Futebol Internacional

Preferência por mais especialistas

Depois de perder titulares, Raposa recorre a substitutos habituados à disputa

Paulo Galvão

Marcelo Oliveira trabalha com elenco diferente este ano e espera espírito mais competitivo na Libertadores



Desde que se sagrou tricampeão brasileiro, em 2013, o Cruzeiro deixa claro: conquistar o terceiro título da Libertadores é prioridade. Eliminado pelo San Lorenzo nas quartas de final no ano passado, o time ainda levantou o tetra nacional antes de a diretoria e a comissão técnica reformularem o grupo. Quando alguns jogadores saíram atraídos por propostas atraentes, para eles e para o clube, o critério adotado para a reposição foi o de buscar atletas mais "cascudos", de boa técnica, mas também capazes de encarar as partidas extremamente disputadas da competição continental.

Assim, o Cruzeiro apelou para reforços habituados à Libertadores, como o zagueiro Paulo André, campeão pelo Corinthians em 2012, o volante Willians e o atacante Leandro Damião, vencedor pelo Internacional em 2010. Para completar, recorreu a estrangeiros como o lateral-esquerdo chileno Mena, o armador uruguaio De Arrascaeta e o atacante colombiano Riascos, ganhando mais facilidade para se comunicar com árbitros e assistentes em campo.

"Ficou uma ponta de frustração no ano passado, pois acreditávamos ter condições de chegar à final da Libertadores e de conquistá-la, mas acabamos ficando fora por algumas circunstâncias. Agora, vamos procurar montar uma equipe forte, que tenha condição de chegar ao título, tão desejado por todos", comenta o treinador Marcelo Oliveira.

Mais uma vez, a equipe aposta na força do Mineirão, onde tem excelente retroscpecto desde a reinauguração, em fevereiro de 2013. Em 61 jogos no reconstruído Gigante da Pampulha, foram 49 vitórias, sete empates e apenas cinco derrotas, com aproveitamento de 84,15%. "Esperamos manter o bom desempenho nesta temporada e contamos mais uma vez com o apoio das arquibancadas, incentivando os novos jogadores, assim como foi feito com os atletas que marcaram seus nomes na história do clube nos dois últimos anos", declara o treinador.

INTELIGÊNCIA

Para os atletas, o time precisará de garra e inteligência para encarar os adversários desde o início. E também trabalhar forte para voltar a ter o entrosamento de antes. "Estávamos acostumados a jogar de uma forma e as mudanças geram alguns questionamentos. O importante é a gente aprimorar o melhor futebol possível, seguindo aguerridos na marcação e técnico quando tivermos a bola", diz o volante Henrique, que parte para sua sexta Libertadores com a camisa celeste.

DESTAQUE

Fábio

Jogador mais antigo do grupo, o goleiro, em sua 11ª temporada consecutiva no clube – havia passado pela Toca em 2000 –, terá mais uma vez a missão de transmitir experiência e confiança aos companheiros, em sua sétima Libertadores (sexta como cruzeirense). Depois de calar os críticos na conquista de dois Brasileiros seguidos, o camisa 1 tem nova chance de entrar definitivamente para a história, com uma taça continental

O TÉCNICO

Marcelo Oliveira

Em 2013, o treinador surpreendeu ao conseguir dar liga a uma equipe que havia acabado de ser formada, apostando em jogadores promissores e definindo desde o início o esquema tático. Agora, tenta repetir o feito na Libertadores, com a vantagem de já conhecer bem os bastidores do clube, além de ter trabalhado com a maioria dos jogadores, conhecendo bem cada um deles.

HURACÁN

Quatro décadas depois


Depois de três anos na Segunda Divisão Argentina, o Globo, como é conhecido, retornou à Primeira em grande estilo e conquistou vaga na Libertadores depois de 41 anos. Para chegar ao Grupo 3 da edição de 2015, a equipe teve de passar pelo peruano Alianza, sem maiores problemas. A equipe de Buenos Aires é treinada por Néstor Apuzzo, que tem como assistente Gabriel Rinaldi – eles assumiram como interinos depois que Frank Kudelka pediu demissão, em novembro, e foram efetivados. Um dos destaques do time é o experiente armador Patricio Toranzo, que começou no River Plate e passou por clubes como o Racing e pela Seleção Argentina.

MINEROS DE GUAYANA

Ex-santista na regência


A equipe de Puerto Ordaz se classificou à Libertadores depois de vencer o Torneo Abertura de 2014, quebrando jejum de 25 anos sem um título nacional venezuelano. Com grupo bem diferente do que conseguiu a vaga, o técnico Miguel Acosta luta para dar entrosamento à equipe. Para tentar fazer bonito, o clube contratou o zagueiro Gabriel Chichero e o atacante argentino Juan Morales. Além disso, conta com o armador Breitner, ex-Santos. "O Cruzeiro é favorito a uma das vagas. A outra será disputada em igualdade de condições", diz o jogador, que nasceu na Venezuela, filho de brasileiro com venezuelana, e destaca o apoio da torcida, que costuma lotar o Estádio Cachamay, com capacidade para 41 mil expectadores.

UNIVERSITARIO DE SUCRE


Fé nos gringos e na altitude

Formado por uma legião estrangeira, o Club Universitario San Francisco Xavier sonha fazer bonito em mais uma participação na Libertadores. Só neste mês, a equipe de Sucre contratou o goleiro argentino Raúl Olivares, de 26 anos, e o atacante equatoriano Richard Mercado Corozzo, de 28 e1,98m de altura. A equipe garantiu vaga na competição ao vencer o Torneo Clausura em 2014, mas não foi bem no Abertura. Tanto que o treinador mexicano Javier Veja foi substituído pelo ex-jogador Julio Cesar Baldivieso, que disputou a Copa do Mundo de 1994 pela Seleção Boliviana. Além dos estrangeiros, o clube conta com a altitude de 2.800m de Sucre. Na edição de 2009, o Cruzeiro enfrentou e venceu os bolivianos duas vezes: 1 a 0 no Estádio Olímpico Pátria e 2 a 0 no Mineirão.