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REFENO

Bicampeão! Patoruzú confirma boa fase e conquista o Fita Azul da 31ª Refeno

Trimarã pernambucano cruzou a linha de chegada no Mirante do Boldró em Noronha neste domingo após 27h45min35s em alto-mar

postado em 13/10/2019 18:03 / atualizado em 13/10/2019 19:20

<i>(Foto: Everest Imagens )</i>
Favorito antes mesmo da partida, o trimarã pernambucano Patoruzú confirmou sua boa fase nos mares e, após 27h45min35s, foi o primeiro barco a cruzar o Mirante do Boldró após 295 milhas náuticas (550 quilômetros), conquistando pelo segundo ano seguido o Fita Azul (campeão) da Regata Recife-Fernando de Noronha (Refeno). Foi com direito a música tema de vitória de Ayrton Senna e com muita festa que a embarcação capitaneada pelo argentino radicado no Recife, Higínio Marinsalta, chegou no arquipélago já com o sol escondido pelas nuvens da chuva que caira horas antes da chegada, às 17h15min35s deste domingo. A embarcação continha sete tripulantes. O segundo lugar, ficou com o Atrevida, que fez o percurso no tempo total de 29h52min32.
 
A disputa foi, até certo ponto, equilibrada para saber quem cruzaria a linha de chegada em primeiro. No começo da madrugada, o trimarã ultrapassou o barco Atrevida, construído em 1923 em Boston (EUA), com 95 pés (29 metros), e considerado o maior veleiro de passeio da América Latina, que era, até então, o líder. Vale lembrar que o Atrevida partiu antes do trimarã, por ser de classe diferente. Porém, por volta das 23h, o Patoruzú teve uma quebra na vela. Tiveram que andar cerca de quatro horas apenas com uma vela, sendo ultrapassado novamente pelo Atrevida. Mas às 4h resolveram arriscar, abrindo a terceira vela, voltando à "normalidade", até assumir novamente a liderança por volta das 7h.
 
Em 2018, o Patoruzú completou a prova em 25h58min12seg. O recorde geral da competição segue sendo do Adrenalina Pura (BA), que em 2007 finalizou o percurso em 14h34min54. Já o recorde entre embarcações monocascos segue com o Camiranga (RS), com 19h03min18s.

Público acompanha na chegada

A chegada da Refeno em Noronha foi acompanhada por cerca de 50 pessoas. Por conta da incerteza do horário de chegada, muita gente chegava, mas logo partia. Mas teve um torcedor que estava ansioso.
 
Paulo Monteiro, 60 anos, de São Paulo, é gerente de informática, e esteve presente no Mirante do Boldró. Contou que aproveitou a folga para acompanhar a competição e os amigos.
 
"Sou velejador, mas não competi esse ano. Vim para acompanhar a regata e ver meus amigos que estão competindo. É uma sensação nova. Nunca tinha visto. É interessante o clima. Foi mais ou menos como imaginava. A largada é mais legal, está todo mundo junto. E aqui a gente sabe que vai demorar. Nosso amigo ainda está no meio da regata. Vai chegar só amanhã. Mas não sei se vou poder acompanhar", disse, antes de fazer seu comentário final. "Refeno não é uma regata, é uma festa. Começa antes e termina depois".

Largada

Das 95 embarcações inscritas, 92 partiram no sábado do Marco Zero, no Recife, rumo à Noronha. Mas três não conseguiram completar a prova. Ou seja, 89 barcos competiram. Foram mais de 700 tripulantes ao todo. Os barcos Mia Nera (problemas técnicos, foi para Cabedelo-PB), Pinguim (leme quebrado) Glasnost (buraco no casco) não completaram a prova.

 

A partida foi dividida em quatro grupos. Os barcos das classes Aço e Turismo foram os primeiros, ao meio dia. Na sequência, foi a vez das classes RGS e VPRS, que mesmo sob uma pequena chuva, mas com bons ventos, travaram logo nos primeiros metros uma disputa bastante interessante. Às 13h foi a vez das classes Bico de Proa e Aberta. E por fim, meia hora depois, os Multicascos foram a última classe a partir.