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MERCADO DA BOLA

Enderson Moreira revela espanto por oferta do seu nome ao Atlético, faz desabafo e diz que episódio não tirou seu foco do América

Técnico disse ter tomado conhecimento que, em 2017, quando esteve ameaçado, dirigentes chegaram a ter grupo 'Fora, Enderson' no Whatsapp

postado em 16/02/2018 20:01 / atualizado em 16/02/2018 20:51

Mourão Panda / América
O técnico do América, Enderson Moreira, viveu o constrangimento de ter o nome oferecido ao Atlético justamente na semana do clássico entre os rivais, marcado para este domingo, às 17h, no Independência, em Belo Horizonte, e válido pela sétima rodada do Campeonato Mineiro. A revelação foi feita pelo presidente atleticano Sérgio Sette Câmara, mas foi negada pelo empresário Francis Melo, que representa o treinador. Nesta sexta, Moreira falou pela primeira vez sobre o episódio, disse ter ficado “espantado” com a notícia e alegou estar feliz no Lanna Drumond. Ele ainda fez um desabafo, lembrando que, quando não se sentir mais à vontade, tem sim o direito de mudar de ares. Da mesma forma, o clube tem essa prerrogativa e quase lançou mão dela na campanha da Série B, em 2017.

”Se eu tivesse qualquer tipo de insatisfação, apesar de termos um contrato, é um contrato que tem uma cláusula de rompimento. No momento que eu quiser sair, eu tenho alguns parâmetros a poder cumprir, assim como se o América não quiser mais o Enderson ele vai chegar e tem algumas obrigações a poder cumprir, isso é uma coisa muito clara, tranquila. O dia que tiver alguma coisa concreta e que eu achar que possa ser interessante, tenho a liberdade para poder falar que não desejo mais ficar, não quero continuar. Assim como o América já me demitiu em outras ocasiões, assim como eu já pedi demissão em outras ocasiões. Assim como o América esteve muito perto de me demitir. Outro dia fiquei sabendo, eles me falaram agora, um dos presidentes, que o grupo era ‘Fora Enderson’. Eu vejo isso de uma forma tão natural. Eu não vou discutir o que é amor, o que é paixão por um clube, eu vou discutir o que é comprometimento. Nesse tempo todo, enquanto profissional, sempre fui comprometido”, esclareceu Enderson, em tom de desabafo.

O América quase me mandou embora caso não ganhasse do Santa Cruz (em 2017). Não fiquei chateado, futebol é assim. Sei da pressão que os diretores sentem, mas acho que o treinador está mais preparado para este tipo de pressão. O dirigente menos e, às vezes, eles caem. Sempre falei, acreditem nesse grupo que ele tem capacidade de voltar o América para a Série A. Dei sorte também, pois falaram que se não ganhasse contra o Santa Cruz, seria demitido, e o primeiro gol do Matheusinho salvou minha demissão”, acrescentou.

Especificamente sobre ter sido oferecido ao Atlético, Enderson Moreira não deixou claro, em sua entrevista, se o agente Francis Melo fez contato com o rival, ainda que informalmente. Inicialmente, ele disse não acreditar nessa hipótese. Mais adiante, falou que poderia puxar a orelha do seu representante se, se fato, alguma conversa com o Atlético existiu.

”Primeiramente, recebi com muita surpresa. (...) Tenho muito orgulho da minha carreira, mas muito me espanta que meu representante tenha me oferecido. Já conversei com ele e não acho que a coisa aconteceu dessa forma. Mas tem uma coisa que a gente tem que entender, né, assim, quando acontece qualquer tipo de especulação, muita gente tem pressa em contar a versão dele, porque, às vezes, a primeira versão vira uma verdade. E quem não tem esse tipo de preocupação espera as coisas acontecerem para explicar. (...) No momento que tem alguma coisa oficial, eu não posso falar que não chegou uma proposta do Atlético, eu não tenho como não falar. Em determinado momento o meu representante me mostrou alguma coisa que tinha acontecido, mas nunca foi uma coisa, pra mim, oficial, que eu possa levar em consideração. No futebol só podemos acreditar no que está escrito, não nas coisas faladas, mas não posso acreditar também que o meu representante tenha batido na porta de um clube como o Atlético sem me consultar e me expor assim. Embora não seja treinador consagrado, eu tenho o mínimo de amor próprio. Na verdade, se o Francis fez isso, tenho que puxar a orelha dele, ele me desvalorizou demais, me oferecendo. Pô, estou empregado, estou bem, estou feliz pra caramba, quero que as coisas possam fluir este ano, o que não impede no futuro de eu ter uma proposta”, posicionou-se Enderson Moreira.

O treinador concluiu dizendo que essa notícia de bastidores não tirou seu foco do América e do clássico deste domingo. “Estou comprometido com a causa do América e estou totalmente focado. Podem confiar. Quem me conhece sabe que sou assim. Primeiro, eu estou muito feliz no América, quem vê no dia a dia sabe como estou feliz. Fiz uma semana maravilhosa de trabalho, tenho um foco muito claro no jogo de domingo e nada, em tempo algum, me atrapalhou neste quesito. Estou muito feliz e, se tivesse infeliz, já teria falado”.

O América é o vice-líder do Campeonato Mineiro, com 13 pontos, três a menos que o Cruzeiro. Já o Atlético, rival deste domingo, no Independência, é o quinto colocado, com oito pontos.

Ouça a íntegra da entrevista coletiva do técnico Enderson Moreira desta sexta-feira:


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