Com marcas do racismo na carreira, o ex-goleiro Nilson Corrêa refletiu sobre a simbologia que o Dia da Consciência Negra - comemorado nesta sexta - traz, revelando acreditar em uma melhora no quadro de intolerância apenas com uma humanidade que tenha "uma nova cultura, educação, respeito e amor ao próximo”. Nilson, que já defendeu os times do Santa Cruz e Náutico, também citou as barreiras da Justiça ao tratar de denúncias racistas, muitas vezes arquivadas.
“Esbarramos no judiciário e nos legisladores; dizem que racismo é crime, mas a lei é aplicada quando lhes convém. A única forma de mudar tudo isso, era todos morrermos e nascer um novo povo, como uma nova cultura, educação, respeito, e amor ao próximo. É o que nos tem faltado”, desabafou inicialmente.
A propriedade na fala dele vem da voz de quem já esteve na condição de vítima. Foi em 2000, quando defendeu a Cobra Coral. Em campo, Nilson - e todo o estádio - ouviu imitações de macacos, vinda da torcida do Náutico. Clube o qual defendeu anos depois.
Nilson ainda apontou atitudes que podem ajudar a minimizar a problemática no futebol, para que a causa possa ser merecidamente defendida além do mês de novembro. “Se os atletas negros se rebelassem ao sofrer insultos raciais e seus colegas brancos colaborassem, em vez de minimizar os fatos, talvez pudessem ajudar a mudar algum comportamento vindo das arquibancadas, pois esperar por dirigentes esse protagonismo da mudança, não irá acontecer”, afirmou.