São Paulo
None

CRUZEIRO

Cruzeiro x São Paulo: virada histórica do tri da Copa do Brasil completa 20 anos

Torcedores matam saudades de um time recheado de grandes jogadores por meio de reprises da final na televisão. Bola vai rolar no domingo na Band

postado em 09/07/2020 08:00 / atualizado em 09/07/2020 16:15

(Foto: Paulo Filgueiras/EM D.A Press)
Há exatos 20 anos, o Cruzeiro enchia seu torcedor de orgulho ao conquistar o tricampeonato da Copa do Brasil em uma decisão dramática contra o São Paulo. Na noite de domingo, 9 de julho de 2000, o time celeste venceu de virada, por 2 a 1, diante de mais de 85 mil pessoas no Mineirão, em Belo Horizonte. A partida de ida, disputada quatro dias antes, terminou empatada por 0 a 0, no estádio do Morumbi, na capital paulista.

Para muitos cruzeirenses, o tri da Copa do Brasil é considerado o título mais emocionante da história do clube. Afinal, o São Paulo havia inaugurado o marcador aos 20 minutos do segundo tempo, em uma cobrança de falta de Marcelinho Paraíba, e seria campeão mesmo se empatasse, já que o gol fora de casa era considerado critério de desempate.

O Cruzeiro contou com a força do banco de reservas para empatar o jogo. Müller, que entrou no lugar de Jackson, estava de costas para a defesa do São Paulo quando recebeu passe rasteiro de Ricardinho. Inteligentemente, o veterano de 34 anos percebeu a infiltração de Fábio Júnior na diagonal e conseguiu dar a assistência. O camisa 18 bateu cruzado no canto direito de Rogério Ceni e deixou tudo igual aps 34 minutos.

Na tentativa de segurar o empate que lhe garantia o título, o São Paulo trocava passes sem se preocupar com o relógio. Aos 42 minutos, o volante Axel, que tinha acabado de substituir Alexandre, foi pressionado por Ricardinho no meio-campo. Na tentativa de recuar a bola para Rogério Pinheiro, forçou demais o toque e viu o cruzeirense Geovanni ganhar na corrida. Sem alternativas, o zagueiro agarrou o atacante pela camisa e cometeu a falta na meia-lua.

O árbitro Carlos Eugênio Simon expulsou Rogério Pinheiro corretamente, conforme analisado à época pelo comentarista José Roberto Wright, da TV Globo. E Geovanni chamou a responsabilidade na cobrança de falta. Aconselhado por Müller, chutou forte em direção à barreira e teve uma ajuda do volante Donizete Oliveira, que deu um tranco em Maldonado e causou “efeito dominó” nos demais atletas são-paulinos que protegiam a meta. Incrédulo por ter tomado o gol, Rogério Ceni se ajoelhou sobre o gramado e levou as mãos à cabeça. E o Mineirão foi à loucura com a virada celeste.

(Foto: Paulo Filgueiras/EM D.A Press)

Teve mais emoção. Aos 45 minutos, o São Paulo deu seu último ataque perigoso. Da linha de fundo, Fábio Aurélio cruzou de pé esquerdo, e Marcelinho Paraíba cabeceou sozinho. André, que havia falhado no gol tricolor, redimiu-se com uma bela defesa à queima-roupa. Na sequência, o zagueiro Cléber tirou a bola quase em cima da linha e salvou o Cruzeiro.

Os lances descritos acima são os mais rememorados da decisão. Mas o primeiro tempo, que terminou em 0 a 0, também teve jogadas interessantes. Aos 37 minutos, o camisa 10 Jackson mandou uma bola na trave, cara a cara com Ceni, e Ricardinho errou o alvo ao pegar o rebote dentro da pequena área. Antes, o goleiro do São Paulo fez uma defesa esquisita, aos 33, num chute despretensioso de Donizete Oliveira.

No Cruzeiro, o jovem Geovanni, à época com 20 anos, chamava atenção por sua velocidade e agilidade, enquanto Ricardinho coordenava todo o meio-campo com bons passes e chegadas ao ataque. No São Paulo, o lateral-esquerdo Fábio Aurélio demonstrava qualidade nas subidas à linha de fundo, ao passo que os já renomados Raí e França foram discretos naquela final.

Ao longo da competição, a Raposa disputou 13 jogos, com oito vitórias e cinco empates, e teve Oséas como artilheiro, com 10 gols. Antes de medir forças com o São Paulo, o time treinado por Marco Aurélio eliminou Gama, Paraná, Caxias, Athletico Paranaense, Botafogo e Santos. A edição de 2000 da Copa do Brasil contou com a participação de 69 clubes, incluindo os representantes do país na Libertadores, que entraram nas oitavas de final.

Tanto a geração mais jovem de cruzeirenses quanto os nostálgicos mataram a saudade ao acompanhar a reprise da final da Copa do Brasil de 2000 na TV Globo, no dia 7 de junho, na transmissão original de Cléber Machado. No domingo, 13 de julho, às 16h, será a vez de a Band reexibir o duelo na narração do saudoso Luciano do Valle, que morreu em 2014, aos 66 anos, vítima de infarto.

CRUZEIRO 2X1 SÃO PAULO


Motivo: final da Copa do Brasil

Data: 09/07/2000

Árbitro:
Carlos Eugênio Simon (RS)

Gols:
Marcelinho Paraíba aos 20min, Fábio Júnior, aos 34, e Geovanni, aos 44 do segundo tempo

Cartão vermelho:
Rogério Pinheiro (São Paulo)

Cruzeiro: André, Rodrigo (Fábio Júnior), Cris, Cléber e Sorín (Viveros); Donizete, Marcos Paulo, Ricardinho e Jackson (Müller); Geovanni e Oséas.
Técnico: Marco Aurélio

São Paulo: Rogério Ceni, Belletti, Edmílson, Rogério Pinheiro e Fábio Aurélio; Alexandre (Axel), Maldonado, Marcelinho Paraíba e Raí; França (Carlos Miguel) e Edu (Fabiano).
Técnico: Levir Culpi

Tags: São Paulo Cruzeiro copadobrasil interiormg futnacional saopaulosp