egípcio do Liverpool teve uma temporada dos sonhos. Chegou desacreditado pela torcida dos Reds e imprensa local, que acreditava ser um jogador caro demais - foi contratado por 42 milhões de euros - e que o investimento não valeria a pena. Mas ele contrariou todas essas expectativas. Foi o artilheiro do Campeonato Inglês com 32 gols marcados, recorde em uma única edição do torneio, desde que passou a contar com 38 rodadas. Na Champions League, foi vice-artilheiro com dez tentos e um dos responsáveis pela grande campanha da sua equipe. Entretanto, uma lesão no ombro na final da competição o tirou da partida e comprometeu sua participação na Copa do Mundo, já que jogou sem estar 100%, marcou apenas dois gol e não conseguiu avançar para as oitavas de final com o Egito. Porém, os números e atuações marcantes de Salah na temporada - 51 gols em 60 jogos pelo clube e seleção -, formando um dos trios ofensivos de maior destaque em 2017/2018, o credenciaram a estar entre os três melhores do mundo e o dão chances de conseguir o título, que não vai para um atleta africano desde Weah, liberiano vencedor do prêmio em 1995.