Interior

Tupi pede afastamento do procurador Paulo Schmitt do caso da Aparecidense

Segundo clube mineiro, Schmmit tem laços de amizade com advogado da equipe goiana

Redação

Alberto Simão pede impedimento do Procurador do STJD por questões éticas
Enquanto aguarda o julgamento dos recursos protocolados pela Aparecidense e pelo Procurador Paulo Schmitt contra a decisão de primeira instância que eliminou a equipe goiana da Série D, o Tupi trabalha por fora para tentar fazer com que a determinação judicial seja mantida a seu favor. Nesta sexta-feira, o clube juiz-forano anunciou o pedido de afastamento do procurador do caso, alegando que ele teria laços de amizade com a família do advogado da Aparecidense, João Vicente de Moraes.


Os dois recursos se baseiam na mesma argumentação de que o episódio envolvendo a invasão de campo do massagista Esquerdinha para evitar o gol decisivo do Tupi não coaduna com o artigo 205, considerado pelos auditores na sentença. O artigo fala em ‘impedir o prosseguimento de partida, prova ou equivalente que estiver disputando, por insuficiência numérica intencional de seus atletas ou por qualquer outra forma”.

A Procuradoria e a Aparecidense argumentam que o ocorrido só pode ser enquadrado no artigo 243-A (atuar de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente), que faria com que a partida fosse anulada.

Para o Tupi, no entanto, Schmitt e o clube goiano teriam mais em comum do que apenas o fato de não concordarem com a sentença de primeiro grau, e isso poderia comprometer o andamento do processo.

“Respeitamos o trabalho do doutor Paulo (Schmmit) mas, com os fortes laços de amizade dele com os envolvidos, seria mais prudente para a imagem do Tribunal o seu impedimento. Descobrimos que o procurador do STJD, e João Bosco Luz, presidente do Goiás e pai do advogado da Aparecidense, João Vicente de Moraes, têm uma relação direta advinda do Tribunal. A Aparecidense é uma filial do Goiás, que empresta jogadores e banca os salários de vários atletas. A relação deles vai além”, afirmou o diretor-executivo de futebol do galo Carijó, Alberto Simão.

O julgamento dos recursos no Pleno do STJD está previsto para ocorrer na próxima quarta-feira.

Entenda o caso

O episódio que deu origem ao imbróglio judicial ocorreu no dia 7 de setembro, no duelo da volta entre Tupi e Aparecidense, pelas oitavas de final da Série D do Campeonato Brasileiro. Aos 44 da etapa final, o massagista da equipe goiana invadiu o campo, defendeu a bola duas vezes e evitou o gol de Ademílson, que daria a vitória ao clube mineiro por 3 a 2 e vaga na fase seguinte.

Depois do lance, o massagista fugiu para o vestiário, deixando os jogadores do Tupi enfurecidos. A partida foi então reiniciada pelo árbitro Arilson Bispo da Anunciação, mas terminou empatada por 2 a 2, resultado que eliminaria o Galo Carijó da competição