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Com calendário menor por causa da COVID-19, WNBA tem campanha por justiça social

"Black Lives Matter" estará pintado no chão das quadras do torneio

postado em 25/07/2020 15:02

(Foto: Divulgação/WNBA)
A WNBA, a liga norte-americana feminina de basquete, começa neste sábado sob o efeito da pandemia do novo coronavírus e com um forte apelo pela justiça social.

A temporada será mais curta do que o habitual. Cada uma das 12 equipes vai disputar 22 jogos na temporada regular - são normalmente 34 partidas - até o dia 12 de setembro. Em seguida serão disputados os playoffs até definir o campeão. Todos os jogos serão na IMG Academy, em Bradenton, na Flórida, local escolhido pela WNBA para o isolamento das jogadoras. A "bolha" serve também para treinos e hospedagem.

Os dois melhores times, independentemente da conferência (Leste ou Oeste), se classificam diretamente para os confrontos das semifinais. O terceiro e quarto avançam às quartas de final, ocorrendo uma primeira etapa eliminatória (apenas um jogo) do quinto ao oitavo. A decisão, assim como o round anterior, será disputada em uma série melhor de cinco partidas.

A comissária da WNBA, Cathy Engelbert não esconde sua preocupação com o coronavírus, mas afirma estar satisfeita com tudo que foi realizado para concretizar mais uma temporada. "Bato na madeira todos os dias, mas estamos vivendo uma situação estável aqui", comentou. Apenas duas jogadoras testaram positivo para COVID-19 ao chegarem no local no dia 6 de julho e, deste então, nenhum outro caso foi registrado.

"Até agora, o plano e os protocolos estão funcionando. Mais uma vez, não sou supersticiosa, mas quanto mais falo sobre o andamento das coisas, fico um pouco nervosa. Estou muito confiante agora", completou.

O primeiro jogo da temporada será entre o Seattle Storm e New York Liberty, com transmissão da ESPN, mas todos os confrontos deste final de semana terão um caráter especial como parte da campanha Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), o movimento ativista internacional que trata da violência contra pessoas negras.

As jogadores vão usar uniformes com o nome de Breonna Taylor às costas. A médica de emergência negra de 26 anos foi morta com oito tiros por policiais à paisana de Louisville. Eles cumpriam um mandado de busca de drogas em seu apartamento em 13 de março. Nada foi encontrada.

Cathy Engelbert elogiou o comportamento das atletas. "Estamos orgulhosos por elas falarem sobre essas questões. Não há nada político nisso. É uma declaração de seus valores. Eles estão conscientizando sobre questões que há muito tempo são ignoradas, principalmente porque defendem vítimas femininas de injustiça racial e brutalidade policial. Essa é uma voz importante para ser ouvida", afirmou.

Breanna Stewart, jogadora do Seattle Storm, promete ir além e utilizar o uniforme com o nome de Breonna Taylor na temporada inteira. Ela já havia participado dos protestos por ocasião da morte de George Floyd, um homem negro assassinado por policiais brancos em Minneapolis no dia 25 de maio.

"Queremos continuar usando tudo que podemos para ampliar o debate sobre os temas pelos quais estamos lutando. Vamos dar em Breonna Taylor, temos de se concentrar no fato de que seus assassinos não foram presos", reforçou Cathy Engelbert.

Única brasileira na temporada, Damiris, do Minnesota Lynx, comentou sobre a dimensão que esta temporada tomou no aspecto de lutar pela justiça social.

"Quando eu cheguei aqui bem novinha, acabava que eu ficava meio perdida e sem entender muitas coisas. E agora eu tenho outro papel de estar mais atenta, de querer participar mais, é uma causa minha também. Eu me sinto muito acolhida pela liga e privilegiada de estar aqui jogando."

EQUIPES


Conferência Leste

Atlanta Dream

Chicago Sky

Connecticut Sun

Indiana Fever

New York Liberty

Washington Mystics
 

Conferência Oeste

Dallas Wings

Las Vegas Aces

Los Angeles Sparks

Minnesota Lynx

Phoenix Mercury

Seattle Storm

Tags: basquete maisesportes WNBA