O conflito ocorreu depois que torcedores, revoltados com uma decisão judicial que obrigava a disputa da final com portões fechados, tentaram forçar a entrada no Maracanã depois de já terem adquirido ingressos. A polêmica decisão, tomada pela desembargadora de plantão Lucia Helena do Passo na madrugada de domingo, acolheu um pedido do Fluminense, em meio a uma disputa entre os clubes pela alocação de suas torcidas no setor sul do estádio.
Como a entrada do Maracanã só foi liberada ao público às 17h30 de domingo, muitos dos torcedores que compraram ingressos acabaram não acompanhando a partida no estádio, pois voltaram para casa. E os portões só foram abertos depois que o Vasco, mandante da final, resolveu ignorar a decisão judicial e abriu os portões do estádio, assumindo o risco de ser multado em R$ 500 mil por causa do descumprimento da ordem judicial.
"Bateríamos o recorde (de público) do ano no Maracanã. É uma pena. Fica difícil criar condições para um campeonato de qualidade. Jogamos contra o Madureira num calor desumano. E quando vem uma partida legal, que o mundo está vendo, acontece isso (a confusão no estádio). Um risco enorme", afirmou o treinador, em entrevista coletiva, na qual não deixou de criticar os dirigentes que hoje conduzem o futebol carioca.
"Estamos arriscando vidas, falamos de crianças, de mulheres, de famílias. Temos de pensar um pouquinho. Se queremos que o futebol melhore, tem de partir das pessoas que comandam", destacou, para também lembrar que o próprio Vasco precisa desempenhar o seu papel e colaborar para que confusões como essa de domingo não se repitam.
"A gente toda hora busca soluções para o futebol brasileiro melhorar. O Carioca é charmoso, com quatro grandes, e nós, principalmente nós que trabalhamos com futebol, precisamos ajudar para que o campeonato evolua. As pessoas importantes dentro do futebol tem de dar exemplo", enfatizou.