Aranha se tornou uma referência no tema e costuma ser convidado com frequência para dar palestras em escolas e instituições federais. O último evento foi na Fundação Casa, em São Paulo.
Pelo mesmo motivo, Aranha costuma recusar os convites para programas esportivos. “Acabei abrindo mão da minha carreira por causa dessa situação. É o mesmo que acontece quando um cantor se nega a ir a um programa de rádio. Ele enfrenta dificuldades depois. Não vou porque vão dizer que eu estou usando o tema do racismo para me promover. É uma inversão”, afirma o goleiro.
Em 2014, antes do julgamento na esfera esportiva do caso, dirigentes gremistas sustentaram a tese de que ele havia sido o responsável pelos xingamentos ao provocar a torcida fazendo cera.
A carreira do goleiro oscilou depois do episódio. Em janeiro de 2015, o goleiro saiu do Santos em litígio judicial, reclamando de salários atrasados. No mês de seguinte, assinou com o Palmeiras, mas teve poucas chances de jogar. Voltou para a Ponte, onde foi revelado, conseguiu se reafirmar, mas agora o time briga para não cair no Campeonato Brasileiro.
Aranha não enxerga aumento dos casos de injúria racial, mas sim no acréscimo das denúncias.
O goleiro se define como um otimista. “O Governo Federal nunca se manifestou de forma tão forte como se manifesta agora. Além disso, temos as cotas e as ações afirmativas, o debate na mídia”, enumera. “Não vai existir o fim do racismo. As pessoas vão começar a se respeitar conforme a aplicação das leis. Se os brasileiros se conscientizarem de que a melhora do País está dentro de cada um de nós, não só o racismo, mas muitas coisas ruins vão deixar de existir.