Paulo Galvão
Enviado especial a Varginha
A maioria dos torcedores presentes apoia a chance dada pelo clube sul-mineiro ao goleiro, condenado em 2013 a 22 anos e três meses de prisão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver da ex-namorada Eliza Samúdio. Os presentes admitem que a volta do atleta causa polêmica, mas acreditam que é necessário dar nova chance ao ser humano.
“É uma situação difícil, que realmente gerou polêmica. Mas se a Justiça permitiu, ele tem o direito de exercer a profissão dele”, diz o comerciante Albert Marinho Materoni, de 42 anos, trajando a camisa 1 do Boa.
As manifestações contrárias à presença de Bruno em Varginha na época da contratação pela equipe boveta não se repetiram antes do jogo deste sábado. Nem mesmo os poucos torcedores do Uberaba presente se manifestaram contrários à escalação do goleiro.
“Manifestação tem de ser feita em em Brasília, pedindo que a Justiça seja mais eficaz, não aqui em Varginha e muito menos no estádio”, afirma Materoni.
Quem tem pensamento semelhante é o também comerciante Fábio Eduardo Leite, de 38 anos, que se deslocou de Machado para Varginha só para ver o ídolo - além do Boa, ele também torce para o Flamengo. “O Boa está fazendo a parte dele, não tem culpa de nada. O Bruno foi solto por decisão de um ministro do STF e tem o direito de trabalhar”, argumenta.
Tão logo entrou em campo com a equipe para disputar a primeira partida em mais de sete anos, Bruno teve o nome gritado por parte da torcida.