As diferenças começam na posição da primeira fase. Diferentemente da atual edição, a prerrogativa de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols no ano passado era do Atlético, líder da fase de classificação. Em 2018, o Cruzeiro vem sendo soberano: atingiu 87,8% de aproveitamento nos 11 jogos iniciais e passou pela Patrocinense e Tupi nos mata-matas com três vitórias, cinco gols marcados e apenas um sofrido. O alvinegro teve dificuldades e não conseguiu mais que a terceira melhor campanha, com 54,5% de aproveitamento. Na fase decisiva, eliminou URT e América, com três vitórias, com quatro gols marcados e nenhum sofrido.
Em relação às equipes que disputaram a final em 2017, o Galo teve mudanças radicais no setor ofensivo, enquanto a Raposa passou por transformações na defesa. O Galo ficou sem Robinho, Rafael Moura e Fred e trouxe atletas com características de velocidade, como Erik e Róger Guedes, além do centroavante Ricardo Oliveira. Já o time celeste perdeu os laterais Mayke e Diogo Barbosa e o zagueiro Caicedo e contratou substitutos para as posições, casos de Edílson, que não jogará nesta primeira partida, e Egídio. O goleiro Fábio estava machucado no ano passado, mas recuperou a posição. E o zagueiro Murilo se firmou desde então.
Um dos remanescentes do Atlético, Adílson, que em 2017 jogou no meio-campo ao lado de Rafael Carioca e Elias (esquema de três volantes), sabe que, mesmo com atletas menos badalados, a equipe será muito cobrada pela torcida. “Pode ser que a gente tenha menos pressão, mas creio que a torcida vai exigir o título da mesma forma. A gente tem de se entregar ao máximo, independentemente do momento. O Cruzeiro é o favorito por ter a vantagem. Mas dentro de campo as coisas são diferentes. Queremos ser campeões”.
Pelo lado celeste, o time está nitidamente mais forte do que no ano passado. Tanto que a torcida tem comparecido em grande número mesmo em partidas que antes não eram consideradas atrativas.
Porém, no clube todos mantêm os pés no chão. “No ano passado também chegamos fortes (na decisão), mas futebol é assim mesmo, se resolve dentro de campo, e eles foram melhores naquela ocasião. E agora, vivenciando uma nova final, queremos vencer, conquistar”, afirma o volante Henrique, acostumado a finais estaduais, tendo sido campeão em 2008, 2009, 2011 e 2014.
Sem títulos no Estadual há quatro anos, ele sabe que a pressão pela conquista é grande. E promete empenho extra. “Incomoda a gente não vencer o Mineiro. Por isso estamos trabalhando tão forte, queremos voltar a conquistar.”
DIREÇÃO
Com novos presidentes, Atlético e Cruzeiro mudaram sua política de gastos com contratações. Ao abrir mão de Fred e Robinho, o Galo apostou na economia na folha salarial para tentar administrar melhor as dívidas do clube. Já o Cruzeiro, por estar na disputa da Copa Libertadores, abriu os cofres para caçar reforços, como Edílson, o volante Mancuello, David (que nem estreou) e até mesmo Fred, cujos salários são altos – o atacante está em recuperação de cirurgia no joelho direito e ficará ao menos seis meses no estaleiro.
O desafio de ambos, porém, é o mesmo: a taça do Mineiro. E para isso, tanto os remanescentes do Estadual passado quanto os que chegaram depois prometem entrega total em campo.
OS RIVAIS UM ANO DEPOIS
ATLÉTICO EM 2017
Victor – continua titular
Marcos Rocha – emprestado ao Palmeiras (Patric ganhou a posição)
Gabriel – continua titular
Leonardo Silva – continua titular
Fábio Santos – continua titular
Adílson – continua titular
Elias – continua titular
Rafael Carioca – vendido ao Tigres-MEX (Cazares herdou a vaga)
Otero – continua titular
Robinho – foi para o Sivasspor-TUR (Luan herdou a vaga)
Fred – foi para o Cruzeiro (Ricardo Oliveira é o titular)
Técnico: Roger Machado – demitido em julho
CRUZEIRO EM 2017
Rafael – voltou para a reserva (Fábio é o titular)
Mayke – emprestado ao Palmeiras (Edílson herdou a vaga)
Leo – continua titular
Caicedo – Emprestado ao Barcelona-EQU (Murilo é o titular)
Diogo Barbosa – foi para o Palmeiras (Egídio é o titular)
Henrique – continua titular
Hudson – voltou para o São Paulo (Ariel Cabral é o titular)
De Arrascaeta – Alterna titularidade com a reserva
Thiago Neves – continua titular
Rafinha – continua titular
Rafael Sóbis – foi para a reserva (Raniel herdou a vaga)
Técnico: Mano Menezes – continua