Passados quase 50 anos, a questão racial volta a ser fortemente discutida nos Estados Unidos por conta da série de injustificável violência policial que tem vitimado muitas pessoas negras nos últimos mesesDiante desta questão, o quarterback do San Francisco 49ers Colin Kaepernick decidiu, assim como Smith e Carlos, utilizar-se da visibilidade do esporte para fazer seu protestoE, novamente, a execução do hino nacional foi o momento escolhido pelo jogador de futebol americano.
"Não odeiem este rapaz por ele ter se levantado para provocar uma mudançaEle levantou-se pelo direito de exercer a Primeira Emenda (à Constituição dos Estados Unidos, que fala sobre a liberdade de expressão)", defendeu Smith"Os protestos são positivos porque você está tentando expor algumas questões através do protesto", concordou Carlos.
As mortes de negros por policiais norte-americanos têm se repetido e gerado diversos protestos no paísA situação é preocupante e estudos recentes mostraram que a taxa de homicídios de negros é oito vezes maior do que a de brancos nos Estados UnidosDiante desta realidade, Kaepernick decidiu agir e ampliou a discussão sobre o problema ao se recusar a ficar de pé durante a execução do hino nacional nas partidas de futebol americano.
"Em qualquer protesto você se manifesta e tenta alcançar todos os extremos da TerraE qual a melhor forma de fazer isso do que no esporte?", questionou Carlos
Inegavelmente, a atitude de Kaepernick ampliou a discussão e gerou uma onda de manifestações no esporteMais recentemente, até a tenista multicampeã Serena Williams se posicionou a favor dos protestos iniciados no futebol americano e comentou sobre o medo de ser negro nos Estados Unidos atualmente"É preciso chamar a atenção da sociedade, para eles serem capazes de determinar por que existe esse negócio chamado racismo, violência e preconceito, e enterrar tudo isso de uma vez", comentou Carlos.
Coincidência ou não, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos escolheu este momento para convidar Carlos e Smith para um evento pela primeira vez desde o protesto de 1968Na última quarta, eles estiveram presentes no Team USA Awards, que premiou alguns dos principais atletas do país"Nunca falamos sobre o que defendíamos (em 1968)Nós defendíamos a humanidade", lembrou Carlos.