Minutos antes da atleta prestar seu depoimento, a FA realizou um pedido de desculpas oficial às duas, se baseando na apuração feita pela advogada independente Katherine Newton. Porém, o texto pode ser considerado um tanto quanto contraditório, à medida que não condena totalmente a atitude do ex-técnico da Seleção Feminina. Contém trechos como "No entanto, Newton conclui que Mark Sampson não é, de fato, racista. Não há evidências que comprovem o fato de que Eniola Aluko teria sido exposta a um tratamento de bullying ou de discriminação".
Ao depor, Aluko não apenas falou a respeito do caso, como revelou ter sido vítima de chantagem por parte do chefe executivo da Federação Inglesa, Martin Glenn. O dirigente teria exigido que a jogadora assinasse uma declaração que isentaria a entidade de ser uma instituição racista. Em troca, seria depositada à atleta a segunda parte de um pagamento avaliado em 80 mil euros que, por contrato, deveria ser destinada à ela de qualquer maneira.
"Acredito que eu tenha sido chantageada. Categoricamente, me recusei a escrever qualquer tipo de declaração.
Em resposta à acusação, Glenn alega que as condições para o pagamento da segunda parcela seriam que nenhuma das partes fizesse declarações, ou publicações, difamatórias entre si. Acordo que teria sido desrespeitado pela jogadora ao escrever, no dia 30 de agosto, em uma de suas redes sociais, uma mensagem afirmando que a FA teria ignorado as evidências que incriminariam o treinador Mark Sampson, ainda em 2016.
As polêmicas começaram quando as duas atletas envolvidas no caso de racismo quebraram o silêncio e denunciaram o comportamento inaceitável do técnico Mark Sampson, com quem trabalhavam na Seleção Inglesa de futebol feminino. O treinador foi afastado do cargo pela Federação, que no anúncio oficial, feito no dia 20 de setembro, reconhece que "se tornou evidente um comportamento inadequado e inaceitável para um treinador".