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COPA LIBERTADORES

Na estreia de Diniz, Santos pega Boca para não se complicar na Libertadores

Peixe recebe argentinos nesta terça, às 19h15, na Vila Belmiro

Estadão Conteúdo
Diniz estreia pelo Santos com desafio contra o Boca - Foto: Ivan Storti/Santos
Superado o susto no Paulistão, o Santos enfim vai poder se concentrar totalmente na Copa Libertadores. Algo raro para os grandes clubes brasileiros, o time paulista terá apenas uma competição para se preocupar pelas próximas três semanas, em razão da queda precoce no Estadual, o que quase resultou em rebaixamento. O desafio nesta terça-feira, às 19h15, será novamente contra o Boca Juniors, desta vez na Vila Belmiro.



E, para ajudar nesta empreitada, o Santos conta com um reforço no banco de reservas: Fernando Diniz. O substituto de Ariel Holan iniciou seu trabalho nesta segunda-feira. "É um prazer poder ser treinador do Santos, clube em que já tive a honra de atuar como jogador. É o time do Pelé, o que já faz o time estar entre os maiores do mundo. Eu me entregarei com toda força que eu tenho para poder ajudar o Santos."

Esta força será, de fato, necessária. No primeiro jogo contra o Boca, também pelo Grupo C da Libertadores, o Santos foi derrotado por 2 a 0, na Argentina, no dia 27. Na Vila, o desafio não será menor, apesar dos desfalques do rival argentino. O técnico Miguel Ángel Russo não poderá contar com o goleiro Andrada, com covid-19, o zagueiro Carlos Zambrano, o meia Edwin Cardona e o atacante Mauro Zárate, também por questões físicas.

Além disso, o time brasileiro não mostrou evolução razoável desde o primeiro confronto. Empatou com o Red Bull Bragantino, perdeu o clássico para o Palmeiras e venceu o modesto São Bento, para escapar do rebaixamento no Paulistão. Pela Libertadores, goleou o The Strongest, única vitória do Santos em três jogos no Grupo C.



Diante deste cenário pouco animador, diretoria, elenco e torcida tentam renovar as esperanças com a chegada de Diniz, apesar de sua pouca experiência em competições internacionais. "Temos que entregar aquilo que o torcedor espera: vitórias e bom futebol", avisa o novo treinador santista.

Mas pede tempo para poder implementar no Santos seu conhecido estilo de jogo de trocas de passe e muita posse de bola. "Não será com pouco treino que os jogadores farão tudo que só o tempo pode ajudar a fazer. Mas, aos poucos, implantamos a ideia. Acredito muito nesse modelo, de imposição: futebol mais coletivo, corajoso e com inteligência tática, sabendo ler o adversário. O dia que não der para sair jogando, mesmo depois de muito treino, usaremos a bola longa."

No quesito "tempo para trabalhar", artigo de luxo na temporada, Diniz terá vantagem em comparação aos seus antecessores. O Santos só voltará a dividir atenção entre duas ou mais competições no fim do mês, quando começará o Brasileirão. Até o dia 30, a preocupação será toda com a Libertadores. Depois de enfrentar o Boca, terá pela frente novamente o The Strongest, no dia 18, e o Barcelona, do Equador, no dia 26. Serão apenas dois jogos em apenas duas semanas, situação excepcional no calendário atual.



Esta sequência começa nesta terça. Se perder para o Boca novamente, o Santos ficará em situação complicada, com obrigação de vencer os dois últimos jogos e ainda torcer por uma combinação de resultados para alcançar as oitavas de final. O time brasileiro tem três pontos, contra seis do Boca e nove do Barcelona - somente os dois primeiros avançam.

Ainda sem tempo para dar sua cara ao time, Diniz não deve fazer surpresas na escalação santista diante do rival argentino. A única dúvida está no ataque. Marinho, com lesão muscular, tem chances remotas de ser titular. O treinador, então, ficará entre os jovens Ângelo e Marcos Leonardo para formar trio com Kaio Jorge e Lucas Braga.