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“Na Copa do Brasil, pegamos o Cruzeiro, um time forte. Vou fazer um levantamento para ver o que o trabalho mostra. O número frio a gente já sabe. Mas eu gosto muito do meu trabalho, gosto muito do trabalho da comissão, gosto muito da dedicação dos jogadores. Fomos com 23 (jogadores) para a Florida Cup e hoje temos sete, oito opções a mais. Talvez esse elenco fique mais enxuto para o Brasileiro. Agora vamos parar, repensar, traçar uma estratégia e seguir com ela no Brasileiro. A minha expectativa é fazer, sim, com que esse time chegue à Libertadores em 2018”, avaliou Rogério Ceni, lançado na carreira de treinador justamente pelo São Paulo, no início do ano.
“Honestamente, acho que o time vem sendo menos irregular nas últimas rodadas. Vocês mesmo destacaram que o time no começo do ano sofria dois gols por jogo e fazia três. Hoje baixamos a média de gols feitos, mas diminuímos muito a de gols sofridos. Para você defender mais, tem de abrir mão de algumas peças ofensivas. De positivo, tanto no meu time quanto no nosso trabalho, é que nossa vocação é ofensiva, o time foi construído para ganhar jogos, para agredir, não foi construído para ser defensivo. Foi construído para jogar com, no mínimo, três homens de frente”, continuou.
“Existe análise de performance e de resultado, ou seja, o número frio e o número real. Temos 60% a mais de gols feitos do que sofridos, é um time que propõe jogo, que joga para a frente. Joga invariavelmente no 4-3-3, 4-4-2 ou até 4-2-4, como no fim do jogo com o Cruzeiro. Perdemos o nosso principal armador, que é o Cueva, em sete jogos, e ainda não tínhamos o Thomaz, então tivemos que improvisar. Chegamos à semifinal do Paulista, que é o mínimo que um grande clube pode fazer”, disse, empolgado mesmo depois de ter saído de Itaquera sem a vaga na grande final do Estadual.
“Vamos ter alguns dias para repensar o planejamento, mas vejo com otimismo o que esse time pode produzir em um campeonato de pontos corridos. Ganhamos corpo, o time é mais competitivo, mesmo a classificação não vindo. Fico feliz com os jogadores. Trabalharam bem, competiram de igual para igual”, elogiou o treinador.
Apesar do futebol mais vistoso, o estilo de jogo adotado por Rogério Ceni no São Paulo gera divergências, inclusive dentro do próprio elenco. Há quem defenda uma mudança de postura para que a equipe se exponha menos e seja mais letal. O receio do time ficar marcado por ser ofensivo, jogar bonito, mas passar o quinto ano seguido sem título já não é pequeno. O técnico, porém, não está disposto a mexer na estrutura montada e mostra convicção nas próprias ideias.
“Temos um sistema adaptado, é aperfeiçoar esse sistema, mas vejo uma evolução muito grande. Desculpa, sei que a gente pode se apegar ao resultado frio, mas nos números foi um futebol melhor jogado tanto na semifinal do Paulista quando na fase eliminatória da Copa do Brasil”, concluiu, dando relevância às estatísticas finais dos confrontos, apesar da desclassificação nos dois casos.