Na apresentação de Sole Jaimes, que acertou seu retorno ao time alvinegro pelo qual foi campeã da Copa Libertadores em 2017, Peres elogiou a artilheira argentina e brincou dizendo que "precisamos de um centroavante desse no futebol masculino". Depois de apresentar a atleta, o tom mudou. O presidente santista negou que tenha tido atrito com o treinador, disse que o comandante argentino não está extrapolando em suas reclamações e falou sobre saídas e chegadas de jogadores e os problemas financeiros do clube.
"Eu nunca tive atrito com Sampaoli, nenhum. Com o Cuca também não. Você não viu ele ir na imprensa expor. São situações óbvias O Santos não é um Barcelona, Real Madrid ou Manchester City, aqui o dinheiro é de acordo com aquilo que você tem de receita e o que você tem de despesa. Nós trouxemos 12 jogadores, eles estão aí. Agora o Evandro, então são 13. O Sampaoli é um vencedor, isso que vocês têm que entender. Então ele quer uma equipe forte para ser campeão. Ele tem as demandas, temos que entender e, dentro do possível, cumprir", afirmou.
Recentemente, o técnico expôs sua insatisfação com a diretoria do clube por meio de um e-mail. No cargo há pouco mais de seis meses, o argentino reclamou com a cúpula santista sobre as partidas no Pacaembu - ele e a maioria dos jogadores do elenco preferem atuar na Vila Belmiro -, a falta de reforços durante a pausa para a Copa América - chegou apenas o meia Evandro, que veio do futebol inglês - e a dívida de três meses no pagamento de direitos de imagem dele e de parte do elenco.
"Ele é um técnico top. Como todo técnico top, quer cada vez mais, quer jogadores, quer ser campeão. Também queremos ser campeões. Eu só lamento que o documento foi vazado. Mas todas as questões são fáceis de resolver. Algumas estão em curso. A questão de trazer mais jogadores é complicada, de orçamento. Eu tenho um estoque para vender e o que está em uso. Eu preciso fazer dinheiro vendendo o que eu tenho, os que não estão nos planos. Depois, com o dinheiro, trabalhar as aquisições. O campeonato é rápido, não dá para fazer as coisas no afogadilho. Demandas sempre terão, seja lá qual for o técnico. Temos de explicar, às vezes, que nem sempre tudo é possível. O futebol está complicado", exaltou Peres.
O mandatário garantiu que as pendências serão quitadas em breve com o dinheiro oriundo da venda de Rodrygo ao Real Madrid e que vai se reunir com Sampaoli depois da partida contra o Bahia, marcada para este sábado, em Salvador, para resolver de vez os problemas. Peres também falou sobre a saída de Jean Lucas, que estava emprestado pelo Flamengo e foi para o Lyon, da França, algo que incomodou muito o treinador.
"Temos de entender as reclamações dele e procurar resolver. Está tudo em ordem. Trocamos algumas palavras. Teremos uma reunião, provavelmente, na volta da Bahia", disse. "Aconteceu o caso do Jean Lucas. A gente trouxe o jogador com opção de compra de 8 milhões de euros. Não se arruma isso do dia para a noite. Estamos procurando evitar isso, trazer jogadores com opção de compra que não podemos alcançar", explicou o mandatário.
Sobre o pedido de Sampaoli para o Santos jogar mais vezes na Vila Belmiro, Peres afirmou que a solicitação é legítima e que sentará para conversar sobre o assunto, mas ressaltou que não pode deixar de lado os torcedores santistas que moram em São Paulo.
"Vamos sentar e escolher os jogos para vir ou ir para São Paulo. Vemos essa demanda que haveria jogos em Santos e São Paulo. O pedido é legítimo, vamos sentar juntos e esclarecer. Não podemos abandonar a massa de torcedores em São Paulo, que é enorme. A porcentagem de sócios é maior na capital. Mas nossa casa é a Vila Belmiro", comentou.
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