Morador de Pombos, Marivaldo não tinha recursos para viajar de transporte público até Recife para ver o Sport jogar. A solução foi percorrer a pé os 60 quilômetros que separam a cidade do interior até a capital. O trajeto dura cerca de 12 horas e atravessa três cidades pernambucanas. Na mochila, ele carrega apenas dois pacotes de biscoito e uma garrafa de água. Só se alimenta melhor quando chega à Ilha do Retiro, porque conta com a ajuda financeira de outros torcedores no estádio.
"Tem aqueles que me chamam de louco, outros me chamam de abestalhado, mas eu não ligo. Eu sei que não sou. Faço isso porque me faz bem. Eu me sinto feliz em ir ver o Sport jogar. A minha vida é mais feliz por conta do Sport e não posso me preocupar com o julgamento das pessoas. Cada um tem sua forma de ver o mundo e faz o que quiser. O Sport é o meu mundo, o Sport é minha vida", disse Marivaldo, à TV Globo.
Marivaldo começou a enfrentar problemas financeiros após a falência do seu mercadinho. Passou a viver apenas com o auxílio da aposentadoria da mãe, Emília da Silva. O amor ao Sport foi herdado do pai, Maurício Francisco da Silva, já falecido.
Nesta quinta, o torcedor foi convidado pelo Sport para ir ao Recife assistir à premiação online. "Marivaldo? Marivaldo? Eles falaram Marivaldo! Sou eu!", vibrou ao saber que havia sido o escolhido pela Fifa.
Foi o segundo prêmio seguido para um torcedor brasileiro. Em 2019, a ganhadora foi Silvia Grecco, torcedora do Palmeiras que narra os jogos para o filho deficiente visual quando eles vão ao estádio.