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CONSCIÊNCIA NEGRA

Alvo de racismo, ex-goleiro Nilson crê em melhora da questão somente com renascimento da humanidade

Nilson citou falhas comuns da Justiça, que corroboram para descrença em medidas eficazes de punição aos criminosos que praticam racismo

postado em 20/11/2020 15:09 / atualizado em 20/11/2020 13:08

(Foto: Caio Falcão/Náutico)
Com marcas do racismo na carreira, o ex-goleiro Nilson Corrêa refletiu sobre a simbologia que o Dia da Consciência Negra - comemorado nesta sexta - traz, revelando acreditar em uma melhora no quadro de intolerância apenas com uma humanidade que tenha "uma nova cultura, educação, respeito e amor ao próximo”. Nilson, que já defendeu os times do Santa Cruz e Náutico, também citou as barreiras da Justiça ao tratar de denúncias racistas, muitas vezes arquivadas.

“Esbarramos no judiciário e nos legisladores; dizem que racismo é crime, mas a lei é aplicada quando lhes convém. A única forma de mudar tudo isso, era todos morrermos e nascer um novo povo, como uma nova cultura, educação, respeito, e amor ao próximo. É o que nos tem faltado”, desabafou inicialmente.

A propriedade na fala dele vem da voz de quem já esteve na condição de vítima. Foi em 2000, quando defendeu a Cobra Coral. Em campo, Nilson - e todo o estádio - ouviu imitações de macacos, vinda da torcida do Náutico. Clube o qual defendeu anos depois.

Nilson ainda apontou atitudes que podem ajudar a minimizar a problemática no futebol, para que a causa possa ser merecidamente defendida além do mês de novembro. “Se os atletas negros se rebelassem ao sofrer insultos raciais e seus colegas brancos colaborassem, em vez de minimizar os fatos, talvez pudessem ajudar a mudar algum comportamento vindo das arquibancadas, pois esperar por dirigentes esse protagonismo da mudança, não irá acontecer”, afirmou.