A desconfiança em torno de sua gestão foi pouco a pouco diminuindo até quase desaparecer aos olhos dos torcedores mais fanáticos quando o dirigente decidiu reintroduzir as torcidas organizadas, as “ultras”, do Paris Saint-Germain. Banidas das arquibancadas do estádio Parque dos Príncipes por violência e extremismo político, voltaram no ano passado e agradecem o resgate ao catari.
Habilidoso na contratação de craques - graças sobretudo à conta bancária do clube -, Nasser Al-Khelaifi foi eleito em 2015 pela rede ESPN a sétima personalidade mais influente do futebol mundial, mas em 2016 quase perdeu o posto. Depois de apostar alto na contratação de Unai Emery como treinador, o Paris Saint-Germain amargou o vexame da eliminação para o Barcelona do Camp Nou em humilhante 6 a 1, revertendo a vitória de 4 a 0 em Paris.
Em junho, após o fracasso e a nomeação de novo diretor esportivo, Antero Henrique, Nasser Al-Khelaifi chegou a insinuar possível demissão do cargo. Mas um mês e meio depois a ambição de tornar o clube campeão da Europa parece ainda estimulá-lo.
Depois de contratar mais um brasileiro, o lateral-direito Daniel Alves, para a equipe, Nasser Al-Khelaifi agora estaria negociando pessoalmente os detalhes da eventual transferência de Neymar ao Paris Saint-Germain. Segundo o jornal Le Parisien, a contratação, que seria a maior da história, é parte do projeto de Al-Khelaifi de oferecer ao PSG seu trio espetacular com Neymar, Cavani e Alexis Sanchez, hoje no Arsenal, mas também na mira.
A questão em Paris é como equacionar a fortuna necessária para as contratações. Um dos caminhos especulados é a renegociação do contrato entre Paris Saint-Germain e a companhia aérea Emirates, que rende ao clube entre 25 milhões de euros (R$ 91,2 milhões) e 28 milhões de euros (R$ 102,2 milhões) por ano, valor que se soma aos 23 milhões de euros (R$ 83,9 milhões) da Nike. Os contratos são bem inferiores aos do Barcelona, clube com a terceira camisa mais valiosa do mundo, com 35 milhões de euros (R$ 127,7 milhões) da Qatar Airways e 80 milhões de euros (R$ 292 milhões) da Nike.