Discurso forte, direto. Mas, sobretudo, objetivo. São sob essas características que Itamar Schülle, técnico do Santa Cruz, vem se notabilizando. E que à reportagem do Superesportes, em entrevista exclusiva, detalhou o planejamento a ser feito - e posto em prática - pela comissão técnica com relação aos atletas forjados nas categorias de base do Tricolor que disputaram a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2020. Quem irá compor o plantel profissional, quantos atletas subirão e em qual momento podem ser inseridos no time principal? Itamar respondeu a todas essas perguntas.
Análise da base
“Eu sempre fui, em toda minha profissão como treinador, de olhar a base. Não tem nenhum clube que eu passei e não subi alguém, não revelei alguém. Então, eu olho muito para a base porque eu sei que ali sempre tem potencial. A gente já acompanhou a base aqui, fizemos um treinamento, fizemos um jogo-treino contra eles”
Quantos irão subir?
“Eu já tinha falado aqui antes da Copa São Paulo, que eu tinha gostado do goleiro, Rockenedy, do volante André, do meia João Cardoso e do centroavante Léo (Gaúcho). Todos foram muito bem. E isso eu já tinha percebido no jogo-treino. E eles apenas confirmaram o que eu falei disputando a Copa São Paulo. Além deles, eu tinha gostado de outros também. No mínimo, uns quatro, cinco atletas a gente vai subir para ficar conosco no grupo principal”
Como será esse processo?
“Eu vou sentar com o treinador (Filipe Alves), que ele é quem tem os melhores detalhes. Mas, a questão de subir, a gente tem que ter muito cuidado. São bons jogadores, e que daqui a pouco vão estar em um clube grande, tipo o Warley que era da base e acabou saindo (contratado pelo Botafogo após colocar o Santa Cruz na Justiça). Esses jogadores vão acabar saindo para um time grande. Mas para revelá-los você tem que colocar eles no momento certo”.
Inserção no profissional
Se eu colocar eles não tendo uma equipe forte, o pessoal vai começar a achar que eles também são ruins, vão começar a achar que não servem. Quando o clube não está bem e o time também, aí se você colocar o menino e ele não vai bem, não por culpa dele mas pelo contexto, aí começam achar: ‘esse guri não serve’. E se cria pressão em um guri que tem capacidade. Não podemos fazer isso. É o que e digo: a gente tem que ter uma equipe estruturada, que o Santa Cruz ainda não tem.
Como você enxerga o atual estágio do Santa?
“Nós começamos um trabalho com dois jogadores, o Pipico e o Danny Morais. Estão chegando jogadores, uns acabaram indo embora e agora estão voltando. Então estamos nesse processo. Ainda não temos atacante. Temos que trazer esses atletas e dizer: ‘agora que nosso grupo está mais coeso, está mais forte, a partir daí colocaremos esses atletas (da base) para jogar. E aí sim eles vão se fortalecendo, vão criando corpo para se manterem como titulares. É isso que eu penso dos meninos e quanto ao trabalho de hoje”
Projeção para a temporada
Eu falei agora quando estava lá no Rio, no curso dos treinadores: ‘eu vou para o curso fazer o meu melhor e o melhor por clube’. Então, estou tentando montar o grupo e tentando treinar os detalhes de cada um. Isso leva tempo para formar um grupo forte, um elenco forte. E daqui a pouco possa ser que eu nem colha os frutos disso, porque o resultado vai demorar um pouco para vir. Mas o meu trabalho, o que está na minha mente, eu tenho que fazer. Porque se não fizer o melhor que eu creio, assim eu vou embora.