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Infectologistas justificam veto às torcidas em BH: 'Ruptura de protocolos'

Carlos Starling e Unaí Tupinambás, que fazem parte do comitê da prefeitura, afirmam que os jogos de Atlético e Cruzeiro no Mineirão não passaram no teste

22/08/2021 21:26 / atualizado em 22/08/2021 21:52
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Infectologistas Carlos Starling e Unaí Tupinambás, do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da PBH
foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Pres

Infectologistas Carlos Starling e Unaí Tupinambás, do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da PBH



As diversas aglomerações registradas no Mineirão nos partidas entre Atlético e River Plate, pela Copa Libertadores, e Cruzeiro e Confiança, pela Série B, sobretudo no momento da entrada dos torcedores ao estádio, motivaram nova proibição da Prefeitura de Belo Horizonte ao comparecimento do público.

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Em entrevista ao Superesportes e ao Estado de Minas, o infectologista Carlos Starling, que compõe o Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da PBH, afirmou que "houve rupturas de protocolos" nas partidas do Atlético, na última quarta (18/8), e do Cruzeiro, na sexta (20/8).
 
"Por terem sido jogos-teste, o comitê tem que analisar, a Secretaria Municipal (de Saúde) tem que analisar os resultados. A princípio, houve várias rupturas de protocolos. Portanto, é importante que essas rupturas sejam analisadas do ponto de vista sanitário, epidemiológico. Não é anormal (voltar atrás), porque foram jogos-teste. E testes têm que ser analisados antes de se dar sequência", afirmou.
 
Nesta segunda (23/8), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) concederá entrevista coletiva à imprensa para se pronunciar sobre a questão. Na semana passada, ele já havia repudiado o mau comportamento dos atleticanos no jogo que garantiu a passagem do Galo à semifinal da Libertadores.
 
Também componente do comitê da prefeitura, o professor Unaí Tupinambás, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), disse que "exigir máscara naquele cenário é quase impossível".
 
Para Unaí, os dois jogos, principalmente o do Atlético, "não passaram no teste". Ainda mais pela ameaça da variante delta do novo coronavírus.
 
Ele lembrou que a prefeitura já anunciou o calendário de vacinação de toda população acima dos 18 anos. Pelo cronograma, todo o público-alvo da campanha terá ao menos a primeira dose ofertada até 4 de setembro.
 
O infectologista da UFMG defendeu a discussão sobre um retorno dos torcedores aos estádios somente quando mais de 80% da população estiver totalmente imunizada contra a doença, ou seja, com as duas doses. A estimativa dele é que isso aconteça até o fim do ano.
 
BH registra 268.452 casos e 6.447 mortes confirmadas por COVID-19 até o último boletim, divulgado na sexta (20/8). A cidade tem 73,1% do público-alvo imunizado com a primeira dose e 36,8% com a segunda.

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