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Com um a mais por 70 minutos, Verdão empata com vice-lanterna

postado em 05/03/2011 20:44

Cerca de seis mil palmeirenses enfrentaram a fria noite paulistana no sábado de Carnaval no Pacaembu e vibraram aos 25 minutos do primeiro tempo, quando o lateral esquerdo do Santo André, Gilberto, recebeu cartão vermelho. E foi só. Não sobrou nada além de impaciência com o 0 a 0.

Com a soma dos acréscimos nos dois tempos, o Verdão teve 70 minutos para superar o penúltimo colocado do Campeonato Paulista. Mas só conseguiu se manter como a melhor defesa do torneio diante do pior ataque da competição. Na linha de frente, provou que Adriano Michael Jackson não consegue resolver sem Valdívia ou Kleber ao lado.

O resultado fez o Palmeiras cair para a quarta posição do Campeonato Paulista, com 22 pontos ganhos. O São Paulo tem a mesma pontuação, mas leva vantagem no desempate. Já o Santo André continua em situação delicada na tabela de classificação. É o penúltimo colocado, com apenas 7 pontos.

As duas equipes voltarão a campo na próxima quarta-feira. O Palmeiras irá a Bauru para tentar reagir contra o Noroeste, enquanto o Santo André receberá o Americana no Estádio Bruno José Daniel.

O jogo
Sem Valdívia e Kleber, vetados por dores musculares, o Palmeiras resolveu, por ordem de Luiz Felipe Scolari, apostar suas investidas ofensivas em sua terceira força: Cicinho. Patrik e Miguel, substitutos dos lesionados, caíam pela direita junto com Marcos Assunção e Tinga para dar auxílio ao lateral.

Adriano Michael Jackson se mexia o tempo todo e tentava puxar o jogo para o quase sempre livre Gabriel Silva na esquerda, mas as jogadas do Verdão já estavam muito bem conhecidas pelo Santo André, que passou a marcar em bloco o setor de Cicinho e, para equilibrar o duelo, posicionava um atacante pronto para puxar um contra-ataque nas costas do lateral.

A medida obrigou o Verdão a buscar novas formas de agredir o adversário, o que fica muito mais difícil sem alguém que organize o meio-campo. Animado por anular o favorito do confronto, o Ramalhão passou a avançar, diminuir o ritmo da partida e equilibrar o confronto.

O time do ABC, no entanto, não tinha qualidade para manter a bola na frente e, quando atacado, apelava para as faltas. Pagou caro por isso logo aos 25 minutos. O lateral esquerdo Gilberto conseguiu, em menos de três minutos, levar dois dos cinco amarelos que sua equipe havia tomado até então, o último por falta em Cicinho.

Com um a menos, o Santo André resolveu apostar ao menos na conquista de um ponto no Pacaembu. Decidiu atuar somente no último terço do campo, sem ninguém além do círculo central. Eram seis jogadores formando um paredão à frente da área e três para dar o combate na intermediária. O suficiente para deixar os palmeirenses perdidos, apostando apenas em chutes fracos de fora da área.

Sem ter a quem marcar, Luiz Felipe Scolari trocou o lateral esquerdo Gabriel Silva e o centroavante Miguel pelos atacantes Luan e Vinicius, disposto a abrir o jogo pela pontas e apostando na velocidade e mobilidade de ambos para entrar na área adversária com toques rápidos.

Para benefício do Verdão, o ex-atacante Sandro Gaúcho, técnico do Santo André, fez sua retranca se espalhar mais pela metade do campo e com um a menos no paredão à frente da área, que agora tinha cinco atletas, com três à frente e o rápido Borebi no círculo central pronto para puxar contra-ataques.

O Ramalhão, contudo, mostrou por que tem o pior ataque do Estadual: não acertava os passes para seus atacantes. E ainda deixava a bola sempre nos pés de um palmeirense. Assim, auxiliado pela mobilidade de Vinícius, Adriano Michael Jackson encontrou espaço para atacar na direita da defesa rival - quase fez um golaço, passando por dois marcadores e arrematando para fora.

Mas o Verdão não soube aproveitar o bom momento nem nos cruzamentos de Marcos Assunção, antiga arma alviverde. E ainda deu espaço para o antes apenas marcador Santo André adiantar suas linhas de marcação e quase marcar com Mika, em contra-ataque aos 18 minutos do segundo tempo. O jogo mudou tanto que Felipão trocou Cicinho pelo volante João Vitor para fortalecer a marcação.

Alguns torcedores xingaram o técnico de "burro" e se irritavam com raros lances que lhes davam certa esperança de gol. Nem parecia o duelo entre um favorito, que atuava como mandante e era líder do Paulistão até duas rodadas atrás, contra o último colocado do torneio, que só teve 11 jogadores em campo por 25 minutos. Sorte para o Santo André, que ganhou um ponto, e ruim para o Verdão, que perdeu dois com o 0 a 0.