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CASO NEYMAR

Nike diz que rompeu com Neymar por recusa em cooperar com investigação

Jogador foi acusado por funcionária da empresa de abuso sexual

Neymar treina na Granja Comary, em Teresópolis, para jogos do Brasil nas Eliminatórias - Foto: Lucas Figueiredo/CBF
A Nike confirmou que encerrou o contrato de patrocínio com Neymar no ano passado porque ele se recusou a colaborar na investigação na qual uma mulher acusou o jogador do Paris Saint-Germain de agressão sexual. O episódio teria ocorrido em 2016. Pela negativa do atleta, a fabricante de material esportivo decidiu romper a parceria que vinha desde 2005.



"A Nike encerrou sua relação com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa-fé de alegações críveis de uma funcionária", disse a empresa, em nota.

Na época do rompimento repentino de contrato no ano passado, nada disso veio à tona. Neymar acabou assinando patrocínio com a Puma e a acusação da funcionária da Nike ganhou grandes dimensões nesta quinta-feira, em reportagem do Wall Street Journal. Segundo a denúncia, o atacante teria forçado a mulher a fazer sexo oral.

"A investigação foi inconclusiva. Não emergiram fatos suficientes que nos permitam falar substancialmente sobre o assunto. Seria inapropriado para a Nike fazer uma declaração acusatória sem poder oferecer fatos que a suportem", explicou a marca.



A funcionária da Nike disse a amigos e colegas que Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral em um quarto de hotel de Nova York, onde ela ajudava a coordenar eventos e fazia a logística para o atacante e sua comitiva. Funcionários da Nike, atuais e antigos, são citados nos documentos.

"A Nike ficou profundamente perturbada com as alegações de assédio sexual feitas por uma de nossas funcionárias contra Neymar Jr. O suposto incidente ocorreu em 2016 e foi oficialmente relatado à Nike em 2018. A funcionária se apresentou para compartilhar sua experiência em um fórum, criado pela liderança da Nike, para proporcionar um ambiente seguro no qual os funcionários atuais e antigos possam compartilhar confidencialmente suas experiências e preocupações. Desde o início, tratamos as alegações da funcionária e sua experiência com grande seriedade", disse a empresa.

"Quando a funcionária retransmitiu suas alegações pela primeira vez à liderança da Nike em 2018, ela o fez apenas com garantias de confidencialidade. Mesmo a Nike estando preparada e pronta para investigar naquele momento, a Nike respeitou o desejo inicial da funcionária de manter o assunto confidencial e evitar uma investigação. Como seu empregador, tínhamos a responsabilidade de respeitar sua privacidade e não acreditávamos que fosse apropriado compartilhar essas informações com as autoridades policiais ou terceiros sem o consentimento da funcionária", continuou.



A Nike reforça que vai continuar respeitando a confidencialidade da funcionária e reconhece que essa tem sido uma longa e difícil experiência para ela. "Em 2019, quando a funcionária posteriormente manifestou interesse em prosseguir com o assunto, agimos imediatamente. A Nike solicitou uma investigação independente e contratou um advogado independente para a funcionária, de sua escolha e às custas da empresa", afirmou.

Em sua defesa, em uma publicação nas redes sociais, Neymar contestou a versão da empresa. "Eu realmente não entendo como uma empresa séria pode distorcer uma relação comercial que está apoiada em documentos. As palavras escritas não podem ser modificadas. Elas sim são muito claras. Não deixam dúvidas", defendeu-se o astro do PSG.

"Desde os meus 13 anos, quando assinei meu primeiro contrato, sempre fui alertado: não fale sobre os seus contratos! Contratos são sigilosos! Contrariar essa regra e afirmar que o meu contrato foi encerrado porque não contribuí de boa-fé com uma investigação, isso é absurdo, mentiroso. Mais uma vez sou advertido que não posso comentar em público", completou.