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CAMPEONATO BRASILEIRO

Segunda fase do Brasileiro terá desafios distintos para Atlético, Cruzeiro e América

Galo tenta ficar no topo, Raposa busca retomada de vitórias, e Coelho, triunfos fora

postado em 15/06/2018 08:06


Com a pausa do Campeonato Brasileiro para a Copa do Mundo, os 20 times da disputa vão tentar se reorganizar para melhorar o rendimento a partir do mês que vem, quando a competição será reiniciada. Para Atlético, Cruzeiro e América, os dias serão de avaliações sobre os acertos e erros nas 12 rodadas iniciais. Mesmo com o Galo na vice-liderança, a Raposa próxima do bloco de cima e o Coelho longe da zona de rebaixamento, a sensação é de que as equipes poderiam ter conquistado algo a mais.

E a partir de julho, o destino de alvinegros e celestes pode estar diretamente ligado à perda de atletas importantes em seus grupos, ainda que no caso atleticano esteja prevista a chegada de reforços, como o atacante colombiano Yimmi Chará, do meia uruguaio David Terans e possivelmente do volante José Welison, do Vitória.

Não fosse a série de erros, sobretudo no confronto direto com o líder, Flamengo, o Atlético poderia liderar a competição. Graças ao poderio de seu ataque, formado por Róger Guedes e Ricardo Oliveira, a equipe teve boas atuações e encontrou padrão tático mais equilibrado sob o comando de Thiago Larghi. Ainda que não tenha sido efetivado, o treinador ganha prestígio com parte da torcida e da diretoria. Mas o Galo jogou fora pontos em partidas em que não soube segurar a vantagem, como nas derrotas para Vasco (2 a 1) e Sport (3 a 2) e nos empates com São Paulo (2 a 2) e Chapecoense (3 a 3).

Na avaliação de Paulo Roberto Prestes, ex-lateral alvinegro de 1986 a 1996, o Galo tem certa vantagem em relação aos concorrentes e a missão de manter regularidade até dezembro: “O Brasileiro é o que resta para o Atlético. Nesse sentido, os jogadores têm obrigação de mostrar serviço, pois terão semanas cheias e dias de trabalho a mais que os outros times. O Atlético até poderia estar na liderança, e pelo time e estrutura tem o dever de chegar à Libertadores. Título é outra história. Ao abrir mão da Sul-Americana e da Copa do Brasil, ficou na linha de risco. E a chance de redenção é só com o Brasileiro”.

O drama alvinegro está ligado à perspectiva de saída de Róger Guedes, que recebeu propostas do mundo árabe e da Europa, mas não teria definido seu destino. A diretoria acredita que convencerá seu principal jogador a permanecer até o fim do contrato, em dezembro. Mas o entrave é justamente o interesse do Palmeiras – dono de 25% de seus direitos econômicos – em vendê-lo. O clube mineiro já perdeu Otero, vendido ao Al-Wehda.

Já o Cruzeiro, ainda que tenha subido na classificação, faz um campeonato de altos e baixos. Chegou a vencer três jogos consecutivos, contra Santos, Palmeiras e Ceará, mas amarga jejum nos três últimos (Vasco, Chapecoense e Paraná). Diferentemente do Atlético, o ataque celeste tem sido o ponto fraco, com apenas oito gols marcados. Em contrapartida, a defesa levou somente sete. Depois da Copa, a Raposa poderá ter dificuldade na Série A, justamente por conciliar com a participação na Libertadores e na Copa do Brasil, cujo duelo de volta pela vaga nas quartas de final será em 16 de julho.

PONTOS DESPERDIÇADOS
O ex-lateral celeste Nonato, que atuou no clube de 1990 a 1997, lamenta que o time tenha deixado de somar pontos que poderiam deixar a equipe com vantagem representativa na retomada do torneio, quando o calendário será extenso em razão da disputa dos torneios paralelos. “Não fosse o mau começo de Brasileiro, o Cruzeiro certamente poderia estar na vice-liderança. O time perdeu pontos preciosos que podem fazer falta lá na frente, quando estiver envolvido em outras competições. Mas o grupo é bom. Em certo momento, vai ter de priorizar uma ou outra competição. Não tem como manter a equipe em todos os jogos. É um desafio para o Mano Menezes.”

O Cruzeiro pode ter duas baixas importantes no grupo. A começar pelo volante Lucas Silva, cujo empréstimo com o Real Madrid termina agora. E o armador De Arrascaeta, que disputa a Copa do Mundo com a Seleção Uruguaia, que estaria na mira do Monaco.
 

Alviverde no limite


Pelo que demonstrou nas 12 rodadas iniciais, o América vem cumprindo à risca o objetivo de se manter na Série A. Mas deixou de triunfar no Independência nos três últimos jogos, algo que pode se fatal mais à frente. Obter pontos como visitante também será fundamental para que a meta seja atingida. “O Brasileiro para o Cruzeiro e para o Atlético é um. Para o América é uma competição diferente. O time se comprometeu a ficar fora da zona de rebaixamento e está no limite hoje. A equipe vem oscilando muito, mas cumprindo o objetivo até o momento. O trabalho do Enderson (técnico Enderson Moreira) tem feito a diferença. Em anos anteriores, o América estava na posição que hoje pertence ao Paraná e ao Ceará”, analisa o ex-zagueiro Dênis, campeão da Série B com o Coelho em 1997.
 
Daqui para o futuro...
Líder perderá pelo menos dois

 
Depois da Copa, outras equipes que se destacaram no Brasileiro podem ganhar nova cara. Líder, o Flamengo perderá Vinícius Júnior (negociado com o Real Madrid) e Felipe Vizeu (vendido à Udinese) e deve ficar sem Lucas Paquetá, cobiçado por clubes europeus. Já o paraguaio Balbuena estaria de saída do atual campeão, Corinthians, rumo ao futebol português. No Palmeiras, a bola da vez é o atacante Keno, que interessa ao Al Nassr, dos Emirados Árabes.

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