Dados divulgados nesta quinta-feira pela consultoria Deloitte apontam que, pela primeira vez, o mercado do futebol na Europa atinge a marca de 25 bilhões de euros (cerca de R$ 112 bilhões).
Segundo o Banco Mundial, apenas 95 países no mundo teriam hoje um PIB acima de US$ 29 bilhões. O produto interno de 99 países, porém, estaria abaixo desse valor, incluindo de locais como Camarões, Estônia, Camboja, Moçambique ou Paraguai.
"Os resultados financeiros da temporada do futebol entre 2016 e 2017 foram os mais impressionantes jamais registrados e refletem uma maior renda e estabilidade financeiras nos clubes", indicou a consultoria.
As cinco grandes ligas europeias - Inglaterra, Itália, Alemanha, Espanha e França - geraram uma receita recorde de 14,7 bilhões de euros, um aumento de 9% em comparação ao ano anterior.
A liderança absoluta é dos ingleses, com uma receita de 5,2 bilhões de euros e 86% superior ao segundo colocado: os milionários clubes espanhóis, com receita de 2,8 bilhões de euros.
Na Alemanha, estão ainda os estádios mais lotados, com uma média de publico de 44 mil pessoas por jogo. Ali, a receita foi de 2,7 bilhões de euros, contra 2 bilhões de euros na Itália e 1,6 bilhão na França.
"A posição financeira do futebol europeu parece ser a mais saudável em muito tempo", disse Tim Bridge, diretor da Deloitte. Segundo ele, isso reflete a "popularidade do jogo, o profissionalismo dos clubes e um ambiente regulatório mais forte". "Ainda que o Campeonato Inglês seja claramente o líder do mercado, estimamos que o crescimento continue em toda a Europa nos próximos anos", apontou.
De fato, a explosão de receita não se limita aos campeonatos mais tradicionais. Hoje, a Turquia já tem o sexto campeonato com a maior receita da Europa, com 734 milhões de euros. Mesmo os russos se aproveitaram da Copa para fazer sua receita ser a sétima maior do continente, com 701 milhões de euros. A lista dos dez maiores campeonatos é completada por Holanda, Portugal e Escócia.
Um capítulo à parte tem sido o dinheiro movimentado nas três primeiras divisões do futebol inglês, com um total de 92 clubes.
Apenas em transmissão, a renda aumentou 25% em um ano, com jogos sendo vendidos por até 150 milhões de euros. Mesmo a segunda divisão inglesa gera hoje uma receita maior que Holanda ou Portugal e viu uma expansão de 30% em comparação a 2015.
Os salários também aumentaram, com 9% de inflação nos clubes ingleses. Em 2017, eles distribuíram mais de 2,5 bilhões em salários, um recorde. Mas, ainda assim, a taxa é de 55% do total da receita, a menor desde 1997 e um sinal de uma maior estabilização.
Dan Jones, sócio da Deloitte, qualifica os resultados como sendo "os mais impressionantes que já vimos". "Há apenas uma década, 60% dos clubes do Campeonato Inglês tinham perdas. Hoje, todos tem lucros. Além disso, pela primeira vez, a receita dos clubes aumentou de forma mais rápida que os salários nos últimos dez anos", completou..