Antes do início da partida, as tradicionais provocações dos dois lados prevaleceram nas arquibancadas. Os cruzeirenses, em maioria no estádio, cantavam a plenos pulmões. Os atleticanos tentavam responder à altura.
Quando a bola rolou, os ânimos se acalmaram um pouco. As arquibancadas estavam mornas, como o jogo. As equipes se estudaram muito, sem criar oportunidades claras. De fora, o público mostrou desconfiança.
Aos poucos, o jogo esquentou. As vibrações aumentaram. As reclamações também, com as equipes e com a postura omissa do árbitro Dewson Freitas. Apesar de jogadas duras no gramado, ele tentou controlar o clássico na conversa. Os atleticanos se empolgavam quando o time tinha a bola perto da área, mas foram os cruzeirenses que quase vibraram com as investidas de seu time no ataque. Ao fim da etapa inicial, aplausos de ambos os lados.
Veio o segundo tempo e, com ele, ânimo renovado nas torcidas. Elias quase abriu o placar, e os alvinegros cantaram alto. Os celestes responderam após chute de primeira de Hudson. E gritaram mais alto com as boas finalizações de Ábila e Arrascaeta. Fred quase marcou, e os atleticanos voltaram a ter esperanças de uma vitória fora de casa.
A partir dos 35 minutos, o ritmo alucinante dos times contagiou o Mineirão. Os cruzeirenses aumentaram o tom: “Zerô, zerô, zerô”. A resposta foi imediata: “Vamos ganhar Galo, vamos ganhar Galo”. No fim, empate sem gols e decisão da taça marcada para o Independência.
Ocorrências policiais no Mineirão
Um confronto entre organizadas do Cruzeiro dentro do estádio se estendeu até a esplanada. Muitas bombas foram disparadas pela Polícia Militar na tentativa de conter os brigões. Segundo a PM, seis prisões foram efetuadas no interior do Mineirão, todas de atleticanos: três antes do clássico – dois por atirar bombas e um por incitar a violência - e três após o jogo, em tumulto dentro do estádio. Não foram dados mais detalhes das ocorrências.