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Zé Roberto diz que nem Batman jogaria no futebol brasileiro: 'Vida de caminhoneiro'

Veterano critica calendário nacional e vê Primeira Liga como prejudicial aos atletas

Gazeta Press
Zé Roberto explica aposentadoria: 'Poderia jogar até os 50, mas calendário me fez parar' - Foto: Divulgação/Palmeiras
Zé Roberto chegou ao Palmeiras em 2015 dizendo que atuaria até os 50 anos de idadeMas o jogador, que completará 42 anos em julho, anunciou que se aposentará ao final desta temporada porque nem super-heróis suportariam o calendário do futebol brasileiroO veterano até vê colegas com “vida de caminhoneiro”.

“Ainda que tivéssemos um Super-homem ou Batman da vida, eles não aguentariam o calendário brasileiro”, apostou o camisa 11, enxergando a criação da Primeira Liga, envolvendo times do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Santa Catarina, como uma desvantagem maior para os atletas.

“Falo com amigos meus que jogam no Grêmio e a vida deles parece vida de caminhoneiro: ficam mais tempo fora do que em casaUm dos filhos até chama um deles de tio em vez de pai porque só o vê de vez em quando”, relatou Zé Roberto, que decidiu se aposentar para, justamente, estar mais próximo da família.

“Com certeza eu poderia jogar até os 50 anos, porque sempre me cuideiMas o calendário do futebol brasileiro, não olhando para o lado do atleta profissional e só para outros benefícios, fez eu decidir jogar somente mais este ano”, prosseguiu o veterano, sem grandes preocupações físicas.

O Palmeiras analisa o desgaste de seus jogadores e, por isso, Zé Roberto já foi poupado na semana passada, diante do São Bento, pelo Campeonato PaulistaTudo para evitar lesões“No início da pré-temporada, tive uma conversa muito clara com a comissão técnica que, perante o calendário, não será possível jogar todos os jogosAté porque não sou máquina”, falou o atleta, ressaltando, porém, seu condicionamento.

“A minha condição física me surpreende a cada diaNunca imaginei que chegaria aos 41 anos, prestes a fazer 42 em julho, jogando em alto nívelMas é claro que me preparei para isso, desde quando era novo e tomei conhecimento de que o corpo é meu instrumento de trabalhoA nossa vida é feita de escolhas e tracei metas
Nunca tive vício nenhum e a genética me ajudou, nunca tive lesão graveE não posso deixar de falar da paixãoQuando era criança, sempre sonhei ser jogador de futebol e esse amor continua ardendo muito dentro de mim”, declarou.