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CRUZEIRO

Treinadores relembram a trajetória de Pezzolano, do Cruzeiro, como jogador

Profissionais que dirigiram o ex-armador do Liverpool do Uruguai o elogiaram pela qualidade técnica em campo e liderança no elenco

postado em 25/01/2022 06:00 / atualizado em 25/01/2022 18:27

(Foto: AFP PHOTO / Miguel ROJO)

A torcida do Cruzeiro está ansiosa por ver a equipe em ação na temporada 2022, cujo principal objetivo é o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. O técnico Paulo Pezzolano, de 38 anos, deixou claro em sua entrevista coletiva no início de janeiro que deseja implantar um sistema de jogo de toque de bola qualificado e bastante aplicação na marcação.

O perfil de liderança e o interesse por aspectos táticos acompanham o comandante desde quando ele ainda era meio-campista do Liverpool, do Uruguai, onde alcançou sucesso como atleta profissional. Treinadores que dirigiram Pezzolano foram unânimes ao avaliá-lo como um camisa 10 bastante respeitado pelos companheiros de clube.

Em entrevista ao Superesportes, o técnico Eduardo Favaro, de 58 anos, contou que foi o responsável por levar Pezzolano ao Liverpool, em 2008, depois de dois anos sem brilho por Defensor (2006) e Peñarol (2007). O meia revelado no Rentistas, pelo qual jogou de 2001 a 2005, teve passagem pelo futebol brasileiro, no Athletico-PR, de 2005 a 2006.

“Não estava em seu melhor momento na carreira, mas confiamos muito em seu potencial como jogador e o trouxemos para o Liverpool. E ele teve atuações espetaculares, foi líder da equipe, um jogador de muita técnica, de bom domínio de bola, aos poucos foi encontrando o físico que pretendíamos”.

“Foi um líder do Liverpool, sempre teve essa inquietude de querer as coisas, sabia que amanhã poderia ser um bom treinador, por isso mesmo gostava de discutir, trocar ideias, consultar. É importante que os jogadores tenham participação naquilo que vamos fazer. Paulo foi um jogador que sempre admiramos, de muito talento e temperamento”.

Outro treinador a enaltecer Pezzolano foi Julio César Antúnez, de 66 anos, que conduziu o Liverpool à quinta colocação do Campeonato Uruguaio 2011/2012 e obteve a classificação para a Copa Sul-Americana de 2012. “Paulo jogava como número 10 no Liverpool. Um jogador de ligação, um jogador que fazia gols e habilitava muito bem seus companheiros”.

“É um jogador que no Liverpool eu dirigi quando nós já havíamos nos classificado à Copa Sul-Americana. Depois, teve um desempenho bastante bom na Copa Sul-Americana até que se lesionou. Um jogador muito inteligente para lidar com o grupo. Um jogador que, realmente, dentro do campo se fazia notar, e quando saía a equipe tinha que mudar o sistema e jogar de outro jeito”.

(Foto: REUTERS/Pablo La Rosa)


Segundo o site BDFA, Pezzolano disputou 129 partidas e marcou 43 gols pelo Liverpool entre 2008 e 2015. Ele terminou o Torneio Clausura do Campeonato Uruguaio 2007/2008 como artilheiro, com 12 gols. Também atuou por Mallorca, da Espanha (2009/2010); Hangzhou Nabel Greentown, da China (2011); Necaxa, do México (2012); e Club Atlético Torque, do Uruguai, onde pendurou as chuteiras em 2016 e começou como treinador em 2017, conquistando a Segunda Divisão do Campeonato Uruguaio em uma campanha de 16 vitórias, oito empates e quatro derrotas em 28 partidas.

Após se destacar no Torque, Pezzolano ganhou chance como treinador do Liverpool em 2018 e 2019. Foram 31 vitórias, 24 empates e 21 derrotas em 77 jogos, com 112 gols marcados e 94 sofridos. Em 2019, sagrou-se campeão do Torneio Intermediário, criado para ampliar o calendário do futebol uruguaio. Posteriormente, trabalhou no Pachuca, do México: 24 vitórias, 24 empates e 25 derrotas em 73 jogos.

Ao elogiar Pezzolano, Eduardo Favaro destacou também a presença de Alexander Medina como técnico do Internacional e fez previsões positivas para a dupla no Brasil. “São dois dos treinadores mais jovens do Uruguai que mostraram rapidamente suas condições e têm futuro espetacular. E bom, sabe como é o futebol, né?! Depende muito do plantel e da competência que tem a divisão de acesso no Brasil. Mas entendo que com o tempo ele demonstrará sua condição e rapidamente terá sucesso como treinador no Cruzeiro”.

Julio Antúnez frisou a importância de Pezzolano aumentar o aprendizado no futebol brasileiro. “Não sei como lidará com o português, realmente é um assunto que nunca tocamos, mas creio que é um menino que tem futuro no Brasil e poderá se dar muito bem. Não são todos os treinadores com capacidade para ir a um futebol tão importante no continente e no mundo. Para apostar em um técnico estrangeiro no Brasil é muito difícil”.

O treinador desejou sucesso ao ex-camisa 10 e garantiu estar na torcida pelo Cruzeiro.  “Não sei quem é seu corpo técnico, mas creio que terá que estar muito bem rodeado para poder implantar seu conhecimento no elenco e tentar conquistar bons resultados. Vai ser difícil, mas está em um grande do futebol brasileiro. É uma equipe que tem que voltar rapidamente à primeira divisão. Desejo todos os êxitos a Paulo Pezzolano e torço para que o Cruzeiro volte à primeira divisão do Campeonato Brasileiro”.

Os “mentores” de Pezzolano são conhecidos no futebol uruguaio. Eduardo Favaro foi atacante de clubes como Nacional, Wanderers, Sud América e Bella Vista. Como técnico, iniciou no Racing-URU, em 2007, e passou por Liverpool, Rampla Juniors e Fénix, além dos equatorianos El Nacional, Aucas e Macará, seu time atual. Já Julio Antúnez - ex-zagueiro de River Plate-URU, LDU do Equador, Deportes Iquique-CHI e Liverpool-URU - treinou equipes do Uruguai, do Chile, do Equador e da Guatemala. Desde agosto de 2021 está no Rampla Juniors.

(Foto: AFP/AIZAR RALDES E Divulgação/Rampla Juniors)


Paulo Pezzolano como jogador


Rentistas-URU (2001 a 2005): 56 jogos e 17 gols

Athletico-PR (2006): 2 gols (número de jogos indisponível)

Defensor-URU (2006 a 2007): 31 jogos e 5 gols

Peñarol-URU (2007): 12 jogos e nenhum gol

Liverpool-URU (2008 a 2009; 2011; 2012 a 2015): 129 jogos e 43 gols

Mallorca-ESP (2009/2010): 12 jogos

Hangzhou Nabel Greentown-CHN (2011): 13 jogos e 4 gols

Necaxa-MEX (2012): 12 jogos e 1 gol

Fonte: BDFA e Futebol 80

Íntegra dos depoimentos dos técnicos que trabalharam com Pezzolano


Eduardo Favaro, técnico do Liverpool-URU de 2008 a 2011 e de 2013 a 2015

“Nós levamos o Paulo depois de algumas temporadas em que não jogou muito por Peñarol e Defensor. Não estava em seu melhor momento na carreira, mas confiamos muito em seu potencial como jogador e o trouxemos para o Liverpool. E ele teve atuações espetaculares, foi líder da equipe, um jogador de muita técnica, de bom domínio de bola, aos poucos foi encontrando o físico que pretendíamos com ele”.

“Foi um líder do Liverpool, sempre teve essa inquietude de querer as coisas, sabia que amanhã poderia ser um bom treinador, por isso mesmo gostava de discutir, trocar ideias e consultar. É importante que os jogadores tenham participação naquilo que vamos fazer. Paulo foi um jogador que sempre admiramos, de muito talento e temperamento”.

“Vivemos coisas boas e coisas más no clube. Sempre estivemos juntos. Vi com alegria quando ele voltou ao clube como treinador. Tanto ele quanto Cacique Medina, que foi um dos jogadores que treinei, que dirige o Inter de Porto Alegre. São dois dos treinadores mais jovens do Uruguai que mostraram rapidamente suas condições e têm futuro espetacular”.

“Sabe como é o futebol, né?! Depende muito do plantel e da competência que tem a divisão de acesso no Brasil. Mas entendo que com o tempo ele demonstrará sua condição e rapidamente terá sucesso como treinador no Cruzeiro”.

Julio César Antúnez, técnico do Liverpool-URU de 2011 a 2012

“Paulo foi um jogador que dirigi no Liverpool. Era um camisa 10, um jogador de ligação que fazia gols e habilitava muito bem seus companheiros. É um jogador que no Liverpool eu dirigi quando nós já havíamos nos classificado à Copa Sul-Americana. Depois, teve um desempenho bastante bom na Copa Sul-Americana até que se lesionou”.

“Um jogador muito inteligente para lidar com o grupo, que, realmente, dentro do campo se fazia notar, e quando saía a equipe tinha que mudar o sistema e jogar de outro jeito”.

“Creio que foi um papel interessante sua experiência no futebol mexicano, onde teve um desenvolvimento importante. Um técnico jovem, muito ambicioso, e se a gente do Cruzeiro puser os olhos nele, verão mais que eu neste momento”.

“Eu o enfrentei como técnico, ele iniciou a carreira no Liverpool no Uruguai e depois saiu para o exterior. Creio que o futebol brasileiro é uma experiência de uma riqueza extraordinária no continente e que Paulo aí naturalmente vai poder desenvolver, senão aprender muito mais”.

“Não sei como lidará com o português, realmente é um assunto que nunca tocamos, mas creio que é um menino que tem futuro no Brasil e poderá se dar muito bem. Não são todos os treinadores com capacidade para ir a um futebol tão importante no continente e no mundo. Para apostar em um técnico estrangeiro no Brasil é muito difícil. Há muitos estudos para introduzir alguém em um futebol tão importante”.

“Tive a sorte de dirigir Paulo Silas, que foi um importante jogador do Central Español, no Uruguai. Um gênio, um gênio, para mim um grande jogador do futebol brasileiro”.

“Desejo de coração que Paulo tenha muito sucesso no Brasil. Não sei quem é seu corpo técnico, mas creio que terá que estar muito bem rodeado para poder implantar seu conhecimento no elenco e tentar conquistar bons resultados. Vai ser difícil, mas está em um grande do futebol brasileiro. É uma equipe que tem que voltar rapidamente à primeira divisão. Desejo todos os êxitos a Paulo Pezzolano e torço para que o Cruzeiro volte à primeira divisão do Campeonato Brasileiro”.

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