No áudio com os diálogos, que fazem parte do julgamento de corrupção na Fifa, os dirigentes tratam do pagamento de propinas e de como será feita a divisão dos valores entre José Maria Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, atual presidente da CBF. O material foi gravado em 30 de abril de 2014 durante um evento da Copa América Centenário, em Miami.
Nas conversas, J.Hawilla pergunta a José Maria Marin se ele considera que Ricardo Teixeira deveria ganhar o dobro que ele e Marco Polo Del Nero - a divisão era R$ 1 milhão para Teixeira e a mesma quantia para ser dividida entre Marin e Del Nero. "Eu acho que pelo que já fizemos e estamos fazendo era para chegar para o nosso lado", disse Marin, que se declara inocente no processo, na gravação.
A propina se referia ao contrato de cessão dos direitos de transmissão da Copa do Brasil, de 2013 a 2022. Nas conversas, fala-se em "compromisso moral" em continuar pagando Ricardo Teixeira, mesmo com o dirigente tendo renunciado à presidência da CBF em 2012. Foi ele quem assinou o contrato com a Traffic e, segundo J.Hawilla, com a mudança no comando, a divisão dos pagamentos passou a incluir mais partes.
O julgamento também mostrou gravações com conversas entre J.Hawilla e Kleber Leite, que com suas empresas dividiam os pagamentos de propinas. Em alguns momentos Leite parecia não entender a insistência do amigo com algumas perguntas, estranhando o tom da conversa.
"Hawilla, me desculpa, presta atenção. Com base na nossa amizade, eu passei a vida toda contigo. E eu confio em você completamente.
Além das gravações, foi apresentada uma documentação com emails entre J.Hawilla e Flávio Grecco Guimarães, executivo da Traffic. Uma das transações tem comprovante do Delta Bank, dos Estados Unidos, para uma agência do Itaú no Brasil, no valor de R$ 1,035 milhão. Outros valores, em dólares e reais, são descritos no processo, incluindo um pagamento de US$ 200 mil em dinheiro e sem recibo..