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FUTEBOL FEMININO

Atlético e Cruzeiro correm contra o tempo e buscam parcerias para montar equipes femininas

Clubes terão que atender à exigência da Conmebol por participação na Libertadores

Divulgação/Ipatinga
Garantidos na Copa Libertadores de 2019 pela terceira vez de forma simultânea, Atlético e Cruzeiro terão menos de dois meses para se adequar à determinação imposta pela Conmebol de manterem times femininos ativos para disputar a competição internacional. Ainda que o planejamento tenha ficado para a última hora, pois a exigência é de 2016, os rivais se movimentam nos bastidores para formar as equipes, que serão fruto de parcerias com outros times já consolidados, economizando tempo e dinheiro.

A regra de darem suporte a times femininos foi criada como uma das exigências do regulamento de licenciamento de clubes implantada conjuntamente por CBF, Conmebol e Fifa, para melhorar a organização do futebol brasileiro. Outros times estão na mesma situação que os mineiros e também alegam limitações financeiras nos orçamentos anuais pelo atraso na consolidação dos projetos.

O Atlético está em fase final de fechar a parceria para restaurar a modalidade. Para isso, criará departamento autônomo para preparar uma equipe com 25 jogadoras de até 21 anos para disputar o próximo Campeonato Mineiro, previsto para agosto. Inicialmente, a diretoria prevê investimento de R$ 600 mil para quitar o salário de comissão técnica e atletas e os gastos com as partidas – em termos de comparação, a equipe masculina consumirá mais de R$ 100 milhões em 2019. Recentemente, o clube entrou com o projeto de incentivo ao esporte para tentar subsidiar R$ 295 mil desse valor, que seria o teto máximo previsto pela lei.

Um dos idealizadores do projeto, o diretor de administração e controle do Atlético, Plínio Signorini, destaca que as atletas terão uma série de benefícios: “A parceria terá um contexto social. Entendemos que, quando nos associamos a um clube e damos a ele uma condição melhor, conseguimos agregar valor. O objetivo é trazer jogadoras que estejam em processo de formação, para que possamos dar bolsa-auxílio, seguro de saúde nos moldes dos jogadores que não têm contrato profissional e condições ideias para treinamentos”.

Segundo Plínio, o Atlético já tem uma lista de várias equipes que têm o interesse em fazer parceria. Os jogos serão no miniestádio da Cidade do Galo, mas a preparação será em outros campos da capital, por meio de parcerias. O clube também fará convênio com uma academia para que as atletas possam fazer musculação e se preparar fisicamente.

A intenção é buscar recursos adicionais para a modalidade. Para isso, prevê comercializar espaços no uniforme, com parcerias diferentes das usadas no futebol masculino – somente a Topper (fornecedora de material) e a Caixa Econômica Federal (patrocinadora máster) permanecerão nas camisas.

Cruzeiro

No Cruzeiro, a situação é parecida. O clube busca equipes já montadas para estabelecer parceria e ter seu time feminino. Negociações com o Ipatinga e com universidades estão em andamento. A previsão é de investir entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão neste primeiro ano, disputando o Mineiro e, se possível, o Brasileiro e a Copa do Brasil (depende do calendário e do desempenho no Estadual, o que pode ser mudado futuramente pela CBF).

Detalhes como o local onde a Raposa mandará os jogos ou onde serão os treinos serão conhecidos após a definição do parceiro. O certo é que as jogadoras não vão treinar na Toca da Raposa I nem na Toca da Raposa II. “Não há espaço físico”, justifica o gerente de futebol celeste, Marcone Barbosa, que está tratando do assunto.

Ele tem razão. A chegada de jogadoras demandaria a construção de pelo menos mais um vestiário e de novo departamento médico. A Toca I já atende a todas as categorias de base e está no limite, pois conta com apenas dois campos oficiais e dois de tamanho reduzido. A sala de musculação também não comportaria o aumento de demanda, ainda mais que há exigência de que se mantenha “pelo menos uma equipe de base”, segundo o Regulamento de Clubes da Conmebol. 

A Toca II tem um pouco mais de “folga”, pois recebe apenas os treinamentos dos profissionais e da equipe júnior, mas, mesmo assim, não há espaço para nova categoria em seus quatro campos e no bloco dos departamentos. Tanto assim que a atual diretoria estuda adquirir terreno para construir um novo centro de treinamentos (CT), que poderia abarcar todas as divisões.

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