Interior

Falta de divisões entre setores no Mineirão gera caos na escolha dos assentos

Separação das alas é imaginária e muitos torcedores migraram para áreas mais nobres

Gilmar Laignier

Torcedor enfrentou problemas de toda ordem na partida de abertura do Mineirão



O novo Mineirão está dividido em oito grandes setores que têm preços de ingressos distintos. Mas, ao menos neste jogo de inauguração, entre Cruzeiro e Atlético, pelo Campeonato Mineiro, a setorização no anel superior é “imaginária”. Não há qualquer isolamento entre os torcedores das diferentes alas, o que revoltou o público.

”Não dá para entender os valores diferentes de sócios se todo torcedor pode se sentar em qualquer lugar. Não há qualquer vantagem em pagar mais”, disse, indignada, a torcedora do Cruzeiro Fernanda Guimarães, sócia na categoria Tríplice Coroa, com pagamento mensal de R$ 200. “Muitos torcedores que pagam menos estão vindo para o setor mais caro”.

O espaço destinado aos cruzeirenses da mesma categoria de Fernanda Guimarães é o da antiga cadeira especial, perto das cabines de imprensa.

Os demais sócios do Cruzeiro pagam R$ 100 (categoria Brasileiro, atrás do gol), R$ 150 (categoria Libertadores, diante das cabines de imprensa). Já o associado da categoria Cruzeiro Sempre paga R$ 27,50 por mês e escolhe, antes de cada partida, o setor em que prefere assitir ao jogo.

Não apenas os sócios, mas os cruzeirenses que compraram as entradas nas bilheterias e os atleticanos tiveram circulação livre no anel superior.

O torcedor Ivonilton Souza, da categoria Libertadores (R$ 150), não retirou qualquer recibo na catraca ao entrar no Mineirão, como estava previsto pela Minas Arena. Segundo ele, a orientação dos funcionários da concessionária foi se sentar em qualquer lugar dentro do estádio. “Não tem ingresso marcado. Falaram que eu podia me sentar onde eu quisesse, e estou sentado aqui”, disse, referindo-se ao setor mais caro, dos sócios que pagam R$ 200.
Conselheiro do Cruzeiro, Ronaldo Assis Carvalho (e), foi de taxi temendo problemas no estacionamento do estádio


Os irmãos Frederico Rodrigues, de 33 anos, e Felipe Miranda, de 10, não são sócios do Cruzeiro e compraram ingressos com lugares marcados. No entanto, os assentos não eram próximos. Temendo se perder do irmão, que é uma criança, Frederico mudou de lugar. “Como o Felipe tem só dez anos, estou aqui ao lado dele, perto do número da cadeira dele. Se chegar o dono da cadeira, eu converso. É o jeito”.

Mas houve quem se sentou no lugar marcado no ingresso. Foi o caso de Alexandre Moura, da cidade de Cláudio. “Comprei pela internet, sentei no meu lugar e estou gostando. Comigo tudo funcionou”.

O sócio e conselheiro do Cruzeiro, Ronaldo Assis Carvalho, reclamou muito foi da falta de informações na chegada ao estádio e também da abertura tardia dos portões. “Houve um tumulto muito grande para abrir o portão. Quando cheguei, as pessoas não tinham as informações corretas. O Ricardo Barra, da Minas Arena, pediu para a torcida chegar cedo, mas portões estavam fechados. A ordem da Minas Arena era ficar circulando de carro ao redor do estádio, já que não podia estacionar. Por causa disso, preferimos vir de táxi”. (UAI)

Torcedor enfrentou problemas de toda ordem na partida de abertura do Mineirão