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Vitória da perfeição

Fisiculturistas treinam arduamente e cumprem disciplina alimentar rigorosa

Carlos Altman

Joyce Adriana (3ª da esq. para a dir.) estreou no campeonato e ficou em segundo lugar na categoria Wellness

Marcado pelo preconceito, o fisiculturismo no Brasil precisa muito mais que proteína e carboidrato para crescer e aparecer como esporte de verdade. Não se trata de um concursso de Miss ou Mister, onde somente a beleza é avaliada. Para se chegar ao ouro, atletas tonificam os músculos por anos, chegam abrir mão de eventos sociais, treinam arduamente e cumprem uma disciplina alimentar rigorosa. Na linha do pain, no gain (sem esforço não há ganho), muitos atletas sofrem em aparelhos de academia, em dietas sem sabor e dores por todo o corpo. Grande parte deles chegou até o campeonato somente com recursos financeiros próprios, sem nenhum patrocínio. Uma vitória para cada atleta que participou, no último fim de semana, em Ribeirão das Neves, do Campeonato Mineiro de Fisiculturismo, garantia uma vaga no Brasileiro que acontece nos próximos meses em Cuiabá e Brasília.


A vontade em ter um corpo de Deusa ou Deus grego pode não ser fácil, mas o resultado vale ouro. No palco, dezenas de atletas expuseram corpos milimetricamente torneados. Era um festival de músculos enrijecidos em cada movimento. Panturrilhas definidas em um simples caminhar, bumbuns avantajados sem um balanço qualquer, ombros largos que pareciam asas quando infladas, Beleza essa que mataria de inveja muito de nós mortais. São atletas que dedicam dia e noite a um único propósito: a busca pelo corpo perfeito.

Estreante no campeonato, a atleta Joyce Adriana, de 25 anos, ficou em segundo lugar na categoria Wellness, até 1,63 de altura (é a categoria em que as mulheres estão levemente tonificadas sem apresentar músculos avantajados). "Ninguém tem ideia do que passei para chegar até aqui. Segui um treinamento rigoroso. Minha alimentação foi toda regrada. Na reta final, até água fiquei sem beber. Para mim foi uma grande vitória diante do nível das competidoras que era muito alto", comemora a atleta de Espinosa, no Norte de Minas.