Em outro trecho, o documento cita notícias da imprensa espanhola, entre elas uma publicada pelo jornal "La Vanguardia", e garante que não houve crime. "Estamos seguros que no final do processo será reconhecido que não foi praticado nenhum crime, prevalecendo, sem dúvida, que qualquer atleta profissional, não só o Neymar, tem o sagrado direito de escolher onde quer trabalhar, independentemente da condição financeira oferecida, ou seja, como afirmado pelo advogado especialista, a escravidão acabou. Pensar em qualquer solução diferente é jogar no lixo todos os direitos e garantias fundamentais conquistados em um Estado Democrático de Direito, seja no Brasil, seja na Espanha."
O grupo de investimento brasileiro DIS, que era dono de 40% dos direitos de transferência de Neymar, recorreu à Justiça espanhola afirmando ter recebido menos do que deveria pela transferência do jogador do Santos ao Barcelona em 2013. Investigações na Espanha e no Brasil apontam que parte da quantia de transferência de Neymar foi ocultada. Oficialmente, ele foi vendido oficialmente por 17,1 milhões de euros, mas a Justiça espanhola estima que a transação total tenha atingido 83 milhões de euros.
“Ganhamos o recurso do Neymar e do Barcelona e agora não tem mais saída, pois todos ‘sentarão’ nos bancos dos réus e podem pegar até cinco anos de cadeia”, afirmou Paulo Nasser, advogado da DIS, logo após a decisão da Justiça espanhola.
SANTOS TAMBÉM SE MANIFESTA
Em nota oficial, o Santos também se manifestou nesta quarta para comentar a decisão da Justiça da Espanha, proferida na última terça. Um dos réus neste caso envolvendo Neymar, o clube adotou uma posição imparcial, sem criticar a decisão do tribunal espanhol, e apenas enfatizou que irá defender os seus direitos em meio ao andamento do processo.
"Caso os recursos sejam negados, o processo crime correrá normalmente, com possibilidade de manifestação de todos os envolvidos, realização de provas por testemunhas, documentos e todas as que forem necessárias para a defesa dos interesses do Santos", afirma o clube em um trecho da nota, na qual em seguida finaliza: "Até o momento, inexistem novas informações a serem prestadas sobre o assunto".