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LIGA DOS CAMPEÕES

Nos pênaltis, Real supera Atlético em Milão e conquista Liga dos Campeões pela 11ª vez

Em reedição da final de 2014, time merengue volta a superar arquirrival e se isola ainda mais como recordista da taças na Champions; CR7 converte cobrança do título

Gazeta Press
Capitão do Real Madrid, Sergio Ramos levanta a taça da Liga dos Campeões depois da decisão dramática - Foto: AFP / OLIVIER MORIN

O Real Madrid dominou o primeiro tempo, aguentou a pressão do Atlético no segundo, sobreviveu à prorrogação e, nos pênaltis, conseguiu o seu 11º título na história da Liga dos CampeõesO duelo marcou a reedição da final de 2014, quando os madridistas também saíram campeões, e marca a consagração do agora técnico Zinedine Zidane, que assumiu um time desacreditado no meio da temporada e chegou à conquista.

No tempo normal, Sergio Ramos abriu o placar ao desviar cobrança de falta, ainda na etapa inicial, enquanto Ferreira Carrasco completou bom cruzamento de Juanfran, já na parte finalNa prorrogação, o empate persistiu e a decisão ficou para as penalidadesForam sete acertos até Juanfran bater no pé da trave, dando a Cristiano Ronaldo a chance de fechar com chave de ouro sua performance no torneio.

Dessa forma, o Real chega à sua 11ª conquista do torneio, isolando-se ainda mais como maior ganhador da LigaO principal perseguidor é o Milan, dono de 7 troféusO último título foi conquistado justamente diante do rival, em 2014, também com gol de Sergio Ramos no tempo normalNaquela ocasião, o zagueiro anotou o seu nos acréscimos do segundo tempo, empatou o duelo em 1 a 1 e, na prorrogação, os madridistas consolidaram um 4 a 1.

O triunfo também marcou a entrada de mais brasileiros na galeria de campeões do torneioFoi o caso do lateral direito Danilo e do volante Casemiro, que terminaram a partida em campoMarcelo, outro representante canarinho, por sua vez, havia sido campeão em 2014.



Zizou engole “Cholo”

O primeiro tempo do jogo que contrapunha o time técnico contra o time aplicado taticamente não teve o cenário projetadoEnquanto o Atlético viu seu meio-campo de marcação passar longe da bola, o Real conseguiu abafar a saída de bola do adversário, adiantar suas linhas e, com a bola no pé, mostrou muita precisão nos passes rápidos para superar as linhas dos alvirrubros.

O mérito de Zinedine Zidane sobre Simeone, o técnico sensação do futebol europeu, foi conseguir fazer com que Bale e Cristiano Ronaldo defendessem e atacassem a todo momentoO galês, por exemplo, fez três desarmes no campo de defesa, enquanto o português acompanhou até o final o lateral direito Juanfran
Em meio a tudo isso, sobrou tempo para a dupla atacar e ajudar na abertura do placar.

Primeiro foi Bale, que cobrou falta ainda no começo do embate, pelo lado direito, próximo à áreaA bola saiu com muito efeito, à meia-altura, e Benzema desviou dentro da pequena área com o pé esquerdoOblak, bem posicionado, conseguiu fazer a defesa e salvou os atleticanosAos 15, porém, não teve jeitoNova falta, dessa vez batida por Kroos, Bale desviou na entrada da área e Sergio Ramos, impedido, completou para a redeA arbitragem ignorou a irregularidade e o zagueiro comemorou bastante o seu tento.

Tranquilo pela vantagem e sabedor do perigo de dar o contra-ataque ao rival, o Real manteve a posse de bola e deu poucas chances até o intervaloA única vez em que o goleiro Keylo Navas foi exigido se deu quando o francês Griezmann conseguiu se livrar da marcação e arriscou potente chute, aos 31 minutos, colocando o costarriquenho para agarrar firme a redonda.



Simeone contra-ataca


Ciente das dificuldades de criação encontradas por sua equipe, Diego Simeone resolveu abrir mão do volante Augusto Fernández e colocou o meia Ferreira Carrasco, dando mais potencial de ataque ao seu timeIsso quase se converteu em gol logo no primeiro minuto, quando Fernando Torres protegeu a bola e sofreu pênalti de Pepe, que tentava antecipá-loNa batida, porém, Griezmann chutou forte, no meio do gol, e atingiu o travessão de Keylor Navas.

Os primeiros 20 minutos foram de intensa pressão do Atleti, principalmente pela boa produção de Carrasco e GriezmannFaltou ao time, no entanto, uma maior precisão na hora de finalizar as jogadas, como ficou claro em uma cabeçada de Godín, após cobrança de escanteio
Quase na pequena área, livre, o uruguaio mandou para trásSavic, na segunda trave, tentou chutar para o gol, mas mandou para fora.

Até então apagado, o Real conseguiu segurar mais a bola em seus pés com a entrada de Isco no lugar de Toni Kroos, diminuindo o forte ritmo do adversárioFoi aí que surgiu a chance de matar o jogo, aos 32 minutosOs pés escolhidos ainda foram os de Cristiano Ronaldo, mas o avante deu uma pedalada com a perna esquerda e acabou dando tempo de o goleiro Oblak abafar o chuteNa sobra, Bale limpou o goleiro e chutou para o gol, mas Godín tirou em cima da linha.

No contragolpe, o Atlético não perdoouJuanfran, que poucas vezes havia passado da linha do meio-campo, tabelou com o volante Gabi e recebeu passe preciso do capitão na lateral direita da áreaDe primeira, ele cruzou rasteiro para a pequena área e Ferreira Carrasco se antecipou a Lucas Vásquez para anotar o tento do empateNa comemoração, correu diretamente à sua namorada, Noemi, sentada na primeira fileira, e deu-lhe um beijo.

Ainda antes do apito final, o mesmo Carrasco puxou bom contra-ataque, limpou dois adversários e Sergio Ramos fez falta dura por trás, mas o juiz inglês Mark Clattenburg deu apenas amarelo ao defensor, para revolta dos jogadores do Atlético.



Cansaço dos dois lados

Na prorrogação, o que mais chamou a atenção dos presentes foi o desgaste físico dos jogadoresAparentando um melhor estado físico na etapa inicial, o Atlético contou com a grande noite de Carrasco para pressionar, mas não conseguiu criar chances clarasAntes dos pênaltis, o melhor lance foi do Real, mas Vásquez demorou muito tempo para chutar após jogada de Marcelo e acabou desarmado por Gabi.

Nos pênaltis, no entanto, falou mais alto a técnicaPraticamente perfeitos, os jogadores deslocaram o goleiro em todos seus chutes, menos no de JuanfranQuarto a bater pelo Atlético, ele chutou rasteiro, no canto esquerdo, e acertou o pé da trave de NavasCristiano Ronaldo, incumbido da quinta cobrança, bateu bem e selou o triunfo do Real.

REAL MADRID 1 (5) X (3) 1 ATLÉTICO DE MADRID


REAL MADRID: Keylor Navas, Dani Carvajal (Danilo), Pepe, Sergio Ramos e Marcelo; Toni Kroos (Isco), Luka Modric, Casemiro e Gareth Bale; Cristiano Ronaldo e Karim Benzema (Lucas Vásquez)
Técnico: Zinedine Zidane

ATLÉTICO DE MADRID: Jan Oblak, Juanfran, José Giménez, Diego Godín e Filipe Luís (Lucas Hernandez); Koke (Thomas Partey), Augusto Fernández (Ferreira Carrasco), Gabi e Saúl Ñíguez; Antoine Griezmann e Fernando Torres
Técnico: Diego Simeone

Local: Estádio Giuseppe Meazza, em Milão (Itália)
Data: 28 de maio de 2016 (Sábado)

Árbitro: Mark Clattenburg (Inglaterra)
Assistentes: Simon Beck e Jake Collins (ambos da Inglaterra)
Cartões amarelos: Carvajal, Keylor Navas, Casemiro, Sergio Ramos, Danilo e Pepe (Real Madrid); Fernando Torres e Gabi (Atlético)
Gols:
REAL MADRID: Sergio Ramos, aos 15 minutos do primeiro tempo
ATLÉTICO: Ferreira Carrasco, aos 34 minutos do segundo tempo
Pênaltis:
REAL MADRID: Vásquez, Marcelo, Bale, Sergio Ramos, Cristiano Ronaldo
ATLÉTICO: Griezmann, Gabi, Saúl