Coincidência ou não, nesse período de pouco mais de dois anos os gaúchos estiveram sempre na briga por troféus. Ergueram quatro: Copa do Brasil (2016), Copa Libertadores (2017), Recopa e Campeonato Gaúcho (ambos em 2018). Todos sob a regência de Renato, que no Sul é chamado pelo sobrenome Portaluppi.
Enquanto isso, os paulistas viram quatro nomes diferentes falharem na missão de encerrar o jejum de conquistas que vem desde a Copa Sul-Americana de 2012: Ricardo Gomes (era o treinador quando Renato voltou ao Grêmio em 2016), Rogério Ceni, Dorival Júnior e Diego Aguirre. Isso sem contar os interinos Pintado e André Jardine - este já havia tapado buraco na transição entre Dorival e Aguirre.
Até a posição das equipes na tabela do Brasileirão, mesmo que circunstancialmente, já que os são-paulinos só foram ultrapassados e perderam o quarto lugar na rodada anterior, acaba simbolizando um pouco dessa superioridade recente gremista, hoje à frente graças ao número de vitórias (16 a 15). A pontuação (58) é a mesma.
Talvez o único fator comum a Jardine e Renato - além de ambos terem nascido no Rio Grande do Sul - seja que seus contratos acabam no fim da temporada. O interino terá cinco jogos para provar que pode ser efetivado em 2019 no Morumbi.
Enquanto ainda era treinador do sub-20 do São Paulo, Jardine foi chamado em duas ocasiões para comandar o time de cima. Em 2016, após Bauza ir embora para assumir a Argentina, ele dirigiu a equipe em duas partidas: ganhou do Santa Cruz (2 a 1) e perdeu do Botafogo (1 a 0). Já neste ano, entre a saída de Dorival e a chegada de Aguirre, foi o técnico nas vitórias sobre Red Bull Brasil (3 a 1) e CRB (3 a 0).
PROBLEMA - Desta vez, ele terá a tarefa de fazer a equipe render mais do que no clássico com o Corinthians, por exemplo, que foi a gota d’água para a demissão de Diego Aguirre. "O São Paulo tem elenco e peças para jogar melhor", diz Jardine.
A frase foi dita antes da lesão de Diego Souza, que torceu o joelho direito nesta quarta-feira e está fora do jogo. Tréllez deve entrar. Também é esperado que Jardine promova o retorno de Nenê ao time titular e aposte gradativamente nos garotos que conhece dos tempos da base, como Helinho, Antony e Shaylon.
Grêmio
Com mais desfalques confirmados, o Grêmio vai encarar o São Paulo para tentar garantir seu lugar no G4 da tabela, que dá vaga direta na fase de grupos da próxima Copa Libertadores. Para tanto, o técnico Renato Gaúcho terá que se virar sem mais dois titulares: o lateral Léo Moura e o atacante Luan.
As duas baixas foram confirmadas nesta quarta, véspera do jogo. A expectativa do retorno de Luan, que não atua há um mês, começou a ficar em xeque na segunda-feira, quando ele treinou com bola, mas não conseguiu terminar os trabalhos. Assim como na terça-feira, Luan não treinou nesta quarta. Já Léo Moura, que atuou na vitória por 2 a 1 contra o Vasco no domingo, será poupado pelo desgaste físico. O lateral tem 40 anos.
O lado bom do treinamento foi que o zagueiro Pedro Geromel e o atacante Jael, que também não haviam treinador terça, trabalharam normalmente com o elenco e vão para o jogo. Para o lugar de Léo Moura na lateral-direita, Madson deverá ser o escolhido pelo treinador, que terá os desfalques do zagueiro Kannemann e o goleiro Marcelo Grohe.
Com estes desfalques, o volante Maicon encara cada um dos cinco jogos restantes nesta sequência do Brasileirão como uma "decisão".
O duelo vai ser um confronto direto por vaga no G4 - zona de grupo da Copa Libertadores. Os times estão empatados com 58 pontos cada, mas o Grêmio leva a melhor nos critérios de desempate e está em quarto. Tem mais vitórias: 16 a 15..